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DATA DA PUBLICAÇÃO 01/07/2012 | Setecidades
Governo do Estado sucateia Delegacia de Defesa da Mulher
Governo do Estado sucateia Delegacia de Defesa da Mulher Delegacia da Mulher na Região não atende aos fins de semana quando há maiores ocorrências. Foto: Andris Bovo
Delegacia da Mulher na Região não atende aos fins de semana quando há maiores ocorrências. Foto: Andris Bovo
Nenhuma das delegacias do ABCD abre 24 horas aos fins de semana, dias de maior demanda

O ABCD, que pelo Censo 2010 tem quase 1 milhão de mulheres com mais de 20 anos, conta hoje com apenas quatro DDMs (Delegacias de Defesa da Mulher). Fosse esse o único problema, talvez não houvesse tantas reclamações de quem precisa e de quem trabalha com o serviço policial. As DDMs, administradas pela política de segurança pública do governo do Estado, são consideradas como um serviço sucateado por movimentos feministas, por mulheres que precisaram de proteção e pelos próprios funcionários das DDMs.

Os problemas começam com o horário de funcionamento. O distrito policial não abre 24 horas nos finais de semana, quando acontece o maior número de agressões contra a mulher, como lembra Dulce Xavier, coordenadora do Grupo de Trabalho de Gênero do Consórcio Intermunicipal, entidade que reúne as sete prefeituras.

Os problemas não param por aí. Durante reunião da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) da Violência contra a Mulher, no dia 22 deste mês, em Santo André, a delegada substituta da DDM de Diadema, Renata Lima, afirmou que policiais e outros profissionais com problemas administrativos, suspensos dos seus cargos originais, são “empurrados” para as DDMs, enxergadas dentro da própria Secretaria de Segurança Pública do Estado como distritos de menor importância.

“Acontece de profissionais com problemas irem para as DDMs. É comum. Mas as delegacias pouco podem fazer quando não são respaldadas pelo Judiciário. Se uma medida protetiva demora a ser liberada pelo juiz, ficamos de mãos atadas”, lamentou Renata Lima.

Qualificação - A coordenadora Dulce Xavier afirma que a qualificação dos profissionais das DDMs e mais distritos especializados em defesa da mulher são reivindicações do Consórcio Intermunicipal encaminhadas ao governo do Estado.

O secretário de Segurança de São Bernardo, Benedito Mariano, afirmou durante a reunião da CPMI que há discussão entre a cidade e o Estado para que o serviço melhore. “Não são apenas as delegacias da mulher que não ficam abertas 24 horas, há outras. Há uma demanda da Região para o governo do Estado: para que esses distritos fiquem abertos, é necessário ter mais 300 funcionários.”

Em nota, a Secretaria de Segurança do Estado afirma que quem trabalha nas DDMs é capaz para atender as demandas, e que todos os distritos policiais podem registrar boletins, não só as DDMs.


Vítima critica atendimento recebido


A servidora pública de São Bernardo Alexandra de Andrade Resende, 42 anos, precisou recorrer a uma DDM após sofrer agressão e ameaça de morte do ex-namorado, e conta que a experiência foi a pior possível. “Fui primeiro atendida por uma escrivã, que gritou comigo. Disse, na frente de todos, que se eu não me acalmasse não seria atendida. Tive de contar o que tinha acabado de acontecer comigo na frente de todos também.”

Alexandra foi agredida e ameaçada de morte em 31 de dezembro de 2011. No dia, a delegada de plantão na DDM de São Bernardo disse à vítima que poderia encaminhá-la para uma casa abrigo, mas disse que não poderia disponibilizar uma viatura para levá-la em casa, onde ela teria de pegar roupas e outros objetos pessoais, e depois para a casa abrigo.

“Disseram que eu teria de ir por conta própria, sendo que eu tinha sido violentada na porta de casa. Ou seja, os policiais queriam que eu voltasse sozinha ao local onde o agressor ainda poderia estar. Eu saí da delegacia e fui direto para uma favela comprar um revólver.”

A servidora passou a virada do ano sozinha em casa. Para se proteger, colocou o armário contra a porta principal do imóvel e passou a noite acordada com o revólver na mão.

Por Carol Scorce - ABCD Maior
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