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DATA DA PUBLICAÇÃO 04/12/2014 | Política
Governo Alckmin manda fechar torneiras do ABCD
Governo Alckmin manda fechar torneiras do ABCD Orlandino Romão, morador de Mauá, fica até uma semana sem água no Bairro Jardim Flórida; a solução encontrada foi buscar água diariamente em Rio Grande da Serra. Foto: Amanda Perobelli
Orlandino Romão, morador de Mauá, fica até uma semana sem água no Bairro Jardim Flórida; a solução encontrada foi buscar água diariamente em Rio Grande da Serra. Foto: Amanda Perobelli
Ao menos três cidades da Região estão seriamente prejudicadas pela redução de água pela Sabesp

O rodízio de abastecimento em Mauá está suspenso, ou melhor, agora acontece de forma natural diariamente em toda a cidade. O município foi o primeiro da Região a adotar a medida, após a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) reduzir em 22% o envio de água. A suspensão da medida foi necessária após a companhia diminuir mais 8% da água da cidade na última quinzena, totalizando uma redução de 30%.

Dessa forma, o sistema de 4 por 1 (quatro dias de abastecimento por um de corte) se tornou inviável, uma vez que a crise hídrica se alastrou para todos os bairros. A cidade estuda ainda possibilidade de implantar lei para multar quem desperdiçar água.

Especialistas e técnicos em abastecimento urbano apontam que a atual seca no Estado de São Paulo poderia ser minimizada se houvesse investimento em produção de água e construção de novos reservatórios. O problema aumentou nos últimos dois anos. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) evitou a todo custo assumir a gravidade do problema antes das eleições e adotou medidas de racionamento velado. O impacto disso é sentido no volume dos seis reservatórios metropolitanos, além de cidades como Santo André, São Caetano e Mauá.

Em São Caetano, município totalmente dependente do sistema Cantareira (com 8,4% do nível do segundo volume morto) teve o abastecimento reduzido pela Sabesp em 15% desde fevereiro. A Prefeitura lançou mão de campanhas de consumo consciente e por conta disso nem os bairros mais elevados sofrem com falta d’água. Porém, a Administração municipal prevê possíveis problemas já no início de 2015.

Em Mauá, desde julho de 2014 a vazão foi reduzida pela Sabesp de 600 para até 170 litros por segundo (valor registrado nas últimas semanas). Na semana passada, no maior reservatório da cidade, a água não chegava aos 30 centímetros de altura. No domingo (30/11) foi necessária a intervenção do prefeito Donisete Braga (PT) para que o Estado aumentasse o fornecimento. “Se a situação continuar, a cidade vai entrar em crise”, salientou o superintendente da Sama (Saneamento de Mauá), Paulo Sérgio Pereira.

Desde outubro, a autarquia abastecia hospitais, creches, escolas e prédios públicos com caminhões-pipa. Agora, residencias também vão receber a visita dos veículos que vão passar de três para oito unidades.“Tem bairros que ficam mais de três dias sem nenhuma água. Isso é um rodízio natural”, explicou Pereira. Em Mauá, 70% da cidade recebe água que a Sabesp retira do sistema Rio Claro (com 30,4% do volume) e o restante depende do Alto Tietê, com 5,4% da capacidade útil.

Santo André - O caso dos andreenses também é grave já que metade da cidade recebe água do Alto Tietê. No fim da tarde muitas residências têm o fornecimento cortado até a madrugada. Até julho, 30% da água para a cidade vinha do sistema Rio Grande. A gestão do Estado fez com que o percentual aumentasse para 50%. Mesmo assim, gestores do Semasa não descartam a possibilidade de adotarem o racionamento em 2015.

Morador de Mauá busca água em Rio Grande da Serra
Se a seca tomou conta de Mauá, como é a situação de moradores de regiões altas, onde as torneiras ficam sem água por até uma semana? A solução se encontra a quilômetros dali. Todos os dias o aposentado Ordalino Coelho Romão, de 70 anos, faz duas viagens de ônibus e trem, e mais 40 minutos de caminhada, até uma bica pública em Rio Grande da Serra, onde abastece dois galões de 20 litros. Há um mês é esse o trajeto feito sete dias por semana por seu Romão, que tem dificuldade de locomoção por conta da osteoporose.

Ele mora no Jardim Flórida, em um local onde vizinhos também dependem da água alheia. “Faço isso para manter as necessidades básicas. Teve dias que a pia fedia muito, pois estava cheia de panelas sujas”, contou o aposentado. No banheiro, ele mantém um balde de água reaproveitada, que serve para dar a descarga. “É muito peso para mim, mas não tenho outra alternativa”, lamentou. Na rua da sua casa a comerciante Marlene Caparroz da Silva, 65 anos, recorre a outros bairros para pegar água. “A roupa e a louça acumulam, as crianças não tomam banho. É uma situação muito triste”, descreveu.

A Sabesp foi procurada para comentar a situação das cidades. Porém, até o fechamento desta edição a companhia não não se pronunciou.

Por Renan Fonseca - ABCD Maior
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