NOTÍCIA ANTERIOR
Lenovo compra CCE e busca liderança em PCs no Brasil
PRÓXIMA NOTÍCIA
Ações do Facebook têm sido ''decepcionantes'' e aposta em HTML 5 foi erro, diz Zuckerberg
DATA DA PUBLICAÇÃO 11/09/2012 | Informática
Google briga com Amazon para se tornar site de compras mais popular da web
The New York Times Se você estiver procurando por uma furadeira elétrica ou um par de jeans na Internet, o mais provável é que você comece sua busca pelo Google ou pela Amazon. Por qual dos dois você começaria sua procura?

Nos bastidores, as duas empresas estão envolvidas em uma guerra pelo posto de maior site de comércio eletrônico. E os demais sites de comércio eletrônico, grandes ou pequenos, se veem apanhados no fogo cruzado. Quanto aos consumidores, o ponto importante é saber se eles continuarão capazes de buscar todos os produtos disponíveis on-line.

Tentando derrotar a Amazon, o Google recentemente alterou o Google Shopping e passou a exigir que as empresas que desejam ter seus sites listados nos retornos de busca desse serviço paguem por isso. Assim, os retornos passam a constituir publicidade. Anteriormente, a inclusão era gratuita.

O Google diz que a mudança vai melhorar seus resultados de busca de compras porque os varejistas oferecerão dados mais precisos e atualizados caso estejam pagando por isso. A companhia diz que os retornos do serviço estavam poluídos com produtos desatualizados ou informações que iludiam os consumidores quanto a detalhes como o custo do frete.

Ao requisitar que o varejo pague para que seus sites constem no resultado da pesquisa, "os incentivos ficam alinhados de modo que os dados que recebemos tenham maior qualidade", diz Sameer Samat, vice-presidente de gestão de produtos do Google Shopping (antigamente conhecido como Google Product Search ou, antes ainda, como Froogle). "Com dados melhores, podemos oferecer experiência melhor aos usuários".

Ainda que alguns varejistas concordem e digam que a decisão pode até beneficiar suas vendas, outros estão em pânico. Alguns afirmam que não pagarão para constar nos resultados ou escolherão menos produtos para dar destaque --o que pode reduzir a seleção de produtos oferecida aos usuários do Google.

GOOGLE VS. AMAZON

A medida é uma forma de o Google ganhar dinheiro junto ao varejo, setor que abarca alguns de seus anunciantes mais lucrativos, mas a empresa também precisa melhorar seus retornos de busca se deseja evitar a perda de clientes preciosos para a Amazon.

"Google e Amazon têm ambos o mesmo objetivo final: servir como destino para as buscas de produtos dos usuários. A Amazon está vencendo essa batalha", diz Michael Griffin, fundador e vice-presidente de tecnologia da Adlucent, que faz trabalhos de marketing de busca para sites de varejo online e foi diretor dos serviços de busca pagos da Amazon.

Enquanto isso, a Amazon já retirou os produtos que listava nos retornos do Google Shopping. Se você está procurando por um Kindle, o Google Shopping oferece Kindles vendidos pelo Best Buy, eBay e sites chamados Fumfle e Glyde, mas não pela Amazon.

Mas a Amazon não descarta a possibilidade de pagar ao Google pela inclusão de seus produtos nos resultados da busca, segundo uma pessoa informada sobre a estratégia da empresa que falou sob a condição de anonimato.

Em 2009, quase um quarto dos consumidores começou a pesquisa para suas compras on-line usando serviços de busca como o Google e 18% começavam pela Amazon, de acordo com um estudo da Forrester Research.

Mas, no ano passado, quase um terço deles começaram suas buscas pela Amazon, e apenas 13% recorreram a serviços de busca. As buscas de produtos na Amazon cresceram em 73% ao longo dos últimos 12 meses, enquanto as buscas no Google Shopping se mantiveram inalteradas, de acordo com a comScore.

DIVERSIFICAÇÃO DO GOOGLE

A inclusão paga nos retornos do Google Shopping começou a ser implementada algumas semanas atrás, e será concluída antes do final do ano. É parte do arsenal expandido que o Google está adotando para o comércio eletrônico, que inclui o serviço de pagamentos Google Wallet, o aplicativo móvel Google Shopper (para busca de produtos disponíveis nas proximidades da localização do usuário) e o Offers (um serviço de ofertas diárias).

Pesquisas realizadas no serviço convencional de buscas do Google continuam a gerar retornos de toda a rede, e não envolvem pagamento, mas vêm acompanhadas por uma barra com imagens de produtos, preços e descrições veiculados por anunciantes que pagam à empresa. Se alguém faz uma busca de produtos usando o Google.com/shopping, todos os resultados são resultados pagos.

A maior parte dos demais serviços de comparação de preços também apresentam retornos pagos, como o Yahoo Shopping, o Nextag e o PriceGrabber. O Bing Shopping, da Microsoft, é gratuito para os varejistas, mas apresenta alguns retornos pagos como resultado de sua parceria com a Shopping.com, subsidiária do eBay.

VAREJISTAS REFÉNS

Mas a maioria dos varejistas diz que o Google é a mais importante fonte de consumidores on-line, e alguns deles dizem que não têm como pagar pela listagem de todos os seus produtos nos retornos.

"Se você é varejista e não tem o orçamento da Amazon, eBay, Best Buy ou Wal-Mart, isso será um verdadeiro desafio", diz Gerry Bavaro, vice-presidente sênior de desempenho de mídia na Digitas, que tem entre seus clientes a P&G (Procter & Gamble).

Mehran Esmaili, proprietário da Shoe Biz, uma loja de sapatos de San Francisco que opera também um site de comércio eletrônico, diz que quando as buscas apresentavam retornos gratuitos, ele conseguia se manter competitivo ao oferecer retornos atualizados e descritivos.

"Se fizéssemos tudo corretamente, nos tornávamos visíveis e passíveis de busca", diz Esmaili. "Agora, se não tivermos orçamento para tanto, nossa visibilidade desaparecerá".

Samat, do Google, disse que sua companhia ajuda os pequenos varejistas de diversas maneiras, o que inclui oferecer a elas a escolha de pagar quando os clientes clicam em um retorno ou quando fazem a compra, e também por meio do programa Trusted Stores, que serve para comprovar a reputação dos varejistas.

Como a Shoe Biz, outras empresas de varejo descrevem uma relação de amor e ódio com o Google. Seus sites dependem do serviço de buscas para receber tráfego, mas alguns se sentem frustrados com a mudança no sistema do Google Shopping e a adoção de retornos pagos.

PAGAR OU NÃO PAGAR

David Lonczaj, vice-presidente de comércio e marketing da Drugstore.com, Beauty.com e Walgrens.com, diz que a mudança o havia estimulado a buscas alternativas de compras, mas que ele não tinha escolha a não ser listar seus produtos também no Google Shopping. "Não fazê-lo por motivos de protesto prejudicaria mais a nós que ao Google."

A Wayfair, uma grande loja on-line de mobília, antes enviava atualizações sobre todos os seus produtos ao Google. Agora, planeja listar apenas 40% de suas mercadorias.

O Google não informa o número de empresas de varejo que estão pagando por retornos de busca, limitando-se a dizer que sua participação é "significativa".

A Channel Advisor, consultoria de marketing para empresas de comércio eletrônico, disse que, entre as centenas de clientes de varejo que atende, 63% começaram a pagar ao Google. Para esses sites, o faturamento por visita a link de produto triplicou. Um desses clientes, a ToolKing.com, uma loja de ferramentas on-line, disse que o tráfego do Google e o número de pessoas que concretizam compras depois de chegarem ao seu site enviadas pelo serviço de busca subiram em mais de 50%.

Se um varejista reduz o número de produtos pelos quais paga nos retornos do Google Shopping, os consumidores podem procurar em outro lugar, como a Amazon, por listas mais abrangentes.

"Vai chegar o dia em que alguém se recusará a pagar", diz Kristopher Kubicki, cofundador da Dynamite Data, que monitora sites de comércio eletrônico para seus clientes do varejo. "E mais cedo ou mais tarde o consumidor deixará de confiar nesse aplicativo porque ele não estará mais oferecendo verdadeira comparação de preços, e sim simplesmente uma série de anúncios."

Tradução de PAULO MIGLIACCI

Por Claire Cain Miller e Stephanie Clifford, de ''The New York Times'' - Folha Online
Assine nosso Feed RSS
Últimas Notícias Gerais - Clique Aqui
As últimas | Informática
19/09/2018 | Grupo Renault Nissan terá sistema operacional Android em seus carros
18/09/2018 | A corrida para a criação do computador mais poderoso da história
11/06/2018 | Google tira ovos de emoji de salada para agradar veganos
As mais lidas de Informática
Relação não gerada ainda
As mais lidas no Geral
Relação não gerada ainda
Mauá Virtual
O Guia Virtual da Cidade

Todos os direitos reservados - 2024 - Desde 2003 à 7711 dias no ar.