NOTÍCIA ANTERIOR
Candidatos enfrentam filas para tirar a primeira carteira de habilitação
PRÓXIMA NOTÍCIA
Venda de veículos no Japão tem maior alta em 37 anos
DATA DA PUBLICAÇÃO 30/11/2009 | Veículos
GM prevê vender quase 1 milhão de carros em 2012, diz presidente ao G1
O presidente da General Motors do Brasil, Jaime Ardila, tem como meta produzir e vender 1 milhão de carros até o final de 2012. Para isso, contará com o investimento de R$ 5 bilhões para a renovação de toda a linha de produtos da marca Chevrolet. "Estamos fazendo o trabalho que precisa ser feito, que é o trabalho no produto. Tem que fazer isso com humildade porque esse é um negócio que todos têm bom produto, todos têm boa tecnologia e é o cliente que manda, não são as companhias", afirmou Ardila ao G1 em entrevista exclusiva. Assista a trecho da entrevista no vídeo ao lado.

Ao G1, o executivo também comentou sobre a propaganda do Agile, um carro recém-lançado pela montadora. O anúncio foi apontado como pró-governo, por relembrar pontos positivos da história recente do Brasil. Críticos lembraram que o plano de investimento da montadora, estimado em R$ 5 bilhões, está apoiado em um empréstimo de R$ 450 milhões de uma instituição pública, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). "Alguns falaram que era uma propaganda aos governos brasileiros, o que achei muito interessante porque são governos de partidos diferentes. Se for assim, ficamos equilibrados, fora da política", disse Ardila, lembrando que a peça mostra fatos que ocorreram durante os governos FHC (PSDB, 1995-2002) e Lula (PT, desde 2003).

Com dois projetos nacionais que englobam, pelo menos, o desenvolvimento de seis novos modelos no país, entre eles, o Agile, a General Motors do Brasil conquista a independência da matriz norte-americana, que ainda tenta se recuperar da forte crise que a levou a recorrer à lei de falências dos Estados Unidos. Do total que será investido, R$ 2 bilhões já são aplicados, sendo R$ 1 bilhão do caixa da própria GM do Brasil. O restante é financiado por bancos brasileiros. A filial brasileira também será responsável pela fabricação de dois produtos para os Estados Unidos e Ásia.

G1 — Em relação à propaganda do Agile, ela ressalta os últimos 15 anos de progresso do Brasil. Seria um recado para a matriz, que também tem foco na China e na índia, outros países com forte potencial mercado?
Jaime Ardila — Alguns falaram que era uma propaganda aos governos brasileiros, o que achei muito interessante porque são governos de partidos diferentes. Se for assim, ficamos equilibrados, fora da política. O Brasil atingiu um patamar novo dentro do cenário mundial nos últimos anos, isso ninguém duvida, o país ficou mais importante e mais atraente para os investidores estrangeiros. Tem uma sólida economia, com crescimento sustentável, isso faz para nós, investidores da indústria automobilística, um país muito mais importante. Já era para a GM um país muito importante, agora virou ainda mais. A propaganda é um paralelo entre a história do Brasil e da Chevrolet. Estamos 85 anos no Brasil, nestes anos tivemos as mesmas alegrias e tristezas dos brasileiros. E hoje estamos na Chevrolet em um patamar de sucesso. Isso justificou os investimentos em um plano de cinco anos, o que precisa de uma confiança muito grande no futuro do Brasil.


G1 — Qual será o próximo lançamento dentro da linha do Agile?
Jaime Ardila — Fechamos o compromisso de investir R$ 5 bilhões, de 2008 a 2012, para fazer a renovação completa de nosso portfólio de produtos. O primeiro projeto que é o Viva já tem um modelo no mercado, o Agile, e vair ter um segundo modelo durante o terceiro trimestre do próximo ano, que será fabricado em nossa planta de São Caetano do Sul.

G1 — Já pode adiantar se é um sedã, utilitário ou picape?
Jaime Ardila — Ainda não posso, vamos fazer o anúncio dentro de seis meses, mas posso prometer que terá tanto sucesso quanto o Agile, que está com demanda muito acima das nossas expectativas e, na verdade, acima da capacidade de produção que nós temos na planta de Rosário, na Argentina. Vamos aumentar a produção lá, para isso estamos fazendo investimento adicional. Estamos produzindo 6 mil unidades por mês e vamos tentar aumentar para 8 mil unidades por mês, o que dá além das 25 mil unidades que pensamos para o próximo ano, umas 24 mil a 25 mil unidades a mais.

G1 — E sobre a outra família de modelos, o chamado projeto Ônix?
Jaime Ardila — A nova família Ônix terá pelo menos dois modelos novos, a ser produzidos na fábrica de Gravataí, no Rio Grande do Sul. O investimento feito lá (de R$ 1,4 bilhão) foi exclusivo para este projeto. Além disso, anunciamos a construção da fábrica de motores de Joinville, vai ser uma planta nova para motores e transmissões, que abastecerá a nova família Onix e, provavelmente, outros modelos. Fizemos também um anúncio em São José dos Campos de investimento de R$ 1 bilhão para dois novos modelos. Sobre quais serão, ainda estão em processo de definição.

G1 — Seria uma picape?
Jaime Ardila — Nós temos uma responsabilidade em nível global da GM por uma picape. Uma nova picape compacta, na verdade não é compacta, para nós no Brasil seria de tamanho médio.

G1 — É a substituta da S10?
Jaime Ardila — Não é uma picape para o mercado brasileiro. Vai ser vendida nos Estados Unidos, sem dúvida em alguns países da Ásia e estamos em processo de decisão para o Brasil e para os países do Mercosul, mas ainda não temos essa definição.

G1 — O projeto Ônix trará nova plataforma e motorização. Será o projeto mais importante para o Brasil?
Jaime Ardila — É uma plataforma nova, moderna, com todos os elementos de segurança, conforto e tecnologia de toda linha nova de produtos da GM em nível global. A motorização ainda está em processo de definição também, esse é um projeto de alto volume. Nós não faríamos no Brasil, especialmente em Gravataí que é uma planta muito grande, produtos de volume pequeno.

G1 — Então seriam compactos?
Jaime Ardila — Em geral, segmentos de alto volume do mercado, que vão precisar de ampliação da capacidade de 225 mil unidades que temos hoje até, provavelmente, acima de 250 mil unidades, então estamos falando de produtos de muito volume. O Ônix começará em outubro de 2012.

G1 — Esse projeto é desenvolvido na Coreia do Sul?
Jaime Ardila — Não, esse projeto é desenvolvido aqui no Brasil, no nosso centro tecnológico. Temos uma cooperação muito estreita hoje com o centro tecnológico da Coreia do Sul e da China, além da cooperação que já tínhamos com a Opel (divisão europeia), que continua normal. Mas para os próximos anos o que nós vemos é que a cooperação com a Coreia vai ser muito estreita, porque o tipo de produtos que eles estão fazendo é muito parecido com o nosso.

G1 — Quais são as perspectivas da Chevrolet para trazer carros para o Brasil, já que a valorização do real diante do dólar traz vantagem a este tipo de negócio?
Jaime Ardila — Hoje estamos trazendo dois produtos importados fora do Mercosul que são o Omega, que vem da Austrália, e a Captiva, do México. A nossa ideia é importar e continuar olhando oportunidades de importação para produtos de volume baixo, ou seja, segmentos que são nichos de mercado, com preços altos. Estamos explorando oportunidades com o México, porque temos acordo comercial com eles e importamos sem impostos, e estamos olhando oportunidades com os Estados Unidos e em outros países também, mas sempre em baixo volume. Eu gostaria de ter um sedã premium dentro da nossa linha de produtos entre o Vectra e o Ômega, e avaliamos várias alternativas. Os SUVs (utilitários esportivos) continuam sendo um segmento interessante para nós e o sucesso da Captiva fez com que o nosso interesse aumentasse. Essas são as duas áreas em que eu falaria que estamos interessados.

G1 — Com a nova cara para a Chevrolet aqui, quais são as perspectivas de produção e vendas para 2012, quando termina os investimentos de renovação de produtos?
Jaime Ardila — Acredito que a indústria atingirá patamar muito próximo a 4 milhões de unidades, incluindo caminhões e ônibus, para 2012/2013. Como a nossa participação de mercado é de, aproximadamente, 20% estamos falando de 800 mil carros, além do que exportamos. Isso faz com que a meta de produzir e vender um milhão de unidades não esteja muito longe, na verdade, nossa ideia é nos aproximar de um milhão de unidades nessa data.

G1 — Não foi só a GM que anunciou novos investimentos há pouco. Na semana passada, a Ford disse que vai investir R$ 4 bilhões no Brasil e um dos objetivos é se aproximar da GM, porque existe um “buraco” entre a duas em participação de mercado no Brasil. Vocês vão focar a preocupação em se proteger da Ford ou continuar de olho em Fiat e Volkswagen para puxar o mercado deles?
Jaime Ardila — Essa é uma pergunta interessante. O buraco que existe entre a Chevrolet e o primeiro do mercado é muito menor do que o buraco que existe entre a Chevrolet e o concorrente que está atrás de nós. Então nosso foco, por enquanto, continua para frente, continua fechando essa diferença que existe entre nós e o líder do mercado. E estamos fazendo o trabalho que precisa ser feito, que é o trabalho no produto. Você tem que fazer isso com humildade porque esse é um negócio que todos têm bom produto, todos têm boa tecnologia e é o cliente que manda, não são as companhias. Ao final, nosso esforço é dar para o cliente um produto que esteja além das expectativas e os investimentos estão sendo feitos para nós merecermos a confiança e a preferência dos consumidores. Já temos atingido um patamar muito importante, acho que temos uma base sólida para continuar crescendo.

Por Priscila Dal Poggetto - G1, em São Caetano do Sul (SP)
Assine nosso Feed RSS
Últimas Notícias Gerais - Clique Aqui
As últimas | Veículos
19/09/2018 | Volkswagen faz recall de uma unidade do Tiguan Allspace
19/09/2018 | Detran.SP leiloa 287 veículos na Grande São Paulo
18/09/2018 | Prefeitura de SP lança site para divulgar dados sobre acidentes de trânsito
As mais lidas de Veículos
Relação não gerada ainda
As mais lidas no Geral
Relação não gerada ainda
Mauá Virtual
O Guia Virtual da Cidade

Todos os direitos reservados - 2024 - Desde 2003 à 7689 dias no ar.