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DATA DA PUBLICAÇÃO 04/04/2009 | Setecidades
GCMs de Ribeirão dizem que humilhação foi brincadeira
O guarda civil municipal de Ribeirão Pires Sandro Torres Amante, que humilhou e descarregou espuma de um extintor de incêndio contra um morador de rua deficiente mental que lhe pediu um copo de água, e seu irmão Emerson, também guarda, que gravou a ação em vídeo, prestaram ontem depoimento à polícia e afirmaram que tudo não passou de uma brincadeira.

Na versão apresentada no interrogatório, Sandro e Emerson contam que no dia em que as imagens foram gravadas estavam de folga e foram até a base da GCM - que fica em frente ao terminal rodoviário - para pintar o local.

Acostumado a frequentar a base, o andarilho Wallace, 27 anos, tratado pelos irmãos como um amigo, passou parte do dia assistindo televisão no posto enquanto os guardas pintavam o prédio. Na hora de sair, o aparelho foi desligado.

Para ter nova oportunidade de ligar a televisão, Wallace pediu um copo de água para Sandro. Depois de perguntar se ele queria gás de pimenta, borrachada ou um tiro, o guarda acionou o extintor contra o morador de rua e gargalhou.

Aproveitando as imagens da nova pintura da base que captava em seu celular, Emerson gravou as cenas de humilhação e agressão.

"Me arrependo porque fiz uma brincadeira, mas não foi com a intenção de agredi-lo ou colocá-lo em situação vexatória. Não fiz por maldade e sou obrigado a reconhecer que a brincadeira não foi feliz", disse Sandro.

O delegado titular de Ribeirão Pires, Roberto Borges dos Santos, os guardas disseram que fazer vídeos de ocorrências - como acidentes de trânsito e outras diligências - e passar as gravações para outros integrantes da corporação é uma prática comum entre os guardas.

Dessa forma, as imagens da agressão teriam se espalhado até chegarem ao conhecimento de outro guarda, que, indignado com a atitude dos colegas, denunciou à polícia.

"Eles disseram que foi uma brincadeira, mas agora se transformou em crime", disse o delegado.

Apesar de o boletim de ocorrência ter sido registrado em 30 de janeiro, os dois acusados, a vítima e o denunciante foram convocados para prestar depoimento nesta semana.

Também ouvida, a mãe de Wallace, que mora em Mauá, contou que o filho foi atropelado quando criança. O acidente teria deixado sequelas no rapaz, que não mora com a família e passa os dias caminhando e pedindo esmola pelo Centro.

Denúncia - Promotora de Justiça de Ribeirão Pires, Thelma Thais Caverzere informou que após o término do inquérito policial, vai denunciar os irmãos por abuso de autoridade e injúria.

Paralelamente, a Prefeitura instaurou processo administrativo para investigar o comportamento dos funcionários. A sindicância foi aberta em 29 de janeiro.

Professora de Ciências Sociais da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), Mônica de Souza explica que a cena registrada "é um caso de arbitrariedade, que exemplifica o que a sociedade identifica naqueles que não são consideradas como dentro dos nossos padrões". (colaborou William Cardoso)

Por André Vieira - Diário do Grande ABC / Foto: Nario Barbosa
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