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DATA DA PUBLICAÇÃO 26/12/2015 | Cidade
GCM de Mauá combate a violência doméstica
GCM de Mauá combate a violência doméstica Crédito: Evandro Oliveira
Crédito: Evandro Oliveira
Forma de acompanhamento às vítimas e encaminhamento para serviços têm-se mostrado importante diferencial ajudando mais de 180 pessoas em Mauá

Um trabalho inédito na cidade está sendo realizado para inibir e atender ocorrências relacionadas à violência doméstica, contando com a experiência e atenção da Guarda Civil Municipal. Trata-se do programa municipal Patrulhamento Lei Maria da Penha. Iniciado em agosto de 2014, o trabalho já atendeu a 180 vítimas, sendo que, com o atendimento, 45 chegaram a ser encaminhadas a serviços de saúde, assistência social e geração de trabalho e renda, por exemplo.

A iniciativa partiu da demanda identificada pelas estatísticas da Secretaria de Segurança Pública, por meio de seu Observatório, e já teve sua eficácia reconhecida pelo Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM). As atividades deste Gabinete norteiam as ações integradas da política de segurança pública no município e reúnem representantes da Prefeitura, Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros, entre outros.

Segundo a delegada titular da Delegacia da Mulher, Helena Vieira de Lima, 80% das ocorrências atendidas no local estão relacionadas à violência doméstica. Ela ocorre quando há agressão física ou emocional dentro de casa, envolvendo pessoas de convivência muito próxima, inclusive crianças e idosos. A vítima, geralmente, tem baixa autoestima e/ou tem dependência emocional ou material do agressor, que costuma acusá-la de ter provocado a reação violenta. Muitas vezes, o agressor promete que nunca mais vai repetir este tipo de comportamento, o que não corresponde à realidade.

O diferencial do trabalho está na atenção prestada pelos guardas civis municipais (gcm). Ivani de Souza Moura é gcm há 21 anos; Marcelo Moreira da Silva há 19 anos; e Walter Lima há 15 anos. Todos os dias eles circulam, aproximadamente, 130 km, fardados e em viatura caracterizada da GCM. Esta quilometragem se reduz quando ocorre uma denúncia ou flagrante de violência doméstica, já que a atenção fornecida pelos profissionais se estende por horas ao acompanhar as vítimas pelos serviços. "Este trabalho é muito importante porque ajuda a tirar a Lei Maria da Penha do papel", acredita Lima.

Eles comemoram um dos casos cujo desdobramento foi bem-sucedido. A vítima, Andréia, que tem três filhos, foi encontrada pela primeira vez há seis meses. "Tinha autoestima em baixa, insegura, totalmente dependente do marido, ela superou todas as barreiras. Ela hoje trabalha muito, paga seu próprio aluguel, cria os filhos...", orgulha-se Moura. O ex-companheiro teve expedida ordem de prisão pela Justiça, por estar devendo pensão alimentícia.

“Era só guerra nos três meses em que eles moraram aqui; até a gente entender o que acontecia, acreditamos nele que dizia que ela era doida e não tinha tomado os remédios”, disse a diarista Vera, denunciante e ex-vizinha de Cristiane. Vera acompanhou todo o atendimento prestado pelos guardas à Cristiane e aprovou o resultado. “A Cristiane ficou apenas um dia na Casa Abrigo, veio aqui, pegou as poucas coisas que ainda tinha e foi embora para Pernambuco”, disse. Segundo a vizinha, “com a ajuda dos guardas ela teve força pra reagir, parecia outra pessoa, foi embora toda bonita e feliz, dizendo que nunca mais aquilo aconteceria com ela de novo.”

A história de Cristiane replica a mesma de diversas mulheres brasileiras. Agredida pelo companheiro, ela foi encontrada pelos guardas com o rosto desfigurado e hematomas pelo corpo. Não conseguia se mexer, mas foi levada, juntamente com o filho de dois anos, para atendimento na rede do serviço destinado às vítimas de violência doméstica: Hospital Nardini, Delegacia da Mulher, Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), Instituto Médico Legal e Casa Abrigo. A ordem de atendimento varia conforme o caso.

Mas, o que acontece com uma mulher que se submete aos maus tratos? Segundo outra vítima, “algumas mulheres não percebem porque a violência começa aos poucos, com desrespeito seguido de pedidos de desculpas. Com o tempo, isso evolui para agressão física, quando a auto-estima já não existe mais e ela não consegue se defender. A vergonha impede o pedido de ajuda aos familiares, vizinhos ou amigos. Daí a importância da Lei Maria da Penha dar suporte à reação e punir os agressores.”

A delegada reconhece que muitas mulheres denunciam a agressão do companheiro e depois desistem de dar andamento ao processo judicial. "Funciona como uma tentativa de assustar para que a atitude se modifique", disse. Além disso, infelizmente, o comportamento agressivo pode ser repetido pelos filhos que o testemunham ao chegarem à vida adulta.

“É importante o atendimento dos agressores também. O gcm Moreira acredita que a Educação pode evitar este tipo de violência. “A gente se revolta com esse tipo de situação porque o homem é mais forte e utiliza isso para intimidar, fora a agressão psicológica. Contraria tudo o que a gente aprendeu na família”, considera o gcm.

Por Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Mauá
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