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DATA DA PUBLICAÇÃO 02/10/2015 | Setecidades
Gato de Santo André encarna personagens e faz sucesso na web
 Gato de Santo André encarna personagens e faz sucesso na web Foto: Reprodução / Facebook
Foto: Reprodução / Facebook
A sala de estar serve de cenário. Em cima da mesa de centro, prato e talheres posicionados. A refeição? Uma porção de gelo. Sim, bem “light”, afinal o projeto verão começou. Menos de cinco minutos e tudo está pronto. Luz adequada, câmera posicionada e lá vem ele, todo simpático, dando boas-vindas às visitas. Mas ele é profissional e não perde o foco. Sabe que está em horário de expediente e, orientado por uma de suas “mães”, logo se coloca atrás da mesa e se prepara para mais uma sessão de fotos.

Esta é a rotina de Chico, o gato vira-lata de 3 anos, 7,2 kg e morador da Vila Bastos, em Santo André. O bichano é a estrela do perfil “Cansei de Ser Gato”, febre na internet desde sua criação, há dois anos. Hoje, as fotos de Chico podem ser acompanhadas pelos fãs no Facebook, Instagram, Snapchat e em seu site. Atualmente são mais de 117 mil seguidores apenas no Instagram e 345 mil no Facebook.

A ideia do “Cansei” surgiu de forma espontânea, assim como o próprio Chico na vida de suas “mães”, as publicitárias Amanda Nori, 27 anos, e Stéfany Guimarães, 26. “Uma amiga nossa foi para Socorro, no Interior, e encontrou Chico cheio de vermes, pulgas e ferimentos. Ela resolveu trazê-lo para São Paulo e começou a procurar pet shops que pudessem ficar com ele. Nós já tínhamos a Madalena, nossa outra gata vira-lata, hoje também com 3 anos, e queríamos outro gatinho. Quando ela soube, nos entregou o Chico, aos 3 meses de vida”, conta Stéfany. Foi amor à primeira vista - delas com ele e dele com a fotografia. “Ele sempre foi muito fotogênico, gosta de encarar a câmera.”

Além de Madalena, Chico tem outros dois companheiros – Maria Tereza e Sebastião, ambos com 2 anos e também sem raça definida. Nessa família, porém, a veia artística é exclusividade de Chico. Nenhum dos outros três gosta muito de ser fotografado. Parecem preferir o anonimato.

Certa vez, um amigo das publicitários presenteou Chico com um par de chifres que trouxe dos Estados Unidos. A partir daí, a brincadeira não parou mais. “Começamos a equilibrar coisas na cabeça dele, vesti-lo com vários acessórios e postar tudo isso, sempre com a legenda ''cansei de ser gato, virei tal coisa''", explica Amanda. No começo, as fotos eram publicadas apenas no Instagram da jovem. Quando decidiram criam um perfil só de Chico, veio o susto: cinco mil seguidores conquistados somente no primeiro dia. Mais de 20 mil em um mês.

Nos posts, Chico se fantasia de uma série personagens reais ou da ficção, como Christian Grey (de Cinquenta Tons de Cinza), Batman, o traficante Pablo Escobar, O Pequeno Príncipe, a atriz Meryl Streep, entre tantos outros. “A vida é curta demais, mas eu tenho sete. Vou aproveitar para ser uma coisa por dia” é o lema do bichano, descrito em seu perfil. Sua rotina também é narrada, como idas ao médico, refeições e comemorações de aniversário.

Grandes empresas começaram a procurar Chico para associar a imagem da marca ao gato. “Percebemos que tínhamos uma negócio na mão e que precisávamos nos dedicar naquele momento”, diz Stéfany. Contratos com os mais variados segmentos já foram firmados, desde ração animal até faculdades, produtos alimentícios e de vestuário. Para as publicitárias, isso acontece porque as organizações cada vez mais querem atingir o público de forma mais pessoal, querem alguém “que fale a língua” dos consumidores. Nada melhor do que um gato, que pode se transformar em quase tudo e que é garantia de muitos “likes”.

Após quatro meses do “Cansei de Ser Gato”, as duas decidiram sair de seus respectivos empregos e apostar todas as fichas no perfil. “No começo, fazíamos as fotos logo cedo, antes de sair para o trabalho. Usávamos o celular mesmo e a iluminação natural da manhã. O problema era que se acontecia algo durante a tarde, não conseguíamos produzir a foto na hora. Ficava para o outro dia e isso na internet é ruim, pois tudo tem de ser instantâneo”, afirma Amanda.

Hoje, as duas ficam ligadas em tudo o que acontece no mundo, atentas ao que pode ser reproduzido por Chico em forma de meme. “Alguns amigos mais conservadores acharam que estávamos loucas ao largar nossos empregos, mas nossa família nos apoiou e não sentimos medo. Claro que houve uma preocupação, mas acreditávamos muito que ia dar certo”, afirma Amanda. Elas garantem que hoje ganham mais do que quando eram empregadas e que não pretendem voltar a “bater cartão” tão cedo.

Atualmente, Chico conta com uma estrutura melhor de trabalho. As fotos são feitas com uma câmera profissional e uma modelista confecciona algumas das roupas usadas por ele. Todo o processo é feito de forma a respeitar os limites do animal. Se ele não “estiver a fim”, a sessão de fotos não acontece. Quem tem gatos sabe: de personalidade forte, eles só fazem o que querem, quando querem e se querem. No entanto, segundo Amanda e Stéfany, Chico tem muita disposição e os momentos de preguiça são raros. “Ele até já vem sozinho para a sala todas as manhã para ser fotografado. Já criou uma rotina”, diz Stéfany.

A fórmula do sucesso? Para as publicitárias, a originalidade. “Se copiássemos algo que já existia, não iria funcionar. Fizemos algo novo, original. Até hoje não surgiu nada parecido”, afirma Amanda. “Foi despretensioso e engraçado. As pessoas gostaram”, completa Stéfany.

Para o futuro – Novidades vem por aí. Em novembro, será lançada a biografia “autorizada” do Chico, intitulada “Cansei de Ser Gato: Do Capim ao Sachê”.

O projeto levou um ano para ser concluído e contou com o apoio da editora Intrínseca. São 164 páginas entre texto e fotos inéditas, que narram como o gatinho sofrido saiu do Interior e virou uma celebridade.

Ainda este ano, Chico vai estrear seu talk show. Em um canal no YouTube, o bichano vai entrevistar personalidades em um telhado, simulado por meio de cromaqui. Os miados serão “traduzidos” em legenda. A previsão é que o programa piloto saia no fim deste mês.

Por Marília Montich - Diário do Grande ABC
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