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DATA DA PUBLICAÇÃO 18/08/2015 | Economia
Gastos em hipermercados crescem 21,55% em cinco meses
Gastos em hipermercados crescem 21,55% em cinco meses Foto: Denis Maciel/DGABC
Foto: Denis Maciel/DGABC
Desde abril, os gastos com produtos alimentícios em hipermercados da região sofreram aumento de 21,55%, de acordo com levantamento feito ontem pelo Diário. A pesquisa, realizada mensalmente, avalia 17 itens básicos em um supermercado e um hipermercado do Grande ABC, equivalentes ao necessário para suprir uma família de quatro pessoas durante uma semana.

No entanto, entre abril e julho, a inflação oficial do País, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), atingiu alta de 2,89%. Vale lembrar que o mês de agosto não foi incluído, porque os dados deste mês só saem no inicio de setembro.

Ao comparar a variação do IPCA com a alta dos preços dos alimentos de hipermercados, percebe-se que o valor praticado nas lojas do Grande ABC chega a ser sete vezes maior do que a inflação empregada no período.

“Essa diferença pode ser relacionada ao valor dos alimentos, que estão um pouco mais descolados do IPCA cheio, índice que considera também outros itens para ser calculado”, avalia o professor da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Volney Gouveia, especialista em conjuntura econômica. Ele se refere ao fato de o índice de inflação ser composto pela variação de diversos itens. Porém, quando analisamos apenas a variação dos alimentos, a alta de janeiro a julho é de 7,30% – não é possível avaliar o grupo de abril a julho –, enquanto o IPCA no período acumula 6,83%. Ou seja, o aumento supera o índice cheio e é três vezes menor que o encarecimento dos hipermercados.

Gouveia avalia que três fatores podem explicar esse incremento nos valores levantados pela equipe do Diário. “Problema de oferta, que está ligado ao momento de estiagem, eleva os preços, principalmente dos hortifrúti. O efeito da alta do dólar, que os varejistas repassam aos consumidores. E a sensibilidade que a população tem com esses produtos, que são insumos de primeira necessidade, e a família brasileira se vê obrigada a assimilar os preços praticados.” Ou seja, como se tratam de itens essenciais, a dona de casa fica sem alternativa.

Na avaliação do engenheiro agrônomo do Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), Fábio Vezzá De Benedetto, os dias da semana que os produtos foram pesquisados também podem contribuir para uma maior variação. A pesquisa é realizada todo dia 15, mas, neste mês, como caiu no sábado, o estudo foi feito ontem. “Alimentos hortifrutigranjeiros costumam variar muito durante a mesma semana. Se a pesquisa foi feita em uma quarta-feira em um mês – quando há muitas ofertas – e no outro em uma sexta-feira – quando o produto fica um pouco mais caro – certamente haverá diferença.”

O alimento que mais sofreu alteração foi a cebola, com 99,42% de variação. Mesmo tendo seu ápice em maio, quando chegou a ser encontrado por R$ 10 o quilo, agora é vendido a R$ 6,99, o dobro do preço praticado em abril. A disparada se dá pela importação do produto que, em falta no País, tem sido importado da Argentina e da Holanda.

Outros itens que apresentaram inflação expressiva foram a margarina, que subiu 96,92% (R$ 4,49 o pote de 500 gramas) e a batata, com 83,79% de alta (R$ 6,60 o quilo). As carnes também se destacaram, a exemplo do coxão mole, com incremento de 41,38% (R$ 27 o quilo), e da coxa com sobrecoxa de frango, que encareceu 40,69% (R$ 9 o quilo).

Preços em supermercados sobem menos

Quando a comparação é feita entre o montante gasto em hipermercados e em supermercados, a diferença é um pouco menor. Durante os cinco meses em que a pesquisa vem sendo realizada pelo Diário, os custos dos mesmos 17 produtos subiram 6,87% – ante 21,55%. Ou seja, três vezes menos.

De maneira geral, o custo no supermercado acabou totalizando menos do que no hipermercado em todos os levantamentos, feitos desde abril. “As lojas menores também sofrem do mesmo efeito que as maiores, mas o que pode mudar é a relação com a renda dos consumidores e localização das lojas”, afirma Volney Gouveia, da USCS, o que justificaria cobrar preços menores do que os hipermercados.

“Com uma estrutura menor, o supermercado tem custos operacionais reduzidos também (a exemplo de gastos com energia e água), o que pode dar margem para não aumentar tanto os preços dos produtos”, completa o professor.

Na avaliação de Fábio Vezzá De Benedetto, da Craisa, as redes menores apresentam mais ofertas do que as lojas maiores. “Por atender um perfil com menor poder aquisitivo, os preços baixos acabam sendo um atrativo para o consumidor. Por isso, em alguns momentos, além da pesquisa, as unidades de menor expressão acabam sendo uma saída para quem quer economizar.”

Por Marina Teodoro - Especial para o Diário
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