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DATA DA PUBLICAÇÃO 10/04/2018 | Economia
Gás de cozinha diminui 4,4%, mas consumidor não sente
Gás de cozinha diminui 4,4%, mas consumidor não sente Apesar de redução anunciada pela Petrobras, revendedores dizem que distribuidoras não repassaram. Foto: Denis Maciel/DGABC
Apesar de redução anunciada pela Petrobras, revendedores dizem que distribuidoras não repassaram. Foto: Denis Maciel/DGABC
Mesmo com o anúncio da Petrobras de redução de 4,4% no valor do GLP (Gás Liquefeito de Petróleo), o consumidor ainda não deve sentir que o preço do gás de cozinha está mais barato. Isso porque, segundo entidade representante do setor, se trata da segunda queda consecutiva após um ano inteiro praticamente marcado por elevações nos valores.

De acordo com a ASMIRG-BR (Associação Brasileira dos Revendedores de GLP), o preço corrigido para baixo não está sendo repassado aos pontos de revenda. Segundo a entidade, o desconto na refinaria gera impacto no setor de R$ 1, mas, conforme as revendas, as distribuidoras informaram que, devido aos ajustes dos custos operacionais com armazenagem e transporte, não há como repassar o desconto. “Quando tem um aumento, ele já é repassado para a revenda automaticamente. É importante frisar que o mercado vem sofrendo de um oportunismo. A associação vem buscando com nossas autoridades soluções para esta realidade. Enquanto consumidores e revendedores carregam amarga conta, o governo federal, responsável por todo este desequilíbrio, se colocou omisso, permitiu elevação significativa na Petrobras no preço do gás de cozinha”, avaliou o presidente da ASMIRG-BR, Alexandre Jose Borjaili.

Segundo ele, a saída que o comerciante encontra é a de diminuir gastos ao reduzir o quadro de funcionários e suspender o serviço de entrega. “Vale frisar, porém, que muitos desses aumentos não estão sendo repassados e existe número grande de despesas. Até que o cenário se normalize, para achar equilíbrio deve levar um tempo.”

Apesar da justificativa, na prática o consumidor continua se assustando com a constante alteração de preços. Moradora do bairro Serraria, em Diadema, a telefonista Rosangela Duarte, 43 anos, compra um botijão a cada três meses. Da última vez, em fevereiro, ela pagou R$ 60,50 no botijão de 13 quilos, montante R$ 10 mais caro do que na vez anterior. “A gente percebe que o preço não é fixado, de mês em mês ele está aumentando um pouquinho. A gente acaba tomando um susto e não consegue se planejar.”

Para os comerciantes da região, porém, a situação vai de encontro com a análise. O proprietário de revendedora no bairro Ferrazópolis, em São Bernardo, Fernando Ferrari, 58, conta que precisou demitir quatro funcionários do total de 14, e que teve queda de 40% no faturamento. “Na semana passada, a distribuidora anunciou aumento de R$ 1,50 para os revendedores, elevando o valor independentemente de qualquer reajuste. Logo depois, saiu nota da Petrobras sobre a redução de 4,4%, o que dá R$ 1. A distribuidora voltou atrás e disse que não ia reduzir porque precisava disso para equalizar as contas. Agora precisamos esperar, se a partir do dia 16 vamos ter a diminuição de R$ 0,50. A maior parte das revendas vive em situação difícil. Estamos revendo todas as contas porque o consumidor não está disposto a pagar mais do que R$ 65 no botijão.”

O proprietário de revenda do Parque João Ramalho, em Santo André, Denis Silva, 36, também afirmou que não recebeu preço menor. “Nem o que teve há três meses foi repassado. Nós ficamos reféns disso. O consumidor não sabe que a gente já baixou por conta própria e nossa margem de lucro foi reduzida em cerca de 15%. E para não impactar tanto o consumidor, seguramos alguns aumentos”, disse.

Impacto na inflação seria de 0,06 ponto percentual com repasse

Cálculos do coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) do FGV Ibre ( Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), André Braz, apontam que o impacto da redução do custo do gás de cozinha na inflação, caso o desconto fosse repassado, seria de - 0,06 ponto percentual. Porém, o valor valeria somente depois de 30 dias do anúncio.

Dessa forma, na inflação de abril – divulgada em maio –, o impacto seria de - 0,04 ponto percentual e, o restante, a diferença de - 0,02 ponto percentual, seria sentida na de maio.

Na região, o preço do botijão de 13 quilos hoje varia entre R$ 68 a R$ 75. “O Sindigás (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo) aguarda novos movimentos de queda nos preços do produto, pois, no mercado internacional, o GLP vem registrando quedas acentuadas que ainda irão refletir-se no mercado interno”, afirma a entidade em nota.

Por Yara Ferraz - Diário do Grande ABC
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