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DATA DA PUBLICAÇÃO 02/09/2015 | Economia
Gás de cozinha deve subir até 22% na região
Gás de cozinha deve subir até 22% na região Foto: Anderson Silva/DGABC
Foto: Anderson Silva/DGABC
Com a inflação em alta e a elevação de preços de itens essenciais para a vida do consumidor neste ano, como energia elétrica, água e alimentos, agora chegou a vez de o gás de cozinha subir. O aumento total no preço do botijão de GLP (Gás Liquefeito de Petróleo) de 13 quilos será de até 22%.

Quem compra o produto para revendê-lo na região já deve começar a sentir, a partir de hoje, a majoração de 15% anunciada pela Petrobras, na segunda-feira, das refinarias para as distribuidoras em todo o País, depois de 13 anos sem reajustar o custo do botijão para uso residencial.

O impacto para a população, no entanto, deve ser ainda maior, já que os revendedores dizem que terão de repassar, adicionalmente, de 7% a 8% de custos operacionais das distribuidoras. Com isso, o botijão pode subir até 22%, segundo os lojistas. Isso sem falar do aumento dos salários dos empregados do setor, que têm data-base em 1º de setembro. A negociação salarial deste ano se inicia na semana que vem, assinala o diretor do Sindiminério ABC (Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Minérios e Derivados de Petróleo do Grande ABC), Luiz Carlos dos Santos.

Atualmente, os preços nas revendas de GLP da região oscilam, para a retirada do produto na loja, entre R$ 44 (encontrado em comércio no Parque Marajoara, em Santo André) até R$ 55 (em estabelecimento no bairro Santa Paula, em São Caetano). Se for praticada a alta de 22%, o valor subirá para, pelo menos, R$ 54, até R$ 67. No caso de produtos para entrega a domicílio, já há quem cobra R$ 65, valor que atingirá R$ 80 com a elevação de 22%.

Os comerciantes justificaram que, com alta tão expressiva nos custos, fica difícil manter o negócio sem elevar o preço ao consumidor. “Não tem como não repassar”, disse Ariadne Cuani, sócia de revenda em Santo André. No entanto, os revendedores afirmam que devem absorver parte dos aumentos que estão recebendo. “Estamos conversando com a companhia (distribuidora) para aumentar um pouco menos”, afirmou José Eduardo Soares, proprietário de loja em São Caetano.

POPULAÇÃO - Entre os consumidores ouvidos pela equipe do Diário, a aposentada Cleide Belmudes, 69 anos, de São Caetano, compra gás a cada quatro meses, já que usa pouco. Ela mora sozinha, embora sua irmã tenha casa no mesmo terreno de seu imóvel e, por isso, o gasto com o gás se destina a fazer comida para ambas. Mesmo assim, ela se queixou. “Se for aumentar 20% é um absurdo. Tudo está subindo, parece que estamos voltando aos anos do governo Sarney (de 1985 a 1990), quando a inflação chegava a 80% ao mês”, disse, indignada.

A funcionária pública Vera Lúcia Machado, 54, de Santo André, também reclamou. “Se for avaliar o percentual desse reajuste, é muito, porque ninguém teve e nem vai ter esse aumento. Para quem vive de salário mínimo, o valor do gás é muito alto”, afirmou. Com encarecimento do botijão, ele pode corresponder até a 10% do valor do mínimo, que atualmente está em R$ 788.

População enfrenta altas em itens essenciais

Com a inflação já elevada, o consumidor agora será prejudicado por mais um aumento de preços de item indispensável para boa parte da população, o gás de cozinha. “Deve pesar no orçamento familiar”, salientou o professor Leonel Tinoco, que é delegado regional do Corecon (Conselho Regional de Economia) no Grande ABC.

Tinoco lembrou que o custo de vida tem sido impactado por altas expressivas em diversos produtos alimentícios, o que eleva os gastos com as compras no supermercado. Levantamento realizado pelo Diário aponta que os desembolsos com itens que compõem as refeições básicas no lar já subiram 21% de abril a julho, enquanto a inflação, no acumulado do ano até julho soma alta de 6,83%.

Outros insumos essenciais para o consumidor também vêm subindo. Neste ano, a água foi reajustada pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) em 15%, a conta de luz já subiu 75% e a gasolina, embora a Petrobras não tenha elevado seu preço na refinaria, ficou mais cara para o motorista pelo fato de o governo ter aumentado impostos que incidem sobre esse combustível.

A alta do GLP, nesse momento, é um contrassenso, já que a cotação internacional do petróleo está em queda, acrescentou Adriano Pires, professor da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e diretor fundador do CBIE (Centro Brasileiro de Infra Estrutura), especialista nessa área.

Pires lembrou que o botijão ficou sem aumento desde fim de 2002, durante os dois mandados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e no primeiro de Dilma Rousseff, ambos do PT, sob a alegação de que se tratava de uma questão social, porque o GLP era adquirido pela baixa renda. “Como o governo deixou a Petrobras em situação crítica, agora tem de reajustar, é uma medida para melhorar o caixa da empresa”, disse.

A companhia estatal possui dívidas que somam R$ 400 bilhões. “Estão deixando para o contribuinte pagar a conta da incompetência e da corrupção”, afirmou o especialista.

(Colaborou Marina Teoodoro)

Por Leone Farias - Diário do Grande ABC
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