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DATA DA PUBLICAÇÃO 26/03/2015 | Economia
Garis e lixeiros lutam contra a invisibilidade da profissão
Garis e lixeiros lutam contra a invisibilidade da profissão De acordo com levantamento do Dieese, 42% dos trabalhadores em limpeza urbana sofreram algum tipo de discriminação. Foto: Adonis Guerra
De acordo com levantamento do Dieese, 42% dos trabalhadores em limpeza urbana sofreram algum tipo de discriminação. Foto: Adonis Guerra
Preconceito e discriminação são realidades que a categoria enfrenta no desempenho de suas funções

A discussão sobre as condições de trabalho das pessoas responsáveis pela limpeza urbana é antiga e sempre retomada quando a categoria se mobiliza para lutar por valorização salarial. Mas, além da valorização em forma de dinheiro, os trabalhadores também lutam pelo reconhecimento da profissão e pelo fim da invisibilidade. Em meio à greve dos coletores e garis, os profissionais da Região reiteram essas preocupações.

O coletor Lúcio Cosmo da Silva, 30 anos, trabalha em empresa prestadora de serviço em Santo André há quatro anos e diz já ter sofrido descriminação diversas vezes enquanto exercia sua função. “As pessoas abaixam a cabeça, tapam o nariz e nos chamam de lixeiros podres, quando na verdade estamos contribuindo para uma melhor condição das ruas e da porta da casa de cada um dos moradores”, relatou.

O trabalhador diz que a profissão de coletor é o único meio de sustento de sua família, formada pela esposa e uma filha de quase dois anos. “Não tenho vergonha nenhuma da minha profissão, pelo contrário, é com ela que consigo manter minha casa”, disse Silva.

Para o coletor Vanderson Aparecido Gonçalves, 39 anos, o trabalho é tido como necessário para a população, faça sol ou chuva, mas é necessário ter o reconhecimento tanto das empresas quanto da sociedade. “Queremos ser tratados como seres humanos e não como o lixo que retiramos das ruas, e esse retorno é no tratamento. O salário maior é um símbolo diante de todas as nossas necessidades”, conta.

Uma pesquisa realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) encomendada pelo Siemaco (sindicato da categoria) em 2011 mostra o perfil do trabalhador de limpeza urbana e constata que 42% dos profissionais já sofreram algum tipo de discriminação relacionada à tarefa exercida.

De acordo com a técnica de pesquisa sindical do Dieese, Laura Tereza Benevides, o resultado da pesquisa permanece atualizado e a mudança apenas acontecerá quando a discussão com a sociedade for ampliada para rever os conceitos sobre este trabalho básico.

“Não podemos nos limitar à precariedade dos salários e ao reconhecimento da profissão, pois o perfil destes trabalhadores inclui uma série de preconceitos. O fato de a pessoa ser negra, migrante do Nordeste e com baixa escolaridade promove ainda mais este tipo de discriminação causadora da invisibilidade do trabalhador”, afirmou.

Por Iara Voros - ABCD Maior
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