NOTÍCIA ANTERIOR
Novo pacote contra corrupção pode incluir lei de abuso
PRÓXIMA NOTÍCIA
Contrato para 2ª ETA em Santo André é cancelado
DATA DA PUBLICAÇÃO 01/11/2017 | Política
Gaeco realiza operação contra secretário de Gestão Ambiental
Secretário de Gestão Ambiental de São Bernardo e vereador licenciado, Mario de Abreu (PSDB) foi alvo da Operação Barbatanas, realizada ontem pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado) do Ministério Público, com apoio da Polícia Civil. O parlamentar foi exonerado pelo prefeito Orlando Morando (PSDB).

A denúncia foi oferecida pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva e concussão. A suspeita é de cobrança de propina para licenças ambientais.

Ao todo foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão, sendo alguns deles na Secretaria de Gestão Ambiental, na residência do titular da Pasta e também em algumas empresas ligadas aos investigados.

O Gaeco solicitou ainda o afastamento – o que foi acatado pela Justiça – do diretor de licenciamento ambiental, Sergio de Sousa Lima, e do chefe de seção Tiago Alves Martinez. Todos foram demitidos pelo chefe do Executivo poucas horas depois de deflagrada a operação.

O pedido de prisão preventiva de todos os envolvidos foi indeferido e o Gaeco afirmou que deve recorrer da decisão. Outras medidas cautelares foram adotadas, como proibição de contato com testemunhas e vítimas e a necessidade de entrega de passaportes.

Durante a operação foram apreendidos ainda 19 computadores, oito telefones celulares e diversos pendrives, além de documentos que servirão de acréscimo às provas para a denúncia. O MP informou que “novas provas que serão usadas na continuidade das investigações ainda em curso também foram localizadas”.

A promotora de Justiça Maria Cecília Alfieri Nacle afirmou que a investigação teve início no primeiro semestre e deve prosseguir nos próximos meses. “Houve o afastamento cautelar do secretário, de um diretor e de um chefe de fiscalização. Continuaremos analisando o que foi apurado e partir para próxima etapa”. Ela declarou que não poderia oferecer mais informações, como estimativa financeira movimentada com a suposta fraude.

Conforme informações repassadas por pessoas ligadas à investigação, o MP teria obtido inclusive a quebra de sigilo telefônico dos envolvidos no caso.

De acordo com o Gaeco, “os denunciados foram devidamente citados, notificados e intimados, em especial quanto aos respectivos afastamentos dos cargos, além de outras medidas cautelares como a proibição de contato com testemunhas e vítimas e a necessidade de entrega de passaportes”.

A 12ª Promotoria de Justiça apura ainda os atos de improbidade cometidos pelos agentes públicos que foram alvo da Operação Barbatanas. O órgão deve propor ação cautelar junto à Vara da Fazenda Pública, visando a indisponibilidade dos bens dos investigados.

A Prefeitura de São Bernardo informou, por meio de nota, que “recebeu com surpresa a denúncia” do MP. A administração Morando ressaltou que foi instaurado um processo administrativo para apuração de todo o caso.

O Gaeco evitou explicar os motivos do nome da Operação Barbatanas. Mas o nome é o mesmo de um restaurante em frente ao Paço, no fim da Avenida Lucas Nogueira Garcês, no Centro, onde políticos costumam frequentar.

O Diário não localizou Mario de Abreu e os demais citados pelo Gaeco até o fechamento desta edição.

Prefeito defende investigações: ‘Ninguém está acima da lei’

Em vídeo postado nas redes sociais, o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), afirmou que vai apoiar todas as investigações relacionadas à Operação Barbatanas.

“Ao tomar conhecimento (do fato) determinei a exoneração do secretário (Mario de Abreu, PSDB) e demais envolvidos. Quero reafirmar que daremos total apoio à investigação e ao bom andamento da Justiça. Nosso compromisso é com a verdade e o estrito cumprimento da lei”, defendeu.

Morando destacou também que não vai tolerar casos semelhantes em sua administração. “Quem cometer erros e atos que não condizem com a lei pagará o preço da Justiça. Ninguém está acima da lei e ninguém pode estar acima da verdade”, prosseguiu.

Morando também destacou em suas redes sociais que a investigação do Ministério Público teria começado em 2016.

O chefe do Executivo realizou reunião para discutir o assunto com a bancada governista. Durante o encontro, a análise acabou sendo mista. Para alguns, a possibilidade de existirem gravações que comprometem Mario de Abreu deixaria a situação do vereador insustentável. Já há dentro do governo e do Legislativo defensores do processo de cassação do mandato do parlamentar.

Já na visão de outros presentes existem poucas informações disponíveis sobre a investigação, o que deixaria tanto o Executivo quanto o Legislativo no escuro.

Mario de Abreu não participou do encontro e ainda restam dúvidas sobre a chance de o tucano solicitar licença do cargo. Como a exoneração deve ser publicada no Diário Oficial do Município de hoje, o tucano teria de retomar a cadeira na Casa.

Caso decida reassumir o mandato no Legislativo, a vereadora Lia Duarte (PSDB) deve sair do cargo. No entanto, há a disposição de realocar a parlamentar em algum cargo no primeiro escalão.

Vereador sugere a criação de comissão especial na Câmara

O vereador de São Bernardo Julinho Fuzari (PPS) protocolou na Câmara pedido de criação de comissão especial para acompanhar as denúncias contra o secretário de Gestão Ambiental e parlamentar licenciado, Mário de Abreu (PSDB), no âmbito da Operação Barbatanas.

Na opinião do popular-socialista, o instrumento pode levar até afastamento definitivo do tucano. “A ideia é que a comissão tenha um representante de cada partido e terá que tomar conhecimento de tudo o que está sendo investigado pela Justiça. Se for o caso podemos pedir a cassação, caso tenha existido quebra de decoro”, ponderou.

Julinho, por sua vez, afirmou que a denúncia contra integrantes da Pasta já era comentada nos bastidores políticos do município.

HISTÓRICO
Vereador em primeiro mandato, Mario de Abreu obteve 3.014 votos em 2016. No pleito anterior, em 2012, registrou 1.425 votos e não conseguiu ser eleito.

Ao longo de sua trajetória política sempre esteve ligado ao grupo político do prefeito Orlando Morando (PSDB). Atuou como advogado em questões pessoais do prefeito, como no processo movido contra o ex-vereador Marcos Lula (PT), filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por calúnia, injúria e difamação. Além disso, Mario era citado como possível candidato a deputado federal no ano que vem.

Por Humberto Domiciano - Diário do Grande ABC
Assine nosso Feed RSS
Últimas Notícias Gerais - Clique Aqui
As últimas | Política
25/09/2018 | Bolsonaro inicia dieta branda e faz caminhada fora do quarto, diz boletim
21/09/2018 | Bolsonaro diz nunca ter cogitado volta da CPMF e fixa postagem no seu Twitter
20/09/2018 | Ibope: Em São Paulo, Bolsonaro se isola com 30% das intenções de voto
As mais lidas de Política
Relação não gerada ainda
As mais lidas no Geral
Relação não gerada ainda
Mauá Virtual
O Guia Virtual da Cidade

Todos os direitos reservados - 2024 - Desde 2003 à 7690 dias no ar.