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DATA DA PUBLICAÇÃO 18/05/2017 | Educação
Fuvest debate o que é literatura ao incluir diário em lista de obras, diz professor
Lista sofreu uma mudança em relação às obras do vestibular 2017. A novidade é o livro "Minha vida de menina", de Helena Morley.

A Fuvest anunciou nesta segunda-feira (15) uma mudança na lista de leituras obrigatórias para o vestibular 2018 da Universidade de São Paulo (USP). O romance "Capitães de areia", de Jorge Amado, foi retirado da lista. Em seu lugar, a Fuvest escolheu a obra "Minha vida de menina", de Helena Morley, pseudônimo de Alice Dayrell Caldeira Brant.

Professor de português do Anglo, Fernando Marcilio Lopes Couto diz que o novo livro guarda diferenças significativas em relação à obra de Jorge Amado.

"Em primeiro lugar, porque se distancia um pouco da ficção, já que se trata do diário de uma garota do interior de Minas Gerais, escrito entre 1893 e 1895. Em segundo lugar, porque a autora não é conhecida do grande público hoje em dia, embora sua obra tenha feito grande sucesso quando da publicação, em 1942", diz o professor.

Além disso, Couto afirma que é preciso conhecer qual o debate que a Fuvest levanta com a inclusão da obra.

"Com isso, o que a Fuvest promove é uma reflexão muito saudável a respeito do que é literatura. Diários escritos por garotas podem ser considerados literatura? A resposta é: sim. Nomes desconhecidos podem fazer parte de uma lista que conta com monstros sagrados como Machado de Assis e José de Alencar? A resposta, mais uma vez, é sim. Mas essas respostas não precisam ser fechadas. A discussão está aberta, e é bom que seja travada", avalia Couto.

O professor lembra que quando Helena Morley escreveu seu diário havia o domínio da arte parnasiana, que privilegiava a linguagem ornamental e erudita. "A menina escreve de modo livre, antecipando alguma coisa do Modernismo do século XX. Isso quer dizer que, precocemente, ela feria os cânones estabelecidos. A inclusão de seu livro na lista da Fuvest tem o mesmo efeito. Ponto para a Fuvest", afirmou.

O professor lembra ainda que a Unicamp já anunciou sua lista para os vestibulares de 2019 e nele incluiu a obra "Quarto de despejo", publicado em 1960. "A autora é Maria Carolina de Jesus, uma favelada que registrou em um diário os problemas que enfrentava em seu cotidiano. Há uma foto famosa, tirada na época do lançamento do livro, em que Maria Carolina aparece ao lado de Clarice Lispector, já então uma escritora consagrada. Agora, as duas aparecem na mesma lista (a da Unicamp). Ponto para a Unicamp."

Por G1
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