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DATA DA PUBLICAÇÃO 24/08/2018 | Economia
Futuro da economia da região passa por serviços
Futuro da economia da região passa por serviços  Evento discute necessidade de se investir em transportes e logística, sem deixar indústria de lado. Foto: Denis Maciel/DGABC
Evento discute necessidade de se investir em transportes e logística, sem deixar indústria de lado. Foto: Denis Maciel/DGABC
O horizonte da economia do Grande ABC depende de ações que comecem a sair do papel o quanto antes, o que inclui não apenas fortalecer a indústria, mas dar atenção a outros setores, como serviços, especialmente os segmentos de transporte e logística. A análise foi realizada durante o fórum O Futuro do ABC: Os Novos Rumos para São Bernardo, realizado pelo O Estado de S.Paulo, com apoio da Prefeitura do município e do Diário. O evento, que reuniu empresários e especialistas, ocorreu ontem na Pinacoteca da cidade.

“Acho que São Bernardo (assim como toda a região) tem que continuar a fazer esforços para manter as grandes indústrias aqui, mas precisa fomentar investimentos em serviços, onde há diversidade enorme. Por exemplo, transportes e logística possuem grande potencial”, afirmou o diretor da área de análise setorial e inteligência de mercado da Tendências Consultoria Integrada, Adriano Pitoli.

Ele pontuou que o cenário atual é repleto de incógnitas e desafios para a região, por isso a necessidade de se atentar às oportunidades em outros nichos. “Quando a gente falar em geração de emprego e renda, é preciso buscar novas relações econômicas e, ao mesmo tempo, manter as atuais. Porque mesmo se mantendo competitiva e atraindo investimentos, a indústria não tem condições de ser o carro-chefe na geração de empregos na cidade.”

A grande aposta no setor de serviços se justifica também pelo desempenho apresentado neste ano que, até julho, segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), divulgados ontem, foi o que mais contratou no Grande ABC. No período, o saldo (diferença entre admissões e desligamentos) ficou positivo em 5.835 vagas – 80,43% do total, de 7.254 postos. Para efeito de comparação, o montante foi positivo em 1.757 chances.

O prefeito Orlando Morando (PSDB), que participou da abertura, afirmou que esta discussão é de extrema importância. “A tendência do Grande ABC ainda é o setor industrial? É serviços? Ou tem alguma outra coisa nova que nós não estamos enxergando? Essas oportunidades servem para revelar o que as vezes o poder público não está vendo. Em São Bernardo, entendemos que a indústria voltou a investir, voltou a empregar e parou de demitir”, afirmou.

Morando também se mostrou otimista com a produção de veículos nos próximos anos, o que impacta diretamente a região. “Existiu, durante estes últimos quatro anos, um envelhecimento da frota. O fato é que, se a economia melhora, rapidamente vamos colher os bônus por uma razão óbvia: o sujeito quer trocar de carro e as empresas de ônibus e transportadoras precisam renovar suas frotas, e este é o nosso produto principal. Ao mesmo tempo, acredito que a gente sempre precisa estar alinhado com as tendências.”

Gerente executivo do Cofip ABC (Comitê de Fomento Industrial do Polo do Grande ABC), Francisco Sérgio Ruiz também destacou que a indústria química deve crescer na região. “Como aqui é muito populoso, alguns investimentos industriais são um pouco difíceis. Mas a gente pretende trazer fornecedores de serviços para a região, que oferecem, por exemplo, tambores. Porque transportando vazio, você transporta ar, então o custo ficaria mais baixo”, disse, ponderando que há restrições ambientais para a concretização.

O coordenador do Observatório Econômico da Universidade Metodista de São Paulo, Sandro Maskio, destacou que é necessário pensar na indústria dos próximos 30 anos. “Precisamos conseguir integrar as competências locais, incluindo o setor produtivo demandante de tecnologia, o setor acadêmico e o governo.”

Para executivos, automação não gera cortes

Executivos da região presentes ao fórum ponderaram a necessidade de integração de universidades, setor privado e poder público. Outro ponto foi que a modernização e a automação industrial não devem gerar demissões, mas empregos com formação diferente.

“Acredito que a inovação gera outras necessidades e, consequentemente, outras funções. Por isso, é importante essa integração com as universidades, que atuam na formação de profissionais que abastecem a indústria”, disse o diretor de Relações Institucionais e Governamentais da Scania para a América Latina, Gustavo Bonini.

“O diferencial da região sempre foi a mão de obra qualificada, por isso é importante que isso permaneça e acompanhe essa mudança”, completou o diretor do segmento de Tintas Automotivas da Basf na América do Sul, Marcos Fernandes.

Além disso, as indústrias destacaram os aportes e a inovação realizados na própria cidade. “Em São Bernardo, temos linha de caminhões 4.0 que é um modelo exportado para todo o mundo”, destacou Roberto Leoncini, vice-presidente de Vendas, Marketing e Peças e Serviços de Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil.

Segundo levantamento da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) de 2014, a região concentra 71 laboratórios e centros de pesquisa. “O problema é que há um isolamento da comunidade acadêmica. Temos grande setor produtivo que busca soluções nas matrizes do Exterior e as pequenas e médias empresas acabam não tendo espaço, o que também é prejudicado por esse distanciamento. Nosso grande desafio é fazer essa integração. É ela que vai garantir o futuro da região”, assinala Sandro Maskio, da Metodista.

Por Yara Ferraz - Diário do Grande ABC
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