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DATA DA PUBLICAÇÃO 17/05/2009 | Cultura
França no Brasil e na região
Compromissos políticos, afinidades históricas e interesses comerciais motivam a promoção do Ano da França no Brasil. Até 15 de novembro, o evento apresenta a moderna produção cultural francesa, com a realização de atividades artísticas em diversas regiões do Brasil, entre elas o Grande ABC.

Trata-se de generosa retribuição ao sucesso do Ano do Brasil na França, que, em 2005, registrou 450 espetáculos brasileiros em 150 cidades francesas, com total de 15 milhões de espectadores. Para divulgar os shows, peças de teatro, exposições e mostras cinematográficas, o governo federal investiu, aproximadamente, R$ 6 milhões em publicidade.

"O objetivo primeiro é, além de estreitar a parceria estratégica entre os dois países, mostrar uma França contemporânea, miscigenada, com tecnologia de ponta, universidades, moda e design, além dos cartões- postais que a gente conhece", explica a assessora da Diretoria de Relações Internacionais e integrante do Comissariado Brasileiro do Ano da França no Brasil, Beatriz Leandro.

Grande ABC e capital - Entre os destaques da programação, a assessora mencionou o evento Hip Hop Tude - A Arte que Emite e Imita a Vida, que será realizado entre junho e setembro e incluirá Diadema. Os participantes apresentarão a peça coreografada Um Brasileiro em Paris e ministrarão oficinas de MC, DJ, grafite e dança.

Em novembro, o município receberá o festival Cidade Ocupada, em que o público poderá conferir as performances de coreógrafos franceses em apresentações que misturam dança e hip hop.

As unidades do Sesc na região, em São André e São Caetano, também participam da programação do Ano da França no Brasil.

"Vamos mostrar movimentos de rua como o Tecktonik, que é parecido com o funk carioca. É um movimento feito por membros da comunidade árabe, junto com a periferia francesa", afirma Beatriz.

Ela destacou ainda a instalação Prenez Soin de Vous (em português, Cuide de Você), da irreverente artista plástica Sophie Calle. Em cartaz de 10 de julho a 7 de setembro, no Sesc Pompéia, na Capital. A obra tem história curiosa.

Sophie foi dispensada pelo namorado, que enviou a ela e-mail que terminava com a frase: ‘Cuide-se''. Sem saber o que fazer, a francesa resolveu gravar em vídeo 100 pessoas lendo o texto e fazendo comentários que a ajudavam a compreender o fim do relacionamento amoroso. A relação de leitoras inclui as atrizes Vitoria Abril e Jeanne Moreau, além da compositora Laurie Anderson.

Edital - O Minc (Ministério da Cultura) publicará ainda este mês edital para a inscrição e premiação de interessados em participar do Ano da França no Brasil. Os valores dos prêmios vão de R$ 10 mil a R$ 50 mil.

"O edital será aberto a artistas de todas as linguagens. O Grande ABC, por exemplo, tem muitos grupos de teatro e artistas plásticos importantes. Então, seria interessante que essas pessoas participassem", frisa Beatriz.

Próximas atrações
Encontro entre a Orquestra de Jazz Sinfônico do Estado de São Paulo e o pianista francês Ray Lema - Dias 29 e 30, às 21h. No Auditório do Ibirapuera - Avenida Pedro Álvares Cabral. Tel.: 3629-1075. Ingr.: R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada).

Exposição Multimídia sobre Serge Gainsbourg - Mostra dedicada ao cantor e compositor do clássico Je t''aime, Mon Non Plus, um dos ícones da música francesa. De 4 de junho a 7 de setembro. No Sesc Avenida Paulista - Avenida Paulista, 119. Tel.: 3179-3700. Entrada franca.

Panorama do Cinema Francês (Festival Unifrance) - de 17 a 21 de junho. Na Reserva Cultural - Avenida Paulista, 900. Tel.: 3287-3529.

Métamorphoses - Espetáculo do Balé Nacional de Marselha dirigido por Frédéric Flamand. A peça faz livre adaptação da obra do poeta romano Ovídio (43 a.C. - 17 d.C.). De 2 a 4 de outubro. No Teatro Alfa - Rua Bento Branco de Andrade Filho, 722. Tel.: 5693-4000. Preço dos ingressos ainda não divulgado.

Sarkozy banca edição de livros
Para estimular a publicação de textos de autores franceses no País, cerca de 100 títulos receberão o carimbo da Coleção França.Br 2009, que conta com o apoio oficial da administração do presidente Nicolas Sarkozy. O governo francês também distribuiu 150 mil euros entre editoras brasileiras para que publicassem escritores que abordam temas relacionados às ciências humanas. Outros 30 mil euros deverão ser destinados a obras de ficção.

Em setembro, ocorre a terceira caravana de autores franceses no Brasil, durante a Bienal do Livro, no Rio de Janeiro. Na ocasião, será lançada a coletânea Os Novos Rostos da Narrativa Francesa, que reúne 20 jovens autores inéditos no mercado editorial brasileiro. O livro, será distribuído gratuitamente em editoras e universidades.

As iniciativas traduzem a intenção dos organizadores do Ano da França no Brasil e renovam o repertório do público apreciador de clássicos literários franceses, como O Estrangeiro, de Albert Camus, e Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust.

Prazer na diferença
O ministro da Cultura, Juca Ferreira, acredita que a realização do Ano da França no Brasil atualizará a visão que os brasileiros possuem da cultura francesa, abalada a partir dos anos 1950 pela hegemonia econômica norte-americana.

"A imagem que temos dos franceses está fixada em décadas passadas. Sabemos sobre cantores como Charles Aznavour e Edith Piaf, mas não conhecemos a moderna música e o teatro franceses", afirma o ministro.

Conforme o ministro, a iniciativa deverá ter êxito semelhante ao registrado no Ano do Brasil na França, promovido em 2005 durante a gestão do cantor, compositor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil. Na ocasião, a extensa relação de artistas participantes incluiu medalhões da música popular como Lenine, Ivete Sangalo e o próprio Gil.

"Foi o maior evento na França desde a comemoração do bicentenário da Revolução (em 1989). Isso acabou resultando em acréscimo em torno de 13% das relações comerciais e da compra de produtos brasileiros."

Formado em Sociologia na renomada Universidade de Sorbonne, em Paris, Ferreira destaca o papel fundamental de acadêmicos franceses na formação de artistas e intelectuais brasileiros. A fundação da USP (Universidade de São Paulo), em 1934, é exemplar dessa contribuição.

"Durante toda a nossa história, os franceses sempre estiveram muito presentes, ora apoiando a formação e adensamento de nossas universidades, ora influenciando as artes", comenta.

Além da intensa relação cultural, o ministro cita a diversidade étnica como característica marcante nas sociedades dos dois países. Ele sustenta que o Brasil pode oferecer à França um modelo de pluralidade saudável e pacífica.

"Eles têm interesse grande em saber porque os brasileiros conseguem extrair prazer das diferenças".

Por Dojival Filho - Diário do Grande ABC
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