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DATA DA PUBLICAÇÃO 23/03/2017 | Cultura
''Fragmentado'' é Shyamalan clássico, perturbador e com atuação inspirada de James McAvoy
Filme que estreia nesta quinta deve agradar fãs de outros trabalhos do diretor, como 'O sexto sentido' e 'Corpo fechado'. Protagonista tem 23 personalidades; número inspira lista de principais aspectos do longa;



Se você é fã de "O sexto sentido" (1999), "Corpo fechado" (2000) e outros filmes do diretor M. Night Shyamalan, o novo "Fragmentado" não deve decepcionar.

O longa estreia no Brasil nesta quinta-feira (23) e mostra um Shyamalan clássico, com reviravoltas surpreendentes, um apreço pelo psicologicamente perturbador e uma atuação inspirada de James McAvoy ("X-Men: Apocalipse", "Victor Frankenstein").

"Fragmentado" coloca McAvoy no papel de Kevin Wendell Crumb, um homem que sofre de transtorno de identidade e não tem duas ou três, mas 23 personalidades diferentes. E para seguir essa onda, o G1 fala do filme em 23 pontos.

Kevin divide seu corpo com vários indivíduos, como Hedwig, uma criança de 9 anos...
Patricia, uma fanática religiosa...
Barry, um estilista em crise existencial...
...e Dennis, um obcecado por limpeza que sofre de transtorno obsessivo-compulsivo.
Tudo andava bem no tratamento de Kevin com a doutora Karen Fletcher (Betty Buckley) quando ele sequestra três garotas.
As razões do sequestro não são claras e no começo mais parecem uma viagem de Kevin, mas rapidamente acabam ganhando um tom obscuro que desenrola a história.
"Fragmentado" se alimenta dessa escuridão. O filme é um thriller psicológico sinistro e o responsável pela tensão é James McAvoy, com suas expressões que vão da insanidade à inocência em questão de instantes.
Nem todas as 23 personalidades de Kevin se manifestam na história, mas isso não torna menos impressionante a atuação do britânico.
McAvoy transita com naturalidade e competência por seus personagens e, lá pelo meio do filme, é até fácil de esquecer que uma única pessoa interpreta todos eles.
A confusão entre as identidades cresce e passa a ser outro ponto forte de "Fragmentado". Se no início elas despontam separadamente, quase como em uma peça de teatro, com intervalos para McAvoy assumir outra persona ou trocar de roupas...
Depois chega ao ponto de Kevin (ou Dennis, ou Hedwig) imitar uma de suas identidades com a outra, ou até mesmo alternar entre elas em uma única cena.
É um trabalho incrível e envolvente de McAvoy, mas que provavelmente não será lembrado pelo Oscar. Só a sua atuação, no entanto, já vale o ingresso.
Ao mesmo tempo, o personagem Kevin gerou alguma polêmica lá fora por retratar um indivíduo com distúrbio de identidade como alguém que parece estar totalmente fora da sua sanidade mental. E isso não é necessariamente o caso.
A trama precisa andar e é esperado que Kevin (e Barry, e Patricia) seja o fio condutor desse movimento. Mas o tom muitas vezes fica pesado demais porque "Fragmentado" não mostra com clareza um contraponto ao lado perverso de Kevin.
Outro aspecto do filme que pode ser questionado é a sua retratação das vítimas, no caso, as três jovens.
Por um lado, Shyamalan sexualiza as meninas com cenas em que elas precisam se despir a pedido de Kevin. Talvez tenha sido parte de sua tentativa de confundir o público sobre o tom de "Fragmentado", mas isso acaba apenas distraindo e tirando a atenção sobre as boas atuações.
Por outro, existe um debate sócio-cultural sobre usar o sofrimento de um abuso (sexual, psicológico, etc.) como forma de fortalecer o caráter de personagens mulheres. E bem, Casey Cooke, interpretada por Anya Taylor-Joy ("A bruxa"), é um exemplo claro disso no filme.
Mas "Fragmentado", acima de tudo, é um Shyamalan clássico. Mais aterrorizante que a média, mas ainda assim clássico.
Quem já conhece o diretor de "O sexto sentido" vai assistir ao filme com extrema atenção em busca de pistas sobre a reviravolta surpreendente que costuma acontecer em suas obras. E ela vem.
Mas quando você acha que entendeu o que aconteceu, Shyamalan pede 6, 12, zap, e eleva o nível do susto até para familiarizados.
E se você é um novato, deve sair do cinema satisfeito com mais um bom exemplo da habilidade do diretor em quebrar expectativas e escrever cenas de anticlímax.
"Fragmentado" também exala seu criador ao unir sobrenatural e místico a uma explicação factual. Em certo momento, Shyamalan faz uma daquelas suas perguntas aparentemente absurdas: e se... a força da sua mente fosse tão forte a ponto de promover mudanças biológicas no seu corpo? E o argumento é acadêmico, ele diz que se inspirou em estudos reais da psicologia.
Essa também é a primeira vez que o diretor cria uma conexão com o universo de outro filme de Shyamalan – cujo nome não vou citar aqui, mas sempre é possível fazer uma pesquisa no Google. Os fãs de carteirinha vão ficar felizes.

Por Bruno Araujo, G1
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