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DATA DA PUBLICAÇÃO 29/03/2011 | Internacional
''Foi duro sair de lá'', diz brasileira que vivia perto de usina nuclear no Japão
O terremoto seguido do tsunami que atingiu a província de Fukushima, no Japão, no dia 11 de março, não deixou alternativas para Roberto e Ruth Takahashi. Depois de 20 anos morando na cidade de Korean-Shi, cidade a 60 km da usina de Fukushima, o casal teve de voltar ao Brasil apenas com algumas roupas, fotografias e um computador. A casa onde eles moravam teve de ser isolada devido ao vazamento de material radioativo da usina nuclear.

“Não dava para voltar para casa por causa da radiação. Só conseguimos tirar nossas roupas e as fotografia da família. Foi duro sair de lá, mas era a única coisa que poderíamos fazer. O jeito é tentar recomeçar a vida aqui no Brasil. Não vai ser fácil, mas não vamos desistir”, disse Ruth ao G1.

Não podemos mais entrar lá, e nem vamos poder ter tudo que está lá novamente. Tudo está condenado pela radiação"Ruth TakahashiDesde que chegaram do Japão, no último dia 19, o casal está instalado no apartamento de um filho de Ruth, na cidade de São José dos Campos, em São Paulo. Estão em busca de emprego, mas dizem que a procura não será fácil.

"O que eu sinto é que aqui no Brasil talvez eu não consiga emprego. Eu sei que não vai ser fácil, mas não vou desistir. Tudo que tínhamos ficou para trás. O prejuízo é enorme e talvez nunca possamos recuperar", diz Roberto Takahashi.

Da casa do Japão, onde moravam desde 1991, Ruth guarda boas lembranças. A radiação impediu que eles pudessem entrar uma última vez na residência.

“Estamos entrando em contato com a imobiliária lá [no Japão], para ver se eles conseguem dar um destino para os nossos móveis, nossas coisas que ficaram lá. Não podemos mais entrar lá, e nem vamos poder ter tudo que está lá novamente. Tudo está condenado pela radiação”, disse Ruth.

‘Eu faço parte de tudo isto aqui’, diz brasileiro no JapãoNíveis de radiação seguem altos ao redor da usina nuclear de FukushimaO casal Takahashi foi resgatado da região próxima à usina de Fukushima no dia 16 de março, em uma missão do Consulado do Brasil em Tóquio, que retirou ao todo 26 brasileiros das áreas afetadas pelo terremoto e tsunami.

Depois do resgate, sob o comando do empresário Walter Saito, os brasileiros foram instalados em apartamentos na Província de Saitama, a cerca de 200 km da região onde fica a usina nuclear.

No dia do regaste, Takahashi, que trabalhava em uma padaria na região próxima à usina, conversou com o G1 por telefone. Ele já admitia a possibilidade de não poder retornar mais para a casa dele. Antes de trabalhar na padaria, Roberto e Ruth trabalharam em uma empresa de produtos eletrônicos.

“Quando cheguei ao Japão, todos diziam que esta era a região [Sendai, onde está a usina de Fukushima] mais segura que tinha. Sempre teve terremotos, mas desta vez foi terrível. Conseguimos, na correria, arrumar quatro malas com roupas e fotografias da família. Tiramos o que pudemos porque não sabemos se vamos poder voltar para casa um dia.”

Por Iara Lemos - G1, em Brasília
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