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DATA DA PUBLICAÇÃO 30/06/2010 | Educação
''Foi covardia'', dizem pais sobre fechamento de creche da USP
Pais de crianças que frequentam a creche central da Universidade de São Paulo (USP) avaliam como “covarde” a decisão do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) de obstruir a entrada do local desde a segunda-feira (28) e dizem que houve constrangimento a crianças. Cerca de 200 crianças foram afetadas. A creche oeste, que também fica no campus Butantã da universidade, está fechada desde o início da greve.

De acordo com o diretor executivo da Associação de Pais e Funcionários da Creche Central (Apef), Acauã Rodrigues, 44 dos 58 funcionários da creche decidiram, desde o início da greve, em 5 de maio, que iriam continuar trabalhando. Outros 14 funcionários decidiram entrar em greve, o que obrigou a creche a funcionar das 8h às 17h até a última sexta-feira (25). O horário normal é das 7h às 19h.

“Não somos contra a greve, mas estão usando as crianças como reféns do movimento. Poderiam ter ido a centros mais importantes”, disse Rodrigues, cujo filho de 5 anos frequenta a creche.

Grevistas fecham creche central da USPCreches da USP permanecem fechadas nesta terçaUSP só negocia aumento se grevistas voltarem ao trabalhoA mãe de uma criança de dois anos, que pediu para não ser identificada, disse que o marido, que é professor da USP, foi obrigado a faltar no trabalho, porque o casal não tem com quem deixar o filho. “Ele vai ser cobrado por isso depois”, afirmou.

A professora da Escola de Aplicação da USP Maíra Batistoni e Silva, de 30 anos, que tem um filho de 9 meses na creche, disse que depende da ajuda de familiares para cuidar do filho. “Tive que faltar no trabalho hoje e me atrasar ontem. Se essa situação continuar, terei de mudar meu filho de creche”, afirmou.

A direção do Sintusp afirmou que o sindicato não vê constrangimento das crianças e que a maioria dos funcionários da creche central aderiu à greve. "Constrangimento é deixar trabalhadores sem salário", disse o diretor do sindicato Aníbal Cavali.

Para o professor de direito do curso de gestão de políticas públicas Marcelo Nerling, que tem um filho de 5 anos na creche, o maior problema foi a omissão da reitoria da USP. "Ligamos à reitoria e o único sinal deles foi a Guarda Universitária olhando de longe e dizendo que só o reitor poderia intervir", afirmou.

Os pais também pediram a presença do Conselho Tutelar do Butantã no local, mas não conseguiram. "Disseram que não iriam por medo de sofrerem agressões", disse a mãe de uma das crianças.

Nerling afirma que as crianças foram constrangidas por não poderem entrar na creche e por terem sido expostas ao enfrentamento entre sindicalistas, funcionários e pais. "Dentro da maior universidade pública do país, houve a exposição das crianças e o constrangimento. Na USP, estamos percebendo que o que vale é a lei da força", afirmou.

Procurada por telefone, a assessoria de imprensa da reitoria da USP afirmou que a direção da universidade não iria se pronunciar sobre as colocações dos pais das crianças. O Conselho Tutelar do Butantã disse que não é responsabilidade do conselho garantir a abertura da creche.

Os funcionários da USP reivindicam aumento de 5%, além dos 6,57% concedidos aos servidores das universidades paulistas em maio. No início da greve, o valor reivindicado era de 6%. Os trabalhadores invadiram a reitoria da universidade em 8 de junho e permanecem no local. Uma reunião de negociação entre o sindicato e a reitoria da USP está marcada para a manhã desta quarta-feira (30).

Por Fernanda Nogueira - G1, em São Paulo
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