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DATA DA PUBLICAÇÃO 30/11/2008 | Cultura
Fim do RBD divide fãs em São Paulo
“RBD, não pára não, se não São Paulo vai morrer do coração!” – nem todo mundo levava tão ao pé da letra um dos gritos de guerra de parte dos 15 mil fãs da banda pop mexicana RBD que se reuniam na Arena Skol, no Anhembi, em São Paulo. Esse era o caso de Liê Inoue, do fã-clube Cariño Mio, que carregava durante a tarde uma faixa amarrada em balões de gás hélio onde estava escrito “Anahi World Tour” ("Turnê mundal da Anahi", em inglês): “Já que a banda vai acabar, queremos a Anahi aqui novamente”, explicou Liê.

Os fã clubes são presença constante do lado de fora. Apesar dos portões das principais áreas da platéia do show já estarem abertos às 16h, eles circulavam no mesmo horário em volta da entrada reservada à produção e promoções, tentando chegar por ali ao camarim para conhecer seus ídolos.

Ou ídolo, no caso de fã-clubes específicos, como o Fã Clube Oficial Christian Chávez Brasil, fundado em 2006 por Bruna Endo. Preocupada com o fato do cantor ser o único sem fã-clube, a estudante criou o grupo para homenagear o cantor que se assumiu homossexual em 2007. Segundo os fãs, ele é um “exemplo de vida”, tem um “brilho próprio, e é admirado pela sua “sinceridade” e por ser o membro “mais divertido” do grupo.

A resposta não é diferente para Janaína Skorie. O que muda é o ídolo – no caso dela, a loira Anahi, presente em sua camiseta, onde se lia "Anahi World Brasil". “Cada um dos membros tem suas características, mas a Anahi tem seu brilho próprio”, diz, complementando a predileção com o fato da cantora ser muito “alegre e carinhosa”.

Camarim

Não é só o fim da banda, anunciado em agosto juntamente com sua turnê de despedida, responsável pelo fenômeno dos múltiplos fã-clubes. Segundo Natusa de Oliveira, fã veterana da banda (já foi a quatro shows do RBD), “as pessoas criam seus fã-clubes para tentar entrar no camarim”, estratégia que parecia verdadeira diante do número de pessoas tentando saber se seu nome estaria numa das listas que permitiam o encontro “oficial” com a banda nos bastidores.

Nem todos que foram ao show se dividiam entre membros de fã-clubes individuais ou estavam no coro de “inseparáveis” que tenta a todo custo manter a banda unida – com direito a passeata na Avenida Paulista. Larissa Pereira Rossi, 13, é autora de uma carta com mais de 1.800 folhas de caderno, que trazia enrolada debaixo do braço com a ajuda das amigas. Na carta, além de escrever inúmeras vezes “RBD, eu te amo” em espanhol, Larissa também deixou um recado importante: “Não é porque eles vão terminar que nós vamos esquecer deles”.

Negócios

Tanto dentro do Anhembi quanto circulando fora do show, havia gente que não estava tão preocupada com o fim do grupo. Um cambista, que não quis se identificar, passava os preços do show: “Pista é R$ 100, mas só se você comprar dois. Ingressos para o setor A estão esgotados, mas a gente pode achar um para você”, disse ele, que também está esperando tirar um bom dinheiro nos shows da cantora norte-americana Madonna na cidade: “já tem alguns dias de show com ingressos esgotados, é melhor para vender”, explica. Mas, para ele, bom mesmo para os negócios é o GP de Fórmula 1 em Interlagos – “ Lá dá para vender ingresso por R$ 1.700. Com o pessoal que investe na gente para comprar entradas antecipadas, dá para fazer um bom mês”.

Mais ocupado com os negócios do que com o fim do RBD também estava Roberto Fausto da Silva, ambulante que vendia gravatas (R$ 10 cada), tiaras (R$ 20), faixas para a cabeça (R$ 5) e bandeiras (R$ 20). Silva considerou o movimento razoável, e também esperava ganhar mais dinheiro com os shows de Madonna. Lucrando entre R$ 200 e R$ 400 num bom dia de vendas, Silva vive mesmo de bicos, como reparos e pintura de casas.

Quem contradiz a opinião de que os negócios estavam abaixo da média é Sidney Fontes, 50, que coordena a equipe que vende tiaras luminosas (R$ 10) e binóculos (R$ 10). No primeiro momento, com medo de concorrência, Fontes diz que as vendas estão fracas, mas quando vê que a conversa é com a imprensa, muda de discurso: “ Vou te dizer a verdade: estamos vendendo muito bem”.

Fontes é um veterano, já trabalhou no Hollywood Rock e no Rock in Rio – além das três turnês do RBD no Brasil. Dono de seis lan houses, Fontes aproveita os shows para complementar a renda – “tem dias que eu nem quero vir, mas o pessoal da Mondo [produtora dos shows] gosta de alguém que já conhece o esquema, e eu acabo montando uma equipe”.

As mães, por sua vez, estão mais preocupadas com a segurança dos filhos, como é o caso de Sandra Gonçalvez, que estava do lado de fora do portão, vendo o show e esperando as três filhas. Coruja, levou as meninas ao Anhembi ainda de madrugada, e iria esperar até o final do show. Seu balanço sobre o fim do RBD foi bastante prático: “Elas estão muito bem no espahol na escola, é só nota alta”.

Novos ídolos

Enquanto isso, alguns fãs vão seguindo em frente aos poucos, e descobrindo novos artistas. É o caso de um grupo de covers que circulava foda do Anhembi durante a tarde, reunindo membros do Celestial RBD Cover e do Nuevo RBD Cover. Além de fãs (se hospedaram no mesmo hotel que a banda durante a primeira turnê de 2008), eles também sobem no palco, tocando em bufês, escolas e desfiles – já fizeram shows até em Votuporanga, interior de São Paulo.

Mas Rafael Rodrigo dos Santos e Letícia dos Santos, integrantes do Nuevo RBD, já têm outros planos em mente, começando pela banda Friends, onde cantam músicas próprias. E seu novo projeto é um cover da banda cover da banda sueca Abba – mais especificamente, o musical "Mamma Mia". Segundo eles, a gravadora Universal autorizou o uso das canções do musical nos shows do novo cover.

Mas foi o próprio RBD que acabou adiando as discussões sobre o fim da banda quando Dulce Maria avisou no palco que eles voltariam para tocar em São Paulo no dia 9 de dezembro, dando uma segunda chance para os fãs de despedirem. E, quem sabe até lá, anunciarem suas turnês solo.

Por Amauri Stamboroksi Jr. - G1, em São Paulo
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