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DATA DA PUBLICAÇÃO 22/04/2008 | Internacional
Fernando Lugo é eleito presidente do Paraguai
O ex-bispo de esquerda Fernando Lugo ganhou as eleições presidenciais do Paraguai neste domingo, derrotando a candidata do governo, Blanca Ovelar, e acabando com 61 anos de hegemonia do Partido Colorado.

Lugo obteve 40,8% dos votos, contra 31,8% para Ovelar, segundo o Tribunal Eleitoral. O general reformado Lino Oviedo ficou na terceira posição, com 22%.

O índice de participação foi de 65% dos quase 2,9 milhões de paraguaios aptos a votar.

Ao comemorar o resultado, Lugo, 56 anos, disse que as eleições de hoje provaram que "os pequenos também podem vencer" no Paraguai.

Saudando seus partidários em Assunção, o ex-bispo destacou que "vocês são os culpados por esta alegria da maioria do povo paraguaio no dia de hoje".

"Obrigado por nos apoiar desde o início desta experiência da gente humilde, modesta", disse a uma multidão reunida no QG de campanha, diante do terminal de ônibus de Assunção.

"Quero lhes dizer que este é o Paraguai que eu sonho, um Paraguai de muitas cores, muitos rostos, o Paraguai de todos. Este Lugo, que tem coração, adora vocês".

"Hoje podemos sonhar com um país diferente", um "Paraguai que não seja lembrado apenas por sua corrupção e sua pobreza, mas por sua honestidade. Que nunca mais haja política na base do clientelismo, que tanto dano nos faz".

"Este 20 de abril marca uma data histórica para nosso país. Há alguns meses ninguém pensava que um grupo de sonhadores políticos poderia se unir e colocar o país em primeiro lugar".

Lugo entrou para a política em 29 de março de 2006, quando conseguiu reunir 40.000 pessoas, de todas as tendências, para protestar contra o governo de Nicanor Duarte.

"Estaremos abertos a todos os representantes da comunidade internacional para fazer a integração real da região e do continente".

Blanca Ovelar admitiu a derrota e agradeceu "a todos os eleitores do Partido (Colorado) por esta disputa cívica vivida hoje".

A vitória de Lugo quebra uma hegemonia de 61 anos do Partido Colorado, do presidente Nicanor Duarte, incluindo os 35 anos da ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989)

A votação foi tranqüila, sem incidentes significativos e com grande participação popular.

O ex-presidente colombiano Andrés Pastrana, que lidera a missão de observação internacional Ifes, afirmou que houve "uma grande festa democrática" e que os governantes "devem ser capazes demonstrar que não estão abaixo dos cidadãos".

Com a vitória de Lugo, todos os países do Mercosul passarão a ser governados por presidentes de esquerda: Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, além das nações associadas Chile e Bolívia e da Venezuela, atualmente em processo de ingresso como membro pleno.

Lugo é Partidário da Teologia da Libertação, admirador de Leonardo Boff e de Dom Helder Câmara, simpatizante dos governos de Hugo Chávez (Venezuela), Evo Morales (Bolívia) e de Rafael Correa (Equador).

Durante a campanha, Lugo prometeu que sob seu governo o Paraguai evitará se posicionar em um dos pólos de esquerda regional, e que fará uma reforma agrária respeitando a Constituição.

"Vamos fazer uma reforma agrária planejada e negociada com todos os setores envolvidos. Não podemos fazer uma reforma que gere processos traumáticos ou violentos".

"Não podemos relacionar reforma agrária a processos de expropriação" nem "cair na expropriação pela expropriação".

A reforma agrária é algo que afeta muitos brasileiros da fronteira que vivem no lado paraguaio, os chamados "brasiguaios".

O ex-bispo disse ainda que vai renegociar a maneira como o Paraguai vende a energia elétrica da represa binacional de Itaipu ao Brasil para estipular "um preço de mercado".

"A energia não está sendo vendida ao Brasil por um preço justo porque é valor de custo e não o de mercado. Ninguém dá energia a preço de custo. A Venezuela não vende seu petróleo a preço de custo. Assim como o Chile não dá o seu cobre e a Bolívia não vende o seu gás a preço de custo".

O Paraguai vende ao Brasil o excedente de sua parte da energia que não consome a um preço fixado em um acordo de 1973.

Lugo alega que os 300 milhões de dólares pagos pelo Brasil anualmente ao Paraguai são irrisórios quando na realidade deveria pagar entre 1,5 a 2 bilhões de dólares, a preço de mercado.

Por Diário Online - AFP
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