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DATA DA PUBLICAÇÃO 28/02/2018 | Saúde e Ciência
Familiares de pacientes contaminados por alumínio reclamam da falta de transparência do Hospital Mário Covas
Familiares de pacientes contaminados por alumínio reclamam da falta de transparência do Hospital Mário Covas Foto: Divulgação - ABCD Maior
Foto: Divulgação - ABCD Maior
Após o Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, ter confirmado a contaminação de pelo menos 64 pacientes por alumínio durante o tratamento de hemodiálise, familiares relataram à reportagem do ABCD Maior que não estão conseguindo ter acesso aos prontuários destas pessoas.

Fernanda Oliveira disse que sua avó faz tratamento na unidade hospitalar há 13 anos. Desde o ano passado, a paciente – que preferiu não se identificar por receio de retaliação – começou a apresentar reações à hemodiálise.

“Um exame confirmou que a minha avó está com 115 microgramas de alumínio por litro de sangue. Desde janeiro, ela está na UTI e faz exames de sangue todos os dias, mas não temos acesso aos resultados. O seu estado de saúde piorou muito e, quando perguntamos aos médicos, a única resposta que temos é que ela pegou uma bactéria. É difícil acreditar porque os médicos não explicam que bactéria é esta. E também não entregam o prontuário para a gente. Falta clareza”, relatou.

Inconformado com a situação, Ramon Moreira afirmou que também não consegue acesso aos resultados dos exames de seu pai. “Eu fiquei sabendo sobre essa contaminação pelo jornal. Desde o mês passado, meu pai começou a ter reações bem semelhantes às dos pacientes contaminados. Eu sei que ele já fez vários exames, mas ninguém tem a coragem de falar com a gente sobre os resultados. Nesta semana, ele foi para a UTI por conta de uma pneumonia. Eu me pergunto se realmente isso é verdade”, comentou.

A suspeita teve início depois que diversas pessoas começaram a passar mal durante a hemodiálise no mês passado. O Hospital Mário Covas informa que todos os pacientes contaminados já iniciaram o tratamento. A contaminação por alumínio é extremamente rara e ocorre, principalmente, em pacientes que fazem tratamento de diálise e hemodiálise.

De acordo com o coordenador do Centro de Toxicologia do Hospital das Clínicas, Antony Wong, as reações podem ser irreversíveis. “Esta intoxicação por alumínio pode ser muito grave. E os sintomas são principalmente neurológicos. Afeta o sistema nervoso passando por perda de memória, paralisias, perda de sensibilidade, desordenação e, eventualmente, a perda de capacidade de manter o equilíbrio. Em casos mais graves, até a morte. Outros sintomas são a perda de força muscular e dores abdominais”, afirma.

Segundo o infectologista, o tratamento para pessoas contaminadas por alumínio é bastante complexo. “O mais importante, primeiro, é medir a dosagem de alumínio no sangue. E isso só passa a ser preocupante quando o índice atinge mais de 100 microgramas por 100 ml de sangue. A infecção passa a ser considerada quando esse índice chaga a 200. Não é um tratamento simples. É complicado e só pode ser feito sob orientação médica. O procedimento consiste em usar um quelante para atrair os metais que, posteriormente, serão eliminados pelos rins ou pelas diálises”, ressaltou.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informa que nenhum paciente contaminado com alumínio sérico no hospital apresentou sintomas de intoxicação. A direção do Hospital Estadual Mário Covas declarou ainda que uma sindicância foi aberta para apurar o caso e qualificou a ocorrência como pontual, sendo a primeira registrada em 16 anos de serviços prestados à população.

Por ABCD Maior
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