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DATA DA PUBLICAÇÃO 27/10/2013 | Setecidades
Faltam políticas para coleta do lixo eletrônico
Faltam políticas para coleta do lixo eletrônico Foto: André Henriques/DGABC
Foto: André Henriques/DGABC
Cada brasileiro produz cerca de meio quilo de lixo eletrônico por ano e, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), o País é o campeão entre os emergentes na geração desse tipo de resíduo. No Grande ABC, são produzidas cerca de 1,2 mil toneladas anualmente. Em contrapartida, poucos são os exemplos de destinação adequada para itens descartados como computadores, impressoras, televisões e pilhas.

O mais recente estudo da ONU sobre o tema, feito em 2010, destaca que o volume de lixo eletrônico cresce três vezes mais do que o convencional. O tema gera preocupação entre especialistas, tendo em vista as poucas ações efetivas para evitar que os produtos acabem sendo jogados em locais impróprios. Além disso, o órgão mundial alerta para a falta de dados e estudos sobre o problema.

“Somos campeões na produção de lixo eletrônico e ainda estamos muito atrasados em relação à coleta e destinação correta dos resíduos de uma forma geral, que dirá dos eletrônicos”, observa a professora de Microbiologia Ambiental da UFABC (Universidade Federal do ABC) Luisa Helena dos Santos Oliveira. Para ela, o poder público deveria investir mais em parcerias que possam viabilizar o trabalho de coleta, separação, reciclagem, quando possível, ou descarte final. A população, diz a especialista, deve ser conscientizada de forma adequada.

REGIÃO

Entre as sete cidades da região, apenas três oferecem opções para que os munícipes depositem resíduos eletrônicos. Em Santo André, o material pode ser encaminhado para uma das 16 estações de coleta administradas pelo Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André). O lixo é encaminhado às cooperativas de reciclagem do município, responsáveis pela desmontagem e comercialização de diversas partes dos produtos.

A Prefeitura de Mauá destacou que os eletrônicos podem ser descartados na central de triagem de recicláveis da Cooperativa Coopercata, no bairro Capuava, ou em uma das oito estações de coleta. Já Ribeirão Pires mantém posto itinerante de arrecadação de materiais do tipo na Vila do Doce. Neste ano, a Prefeitura já recolheu cerca de 1,3 toneladas de itens, com média mensal de 90 monitores e televisores. O volume coletado é encaminhado para a Cooperpires.

São Caetano informou que serão realizados estudos para a implantação de pontos de descarte na cidade. Já São Bernardo e Diadema afirmaram não oferecer o serviço. Rio Grande da Serra não respondeu.

BOA AÇÃO

É por pensar no futuro do filho de oito anos que o analista de recursos humanos Marcelo Costa, 43 anos, opta por encaminhar seu lixo eletrônico ao ecoponto localizado na Rua Caminho do Pilar, em Santo André. O morador da cidade aproveitou o dia de folga, na sexta-feira, para jogar fora uma cafeteira e um nobreak inutilizados. “Sempre descarto meus resíduos aqui porque sei que terá uma destinação adequada e não haverá prejuízos ao meio ambiente”, diz.

O pensamento de cuidado com a natureza é compartilhado pelo industriário aposentado Jonas Zukovski, 69. Junto com os entulhos e material reciclável, ele aproveitou para se desfazer de uma enceradeira e de uma máquina de costura quebradas. Os produtos também foram deixados no ecoponto.

USP mantém centro para descarte e reaproveitamento

A USP (Universidade de São Paulo) concentra o maior centro público de descarte e reúso de lixo eletrônico da América Latina. O galpão de aproximadamente 450 metros quadrados recebe cerca de 20 toneladas de resíduos todos os meses. “A primeira ação é tentar reutilizar os materiais. Desmontamos, separamos em partes e encaminhamos para empresas de reciclagem”, explica a coordenadora do Cedir (Centro de Descarte e Reúso de Resíduos de Informática) da USP, Tereza Cristina de Brito Carvalho.

O centro da universidade também oferece a montagem de computadores para empréstimo à comunidade carente e, por meio de parceria, realizou curso de formação para 180 catadores de cooperativas do Estado no fim do ano passado. Trabalhadores da Cooperpires, em Ribeirão Pires, inclusive, participaram do curso. “Se a pessoa não conhece como cuidar do material acaba não dando a destinação adequada. Geralmente são itens que custaram caro e podem servir para outras pessoas”, diz Tereza.

A Política Nacional dos Resíduos Sólidos – Lei 12.305 de 2 de agosto de 2010 – estabelece a logística reversa, ou seja, medidas para viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos ao setor empresarial para reaproveitamento ou destinação final adequada. Na prática, o que se vê são ações isoladas de cooperativas, órgãos privados e de algumas prefeituras.

De acordo com a professora de Microbiologia Ambiental da UFABC Luisa Helena dos Santos Oliveira, quantidade grande de material eletrônico ainda vai para os aterros. Com isso, aumenta a chance de contaminação, tanto do meio ambiente quanto das pessoas que lidam com os produtos. “Esse tipo de lixo tem muito material pesado, como o chumbo e o mercúrio, é perigoso tanto para a natureza quanto para a saúde”, adverte.

Por Natália Fernandjes - Diário do Grande ABC
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