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DATA DA PUBLICAÇÃO 01/03/2016 | Educação
Faltam 15.780 vagas em creche
Faltam 15.780 vagas em creche Foto: Celso Luiz/DGABC
Foto: Celso Luiz/DGABC
A cabeleireira Débora Aparecida Azarias, 38 anos, perdeu a maior parte dos clientes e mantém seu salão fechado quase todos os dias. A moradora do Jardim Estrela, em Mauá, não conseguiu vaga em creche para a filha Gabrieli, de apenas 1 ano, o que a obrigou a praticamente parar de trabalhar para cuidar da menina. Assim como a pequena mauaense, pelo menos 15.780 crianças com idade entre zero e 3 anos aguardam em fila de espera por vaga em creche no Grande ABC.

“É uma dificuldade grande. Minha mãe é diarista e dependo dos dias de folga dela para que cuide da bebê e eu possa trabalhar. Praticamente só me restaram aqueles clientes que são amigos e compreendem a situação”, lamenta Débora. A ‘sorte’ da moradora de Mauá é não precisar pagar aluguel do salão de beleza, no entanto, o rendimento familiar está abaixo do considerado ideal pela mãe.

Após receber negativa para matricular a filha na rede municipal de Mauá, Débora resolveu recorrer à Justiça. “Não tenho outra alternativa. Procurei o Conselho Tutelar e advogado para tentar o acesso. Vamos torcer para que saia uma liminar”, diz.

Assim como a cabeleireira, outros 720 pais necessitaram de intervenção judicial para que os filhos conseguissem ingressar na Educação Infantil entre 2014 e 2015, sendo 192 em Ribeirão Pires e 528 em São Bernardo.

Entre as sete cidades, apenas São Caetano atende 100% da demanda de creche. Por outro lado, São Bernardo tem o título de município com maior fila de espera: 4.313 vagas faltantes. Em Santo André, 3.885 crianças com idade entre zero e 3 anos estão fora da escola. O problema também atinge 3.000 pequenos em Mauá e 582 em Ribeirão Pires. Diadema mantinha deficit de 4.000 vagas no ano passado e Rio Grande da Serra não respondeu.

O principal gargalo das administrações é resultado de baixo investimento na construção de unidades de ensino, custo alto para manter o aluno na creche em período integral e alta taxa de natalidade, principalmente nas áreas mais periféricas, lembra o doutor em Educação e professor da Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo) Ocimar Munhoz Alavarse. “A escolarização é um direito da criança, ainda que a mãe não trabalhe. Uma das alternativas tem sido estabelecer convênios com entidades privadas para incluir alunos, mas isso esbarra na dificuldade de financiamento”, ressalta.

Conforme o PNE (Plano Nacional da Educação), os municípios deverão atender pelo menos 50% das crianças com idade entre zero e 3 anos até 2020. Conforme último levantamento da Fundação Seade, feito em 2014, apenas São Caetano cumpre a meta, ao atender 60,9% da demanda. Neste caso, vale ressaltar que embora a cidade não tenha fila de espera, os pais não são obrigados a matricular os filhos com menos de 4 anos.

Administrações prometem abrir 4.120 lugares até o fim do ano

Com a construção de escolas, cinco das sete cidades do Grande ABC prometem abrir, juntas, 4.120 vagas destinadas a crianças com idade entre zero e 3 anos até dezembro. Apenas Diadema e Rio Grande da Serra não informaram planos de construir unidades ou readequar a rede com a finalidade de ampliar o número de postos na Educação Infantil.

Em Santo André, a previsão é criar 560 vagas com a inauguração de quatro creches. Em São Bernardo, a promessa é abrir 2.600 oportunidades, a partir de oito escolas e do CEU (Centro de Educação Unificada) Silvina. Já Mauá pretende continuar a otimizar espaços, como brinquedotecas e salas de leitura, para ampliar as vagas, além de entregar duas unidades e o CEU da Educação no Parque das Américas, somando 760 vagas.

Ribeirão Pires informou apenas ter projeto para erguer duas escolas, sem especificar o número de beneficiados.

Por Natália Fernandjes - Diário do Grande ABC
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