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DATA DA PUBLICAÇÃO 17/04/2010 | Setecidades
Falta aderência ao asfalto do Rodoanel
O motorista que pretende circular pelos trechos do Rodoanel Mário Covas, especialmente o trecho Sul, que corta a Região, deve manter atenção e reduzir a velocidade. Mesmo com placas permitindo que veículos acelerem até 100 km/h, engenheiros e especialistas alertam que a pista não possui aderência para altas velocidades.

O professor de engenharia de transporte da Universidade Mackenzie, João Virgílio Merigi, que prestou consultoria técnica durante as obras do anel viário, alertou sobre defeitos em quase toda a malha transitável.

Os problemas apontados chamam atenção por causa do curto tempo de uso da pista. Em apenas 15 dias de uso, são visíveis buracos, falta de defensas, ondulações, pinturas de sinalização desgastadas e pavimentação sem aderência.

“O gestor dessa obra não se preocupou com a segurança de quem vai trafegar pela via”, criticou Merigi. Uma das obras viárias mais importantes do País, o trecho Sul do Rodoanel foi inaugurado em 1º de abril, orçado em mais de R$ 5 bilhões.

A reportagem do ABCD MAIOR percorreu o trecho do Rodoanel que passa pela Região. Em vários pontos, a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.) e empresas terceirizadas mantêm canteiros de obras.

Os funcionários que trabalham na via informaram que a maioria dos serviços é destinada a instalação da tubulação de drenagem e construção de muretas e partes de pavimentação inacabadas. A mesma obra de drenagem é feita em outros pontos do trecho Sul.

Na altura do km 79, sentido Mauá, operários sinalizam para os carros, alertando sobre as obras. Na ponte situada neste quilômetro, máquinas pesadas ainda estavam trabalhando até o final da tarde desta quinta-feira (15/04). “A obra de arte foi inaugurada. Agora vamos equipar a estrada para ela poder funcionar de verdade”, comentou um dos operários.

Quinze anos

“Buracos e bordas da pista quebradas são desgastes que deveriam aparecer após 15 anos de vida útil da estrada de rodagem”, explicou Merigi. Uma das possíveis causas do desgaste prematuro é a pressa para inauguração.

“Se durante as obras houvesse controle técnico, estes problemas seriam detectados, mesmo trabalhando sob pressão”, avaliou o professor.

Além disso, a pavimentação assentada não garante altas velocidades na estrada, principalmente em tempos de chuva. “A qualidade da aderência não permite uma velocidade superior a 100 km/h, o que afeta diretamente a segurança do condutor. A via não deveria ser aberta ou a estrada deveria conter placas indicando a redução da velocidade”, continuou.

Outra crítica feita pelo especialista foi quanto à obrigatoriedade do pedágio, que deve entrar em vigor nos próximos meses. “O pedágio deveria ter o valor reduzido, uma vez que o contribuinte pagou por uma pavimentação de classe zero, que deveria permitir velocidades superiores a 100 km/h, mas está rodando em uma estrada que suporta apenas 70 km/h.”

“Uma avaliação técnica sobre a aderência da rodovia deveria ter sido feita, e o resultado da medição teria de ser publicado”, sublinhou Merigi.

Sinalização é falha em vários trechos

O engenheiro e professor da FEI (Fundação Educacional Inaciana) Luiz César Coelho percorreu parte do trecho Sul do Rodoanel Mário Covas a pedido do ABCD MAIOR e sentenciou que a obra, apesar de liberada para o tráfego, “possui restrições”. Pouca sinalização vertical e horizontal, como placas alertando o condutor sobre cortinas de neblina e indicação de quilometragem, são algumas das faltas no anel viário.

“A obra está concluída e desafoga parte do trânsito paulista. Porém, possui várias restrições que devem demandar mais oito meses para serem corrigidas”, argumentou.

No percurso, Coelho notou que a via está com melhor sinalização e menos obras no trecho que passa pela Capital. “Chegando mais próximo de São Bernardo e Santo André, nota-se que o Rodoanel está mais carente de sinalização e guard rails”, ressaltou.

Mesmo com todas as imperfeições encontradas, o engenheiro falou que a obra comporta o tráfego liberado. Mas faz uma ressalva: “O motorista deve redobrar a atenção, pois muitos locais estão tomados por obras e algumas curvas não possuem defensas ainda”.

“Muitas imperfeições só podem ser corrigidas com o tempo. O fluxo dos veículos vai servir de experiência para que a empreiteira avalie quais retoques ainda restam”, avaliou.

A Dersa, responsável pelas obras do Rodoanel foi procurada, mas até o fechamento desta edição não se manifestou.

Por Renan Fonseca - ABCD Maior
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