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DATA DA PUBLICAÇÃO 17/09/2013 | Geral
Falha em rede da Sabesp despeja esgoto de 10 mil moradores na Billings
Falha em rede da Sabesp despeja esgoto de 10 mil moradores na Billings Esgoto vaza de pontos de visita e vai parar na represa. Foto: Rodrigo Gomes/RBA
Esgoto vaza de pontos de visita e vai parar na represa. Foto: Rodrigo Gomes/RBA
Cheiro ruim e falta de peixes evidenciam riscos; de acordo com moradores, sistema falha desde sempre

Falhas em duas Estações Elevatórias de Esgoto da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo (Sabesp) estão deixando que o esgoto doméstico de cerca de 10 mil moradores do bairro Residencial Lago Azul seja despejado na represa Billings, na região do Grajaú, extremo sul da Capital. Além das estações, foram localizados nove pontos de visita (PV), locais usados para manutenção da rede, onde há vazamento de esgoto.

De acordo com os moradores, a tubulação de esgoto apresenta problemas com certa regularidade. “Esse esgoto vaza desde sempre. A Sabesp vem, arruma. Passa um tempo, está vazando de novo”, afirmou o pintor Francisco Alves Bezerra, que pescava com alguns amigos no último domingo. Segundo Bezerra, faz quatro meses que o vazamento está acontecendo, sem que apareça ninguém da empresa paulista por lá. “Nem peixe tem mais aqui na beirada. Tem dia que o fedor é terrível, é uma sujeira danada”, disse.

O sistema foi construído no processo de urbanização do bairro, iniciado em 2008 por meio da Operação Defesa das Águas, cujo objetivo é proteger, controlar e recuperar as áreas de interesse público, ambientais e de mananciais.

Parceria - A operação foi criada em 2007, por meio de uma parceria entre governo estadual — secretarias do Meio Ambiente, Saneamento e Energia (Sabesp e Empresa Metropolitana de Água e Energia), Habitação e Segurança Pública — e da prefeitura — secretarias de Segurança Urbana, do Verde e Meio Ambiente, das Subprefeituras, da Habitação e do Governo — na gestão de Gilberto Kassab (PSD).

No Residencial Lago Azul, a ação consistiu na construção de rede de esgotos, pavimentação de ruas e calçadas, e na construção de um parque linear de aproximadamente dois quilômetros de extensão, por toda a orla da represa. É nesse parque que estão localizadas as estações elevatórias e os pontos de visita.

No fim da rua Juriti-do-Campo, o vazamento está acontecendo no fundo da estação elevatória, que deveria bombear o esgoto para que ele chegue à tubulação na parte alta do bairro e dali siga para seu destino. Os moradores afirmaram que equipes da Sabesp estiveram no local algumas vezes. Porém, poucos dias após a manutenção, o esgoto voltou a vazar.

Entulho e esgoto - A estação elevatória Garças Prateadas, instalada no fim da rua de mesmo nome, está localizada na área do parque que ainda está em obras. E o esgoto escorre pelo entulho. Os locais de vazamento atingem dois braços da Billings, que envolvem o Residencial Lago Azul, deixando as águas da orla turvas e com um forte cheiro azedo.

Moradores buscam local para lazer

Além de pescadores, muitos moradores buscam a região para momentos de lazer. Inclusive famílias de outros bairros da região que trazem brinquedos, cadeiras de praia e até almoço. O local tem quadras poliesportivas, academias para idosos, pista de skate, parque infantil e até um deck flutuante que funciona como cais para os barcos de moradores das outras margens.

O torneiro mecânico Luciano da Silva Maciel explica que todo fim de semana o parque fica lotado e o pessoal da Associação de Moradores do Residencial Lago Azul orienta os frequentadores. “Ela avisa, chama atenção da molecada. Mas é muita gente e fica difícil controlar todo mundo. O parque é muito bom, mas o esgoto, desde sempre, foi um problema”, disse.

Maciel afirmou que a presidenta sempre chama a Sabesp quando as estações apresentam problemas. “Mas dá alguns dias e para de novo. Fizeram o parque dizendo que era para evitar a poluição da represa e agora está assim”, protestou, reafirmando o que disse o pescador. A RBA não conseguiu conversar com representantes da Associação de Moradores.

A auxiliar administrativa Telma dos Santos Chaves argumenta que o local é o parque do Ibirapuera da zona sul. “Sempre que faz sol a gente vem aqui se divertir. É um lugar muito bom e não tem muitas áreas de lazer por aqui. É o nosso 'Ibira'”, afirmou. Telma explica que várias vezes já foi orientada a não entrar na água por conta dos vazamentos de esgoto. “O difícil é controlar os jovens”, afirmou.

A frase se explica rápido. É uma hora da tarde. Faz 30 graus. No deck, um grupo de crianças e jovens se diverte saltando da plataforma e nadando, indiferente aos avisos sobre a poluição das águas. Perguntado sobre os riscos, um adolescente que acabava de sair da água responde simplesmente: “Tem problema não, a gente nada sempre aqui”. E volta para a represa.

Procurada, a Sabesp informou que enviaria funcionários ao local para averiguar o problema.

Por Rede Brasil Atual - ABCD Maior
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