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DATA DA PUBLICAÇÃO 17/08/2010 | Turismo
Êxodo provocado pelo Ramadã prejudica turismo tunisiano
No auge do verão tunisiano, o céu é azul e o mormaço do mar Mediterrâneo é convidativo, mas Rabeh Lounassa encerra suas férias e está retornando à Argélia, onde mora. "Gostaria de ficar aqui e continuar com meu descanso, mas o Ramadã é um mês sagrado e geralmente passo a data com minha família", explica enquanto aguarda um táxi que o levará aos limites da cidade Annaba.

Sagrado para os muçulmanos, o Ramadã deste ano cai em plena época de férias, e milhares de visitantes fazem suas malas e voltam para casa, provocando perdas para a indústria de turismo da República da Tunísia.

O país registra uma queda no setor especialmente porque 3 milhões dos 7 milhões de turistas são muçulmanos vindos de países vizinhos como a Líbia e a Argélia. Ou seja, enquanto os europeus permanecem no local, os visitantes desses dois países vão embora. Como resultado, muitos hotéis, restaurantes, praias e cafés têm sua frequência diminuída para a metade.

"Parece que as férias terminam antes mesmo de terem começado", comenta Imed Zid, um hoteleiro de Sousse, cidade a cerca de 150 km ao sul da capital tunisiana. "A maioria de nossos clientes do norte da África foi embora", diz. "Mesmo com publicidade, descontos, atividades diferentes, os turistas árabes continuam voltando para casa", conta, o Ramadã costuma ser comemorado em casa, já que a celebração possui uma forte ênfase na reunião entre familiares.

Maior fonte de divisas

Ao contrário da Argélia e da Líbia, a República da Tunísia precisa de turistas, a nação formada por 10 milhões de cidadãos não tem grande produção de petróleo e gás. O turismo é sua maior fonte de divisas estrangeiras e a segunda de maior empregabilidade depois da agricultura.

A cada ano, o turismo contribui com cerca de US$ 2,4 bilhões (aproximadamente R$ 4,2 bilhões) do orçamento estatal, o equivalente a 20% da receita.

Na esperança de proteger essa quantia, o setor tenta persuadir os muçulmanos com a ideia de que eles podem celebrar o Ramadã e ficar de férias ao mesmo tempo.

O Ministério do Turismo diz que os hotéis servem um café da tarde que antecede o pôr-do-sol e, à noite, há atrações musicais e piscinas e praias ficam abertas de forma que os turistas muçulmanos possam aproveitar o tempo livre quando não estão em jejum.

O ministro da pasta, Slim Tlatli, lembra que táxis e ônibus fazem o trajeto entre hotéis e mesquitas das redondezas para que os turistas orem durante o Ramadã.

Jornais locais dizem que há ainda campanhas de marketing dirigidas, com publicidade em emissoras de rádio argelinas e pacotes especiais oferecidos a agências de viagens.

Mas no resort de Hammamet, o qual é frequentado por líbios e argelinos, a campanha não foi suficiente para evitar uma queda nas reservas. "É claro que o número de turistas árabes deve cair para pelo menos 50% neste mês", afirma Fethi Trabelsi, funcionário de um resort da região. "As reservas já estão baixas, e muitos hotéis começam a reduzir seus preços", conta.

Esse é um problema para a indústria turística tunisiana, que terá de se acostumar com ele, já que o Ramadã coincidirá com a estação de férias pelos próximos seis ou sete anos, a data em que cai o Ramadã muda levemente a cada ano, em relação ao calendário gregoriano que a maior parte dos países do mundo usam, porque segue o calendário islâmico, com 354 ou 355 dias por ano.

Neste, o mês sagrado começou no último dia 11 e ocorrerá mais cedo a cada ano que passar. "O país precisa trabalhar com a diversidade entre seus produtos turísticos, e não adotar soluções temporárias", opina à Reuters o especialista Mohamed Bargaoui.

Por Folha Online - Reuters
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