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DATA DA PUBLICAÇÃO 21/01/2010 | Internacional
EUA enviam mais 4.000 militares e negam querer controle da segurança no Haiti
Os Estados Unidos enviarão nesta quinta-feira um reforço adicional de 4.000 militares, além dos 12 mil já escalados, para ajudar os sobreviventes do terremoto de magnitude 7 que devastou ao menos quatro cidades do Haiti no último dia 12.

Embora a grande presença militar americana não seja vista com bons olhos pela comunidade internacional, o secretário de Estado adjunto dos EUA para a América Latina, Arturo Valenzuela, garantiu que seu país não quer assumir o controle da segurança no país --responsabilidade da missão de estabilização da ONU (Organização das Nações Unidas), a Minustah, atualmente liderada pelo Brasil.

"Os capacetes azuis [como são conhecidos os militares da ONU] no Haiti "têm a responsabilidade da segurança. Os EUA vão fornecer o maior apoio possível, mas não vão tirar da ONU este papel", afirmou Valenzuela, em discurso perante embaixadores de países da América.

Valenzuela disse ainda que as tropas americanas deslocadas ao Haiti estão focadas na ajuda humanitária e pediu aos demais países que aumentem seus efetivos para ajudar na reconstrução do país caribenho e reforçar a Minustah.

O controle americano sobre a ajuda humanitária no Haiti, em parte pelo volume de efetivos e ajuda enviados pelos americanos e em parte por controlar o aeroporto de Porto Príncipe, única entrada para equipes e suprimentos internacionais, motivou o Pentágono a enviar o reforço.

Os EUA estimam que terão um total de 16 mil militares no Haiti e na costa do país até o fim de semana, trabalhando no auxílio a vítimas do terremoto do dia 12. O número é superior aos cerca de 9.000 militares da Minustah, e os reforços deixarão os EUA com mais de 12 vezes o contingente brasileiro, o maior da missão, que era de 1.266 antes do terremoto.

O Conselho de Segurança da ONU também aprovou nesta terça-feira o envio de mais 3.500 homens para a missão de paz, e o Senado brasileiro marcou para a próxima segunda-feira (25) a votação de um pedido do ministro da Defesa, Nelson Jobim, que prevê o envio de mais 1.300 militares brasileiros para a Minustah. Segundo o ministro, 900 militares seriam enviados imediatamente e 400 formariam uma reserva.

Participam da Minustah, além dos brasileiros, militares de 18 países e policiais de outros 41. Entre os parceiros estão Argentina, Bolívia, Canadá, Chile, China, Colômbia, El Salvador, Espanha, EUA, Equador, França, Guatemala, Peru e Uruguai.

Nos últimos dias, cresceram os desentendimentos entre ONGs e as autoridades internacionais e as críticas ao papel de liderança assumido pelas forças americanas, que controlam o aeroporto de Porto Príncipe desde semana passada. As autoridades dos EUA e da ONU negam problemas e dizem que a divisão de tarefas é clara, com os americanos a cargo da ajuda humanitária e distribuição, podendo eventualmente atuar em autodefesa.

Mas o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, principal crítico de Washington na América Latina na atualidade, acusou os EUA de ocuparem o Haiti sob pretexto de prestarem ajuda. Em visita ao Haiti, nesta terça-feira, o vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, disse que os EUA pretendem estabelecer uma presença militar permanente no Haiti, dentro de uma estratégia para "controlar o continente".

Tragédia

O terremoto aconteceu às 16h53 do último dia 12 (19h53 no horário de Brasília) e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país, que ficou virtualmente devastada. O Palácio Nacional e a maioria dos prédios oficiais desabaram. O mesmo aconteceu na sede da missão de paz da ONU no país, a Minustah, liderada militarmente pelo Brasil.

Ainda não há um dado preciso do total de mortos. A Organização Pan-Americana de Saúde, ligada à ONU, afirma que podem ter morrido cerca de 100 mil pessoas. Já a Cruz Vermelha estima o número de mortos entre 45 mil e 50 mil. O governo do Haiti já chegou a estimar em 200 mil o número de mortos. A Direção da Proteção Civil haitiana afirmou nesta terça-feira que o terremoto deixou 75 mil mortos, 250 mil feridos e um milhão de desabrigados. Nos seus balanços, o governo tem contabilizado os corpos que teriam sido enterrados.

Entre os brasileiros, 21 morreram, sendo 19 militares e três civis, a brasileira Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, o chefe-adjunto civil da missão da ONU no Haiti, Luiz Carlos da Costa, e uma brasileira com dupla-cidadania europeia que não teve a identidade divulgada a pedido da família.

Por Folha Online
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