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DATA DA PUBLICAÇÃO 21/06/2017 | Setecidades
Estudo associa poluição da Billings a doenças de pele e intestino
 Estudo associa poluição da Billings a doenças de pele e intestino Foto: Denis Maciel/DGABC
Foto: Denis Maciel/DGABC
A degradação ambiental da Represa Billings, que concentra pelo menos 250 mil moradores às suas margens em cinco das sete cidades – Santo André, São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra –, já traz reflexos para a saúde da população do Grande ABC. Isso é o que mostra estudo que está sendo elaborado pela USCS (Universidade Municipal de São Caetano) desde 2015. Amostra preliminar indica que metade da população que vive no entorno do manancial ouvida sofre com doenças gastrointestinais e 40% têm problemas de pele.

A proposta da pesquisa, coordenada pela professora especialista em recursos hídricos da USCS Marta Ângela Marcondes, é relacionar os impactos da falta de saneamento e das ocupações irregulares às margens da represa tanto para o meio ambiente quanto para a Saúde. “Começamos a fazer uma pré-pesquisa em 2015 por amostragem, ouvimos 180 moradores de São Bernardo e 30 pescadores da área, que deve concentrar 20 mil moradores”, destaca. A partir de agosto, o estudo entra em nova fase para que sejam feitas contraprovas.

“Preocupa muito, porque essas gastroenterites, dermatites e parasitoses intestinais acabam levando pessoas ao sistema público de Saúde e isso gera um gasto. Sem falar na questão do deficit de aprendizado e nos dias perdidos de trabalho”, ressalta Marta. A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera que a cada R$ 1 investido em saneamento outros R$ 4 deixam de ser necessários para uso na área de Saúde.

Para o ambientalista e presidente do MDV (Movimento em Defesa da Vida do Grande ABC), Virgílio Alcides de Farias, a degradação da represa é reflexo do abandono do Subcomitê Billings-Tamanduateí, formado por Estado, prefeituras e sociedade civil. “Não se viabiliza a gestão tripartite e com aporte financeiro para construir instâncias que possibilitem a transparência de informações por meio de relatórios anuais sobre a qualidade ambiental, produção de água e a capacidade de reservação do reservatório.”

A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) destacou que “é necessário que o lixo seja devidamente recolhido e que as prefeituras e o Ministério Público atuem no combate às ocupações irregulares. A Sabesp não pode atuar em áreas irregulares por questões legais. É preciso que o esgoto de municípios não operados pela companhia seja tratado”. Além disso, a empresa informou que está em licitação investimento de R$ 128 milhões para construção de estações elevatórias e tubulações para coleta e afastamento dos dejetos na região. São Bernardo também ressaltou a fiscalização de ocupações irregulares. Já o Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) destacou manter fiscalização ambiental e que projeta retomar neste ano as obras de esgotamento sanitário no Recreio da Borda do Campo.

SEMINÁRIO
O resultado de três anos de análises do manancial pela USCS será apresentado hoje à comunidade no seminário Expedição Billings: Problemas e Soluções, a partir das 18h30, no Teatro Lauro Gomes, em São Bernardo. Por sete semanas, o ecoesportista Dan Robson navegou ao longo de 462 quilômetros nas margens do reservatório e coletou amostras de água em 164 pontos, entre a região e a Capital.

População destaca efeitos negativos do acúmulo de lixo e do mau cheiro

Viver às margens da Billings significa conviver com esgoto a céu aberto, descarte irregular de lixo na porta de casa, além de mau cheiro constante. Em consequência, a saúde da população pede socorro. “O médico me aconselhou a sair daqui, mas não tenho condições de pagar aluguel”, lamenta a desempregada Ana Lucia Teodózio, 39 anos, moradora da região do Alvarenga, em São Bernardo, há 13 anos, e que sofre com bronquite e asma. “Quando chega o inverno, o odor piora. Sem falar na quantidade de insetos, ratos”, afirma.

Também desempregado, Sebastião Mendes, 57, acredita que só não tem a saúde comprometida porque nunca ousou nadar no reservatório. “Não me arrisco. A gente vê o pessoal jogando lixo todo santo dia nessa represa”, comenta. Já a vizinha, Gislaine Pugliesi, 45, ressalta a preocupação com o mosquito da dengue. “Minha filha tem rinite alérgica e tem dias em que nem abro a janela de casa por conta do cheiro forte de esgoto”, revela. (colaborou Andressa Claudino)

Por Natália Fernandjes - Diário do Grande ABC
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