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''A culpa é das estrelas'' une amor e doença; veja filmes que fazem chorar
DATA DA PUBLICAÇÃO 06/06/2014 | Cultura
Estreia: ''A culpa é das estrelas'' transmite naturalidade em adaptação
Diretor Josh Boone mantém fidelidade ao livro e chega a reproduzir trechos.

Shailene Woodley e Ansel Elgort são casal apaixonado enfrentando câncer.


Ok: esta é a expressão que provavelmente sairá das bocas dos espectadores após as sessões de "A culpa é das estrelas" (2014), de Josh Boone.

Especialmente dos fãs do livro homônimo de John Green que originou o filme, que devem ficar satisfeitos com a adaptação cinematográfica, extremamente fiel à obra literária sobre dois adolescentes, Hazel (Shailene Woodley) e Gus (Ansel Elgort), que se conhecem em um grupo de apoio para jovens com câncer, ou que já sofreram deste mal.

O garoto, que perdeu uma de suas pernas por causa dos tumores já retirados do seu organismo, e a menina, cujo estágio avançado da doença lhe tirou a plena capacidade de seus pulmões, inevitavelmente se apaixonam um pelo outro durante a jornada na qual embarcam em busca de seus sonhos e confronto de seus medos.No primeiro momento, pode-se pensar que a história de amor dos dois apenas utiliza a mesma fórmula vista em vários dramas românticos.

Mas, se nas próprias páginas de "A culpa é das estrelas" John Green supera a tríade popularizada nos livros de Nicholas Sparks e suas versões cinematográficas - amor impossível, doença e morte - tendo a garota, obrigada a amadurecer precocemente, como a narradora sem autopiedade e com muito humor ácido, o longa-metragem também evita uma restrição sentimental. Scott Neustadter e Michael H. Weber, roteiristas dos ótimos "500 dias com ela" (2009) e "The spectacular now" (2013), não só reproduzem linhas inteiras das quase 300 páginas da obra, como conseguem manter a naturalidade do tom adolescente e até filosófico imprimido pelo escritor a seus diálogos.

Mais que isso, são capazes de entregar ao público, assim como a dramédia "50%" (2011) de Jonathan Levine, uma abordagem diferente de um tema tão espinhoso como o câncer. A forma orgânica em que o grafismo introduz o ambiente virtual da trama, com as mensagens de SMS e e-mails na tela, embora não seja novidade, é um dos acertos da produção. Outro é a trilha sonora indie, também comum nos mais recentes blockbusters voltados ao público teen, que soa certeira nesta película. Basicamente folk, a exemplo do primeiro filme de Boone, "Ligados pelo amor" (2012), mas com pitadas pop, a seleção musical tem os jovens Ed Sheeran, Jake Bugg, Charli XCX, Tom Odell, Birdy e companhia - algumas canções até evocam Bon Iver, banda cuja música esteve no trabalho anterior do diretor e também estaria neste, se não tivesse negado seu uso.

Falando em Josh Boone, é justamente ele quem sucumbe à tentação de cair no sentimentalismo. Se o agradável "Ligados pelo amor", em que ele também assinava o roteiro, mantinha só a carcaça de filme indie mas se rendia às fórmulas fáceis hollywoodianas, o jovem diretor encontrou um material mais rico para fugir delas em "A culpa é das estrelas".

Porém não o fez por completo. Além da escolha pelo slow motion no momento de crise de um dos personagens, por exemplo, os primeiros planos e grandes close ups são um recurso utilizado constantemente por ele, com o claro objetivo de levar o público às lágrimas.O resultado não é ruim, porque Boone sabia que tinha um bom elenco em mãos, capaz de transmitir a emoção necessária - e felizmente equilibrada - frente à câmera de Ben Richardson, diretor de fotografia de "Indomável sonhadora" (2012).

Se Laura Dern sustenta uma interpretação irregular em suas escassas cenas – os pais de Hazel poderiam ter mais destaque no longa, mas a escolha por centrar a história nos protagonistas faz com que as mais de duas horas de filme fluam bem e não se tornem cansativas –, Willem Dafoe como o escritor Peter Van Houten toma de assalto seus poucos minutos em tela. Contudo, o destaque vai obviamente para o casal de atores principais. Hazel Grace é um prato cheio para Shailene Woodley, que só confirma o seu talento em dar vida a adolescentes com extrema naturalidade, sem cair na mesmice, como já mostrado com a jovem rebelde de "Os descendentes" (2011) ou a garota ingênua e apaixonada de "The spectacular now".

Mesmo com poucos trabalhos no currículo, seu colega na franquia juvenil "Divergente" (2014), Ansel Elgort, surpreende ao não cair em uma caricatura do confiante e doce Augustus Waters. Esta capacidade demonstrada por grande parte do elenco e equipe técnica para tornar essa história genuína é o principal chamariz do filme, que deve ter o mesmo destino do livro que lhe deu origem, que fez sucesso não só com o seu público-alvo, o juvenil.

Neste caso, seu objetivo é o de emocionar o maior espectro possível de espectadores, sem distinção de gênero, idade ou ser leitor ou não da obra original. Portanto, fica a dica: prepare os seus lencinhos.

Por Nayara Reynaud, do Cineweb, via Reuters* - G1
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