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DATA DA PUBLICAÇÃO 13/03/2014 | Economia
Estoques chegam a 37 dias e vendas caem
Estoques chegam a 37 dias e vendas caem Foto: Nario Barbosa/DGABC
Foto: Nario Barbosa/DGABC
A indústria automobilística brasileira ampliou o nível de estoques de carros parados nos pátios das fábricas e nos showrooms das concessionárias, ao registrar produção 18,7% maior que a de janeiro e 16,9% superior à de fevereiro de 2013. Foram fabricadas no mês passado 281 mil unidades, ante as 237 mil de janeiro.

Ao mesmo tempo, o setor contabilizou retração de 17% nas vendas em fevereiro ante janeiro, ao comercializar 259 mil veículos (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) no mês passado. Isso embora no primeiro bimestre o segmento tenha voltado a bater recorde de licenciamentos, com a marca de 571 mil unidades, a maior da história – desde 1957, quando a indústria automobilística iniciou atividades no País.

Com isso, o setor, que acumulava 31 dias de estoques – tempo necessário para a comercialização do volume fabricado pelo ritmo atual de vendas – em janeiro, agora está com 37 dias. Para o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Luiz Moan, os números ainda estão dentro da normalidade, por causa da diversidade de concessionárias e montadoras instaladas no Brasil.

Parte da retração do setor em fevereiro se deveu à antecipação de compras, assinala Moan. Isso porque os consumidores teriam buscado preços menores dos carros, por causa do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) menor, faturado pelas lojas em dezembro.

No caso de veículos 1.0 o imposto neste ano subiu de 2% para 3%; para automóveis com motor até 2.0 flex a elevação é de 7% para 9% e, aos movidos a gasolina, é de 8% para 10%. As fabricantes também repassaram seus reajustes, em torno de 1,3%. No entanto, até janeiro, as concessionárias ainda tinham veículos a preços de 2013, com o imposto reduzido.

Cristian Bittner, gerente de vendas de novos da Vigorito, concessionária da General Motors em Santo André, afirma que as vendas de fevereiro foram bem menores. “Devido ao IPI menor, a procura em dezembro foi muito grande. Vendemos, no mês, 376 carros. Em janeiro, como ainda tínhamos unidades com o imposto reduzido, vendemos 296 veículos. No mês passado, porém, foram 213”, conta.

Embora fevereiro tradicionalmente não seja um mês bom de vendas para o setor, principalmente por conta do Carnaval, neste ano o feriado caiu em março. Ou seja, na opinião de Bittner, a retração no comércio de veículos realmente foi reflexo da antecipação das compras.

Para o gerente, março já está reagindo. Até o momento foram vendidas 40 unidades e, para o fim de semana de feirão, espera-se comercializar mais 120 carros. Uma média de vendas mensal boa para a loja é de 280 automóveis.

CARGA PESADA - Outro fator que contribuiu para a redução nas vendas e o aumento dos estoques foi a interrupção na operação do PSI-Finame do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), destinado a oferecer condições especiais de vendas de caminhões e ônibus – atualmente com juros de 6% ao ano. A linha de crédito ficou desativada em janeiro e só foi retomada pelo banco no dia 27 desse mês.

Para o vice-presidente da Anfavea, Luiz Carlos Gomes de Moraes, que é diretor de comunicação da Mercedes-Benz após a instituição do governo ter voltado a operar a linha, a tendência é de melhora nos licenciamentos de caminhões a partir de março. “Isso (a interrupção) impactou as vendas em janeiro, em fevereiro melhorou um pouco, mas achamos que poderemos ter um ano bom (nessa área)”, afirma.

As vendas desses veículos pesados (21 mil unidades no primeiro bimestre) ainda estão em ritmo 3,9% menor do que as do mesmo período de 2013. Para a região, a retomada do segmento também é importante, já que o Grande ABC concentra 55% da produção nacional de caminhões, segundo estimativa do Sindicato dos Metalúgicos do ABC.
(Colaborou Soraia Abreu Pedrozo)

Anfavea quer contornar barreiras argentinas
Em conversas com o governo brasileiro, as montadoras de veículos estão engajadas em buscar uma solução para o problema das restrições impostas para as exportações para a Argentina. O país vizinho representa 75% do total de veículos brasileiros vendidos ao Exterior, de acordo com dados da Anfavea.

A questão afeta o Grande ABC, que viu suas encomendas totais ao mercado internacional recuarem 23% em janeiro ante mesmo período de 2013.

Principal polo automotivo do Brasil, São Bernardo, por exemplo, negocia 44% do total das exportações do município com nossos hermanos. São Caetano, por sua vez, onde está a sede brasileira da General Motors, concentrou nesse mercado 91% do valor obtido com as encomendas internacionais, em janeiro deste ano.

Nessas participações, não estão apenas carros, caminhões e ônibus, mas o segmento tem peso importante na pauta de produtos da região vendidos a outros países.

No caso de toda a indústria automobilística brasileira, de acordo com o levantamento da Anfavea, com o impacto das limitações colocadas pelo governo da presidente Cristina Kirchner, as vendas externas da indústria automobilística recuaram, no primeiro bimestre, 24% na comparação com as do mesmo período do ano passado.

O presidente da Anfavea, Luiz Moan, afirmou que sugeriu ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, a abertura de linha de crédito especial para financiar o país vizinho para adquirir os produtos brasileiros. Segundo ele, seria para superar uma dificuldade, da falta de divisas em dólares, que deve ser superada em abril, quando o produtores argentinos voltam a exportar grãos. “Esse instrumento seria uma ponte até que as divisas sejam recuperadas. A crise argentina é real, mas não é permanente”, diz o dirigente.

META - Por enquanto, a Anfavea mantém suas projeções das exportações em 2014 para o total de 575 mil unidades, resultado que significaria crescimento de 1,6% em relação a 2013. Moan avalia, porém, que se essa situação da Argentina perdurar, será necessário rever essa estimativa.
No entanto, como os dois governos devem se encontrar na sexta-feira para discutir uma saída para essa situação, o presidente da associação das montadoras vê perspectiva favorável de retomada do fluxo de comércio.

A questão preocupa não só por causa dos negócios com veículos. “A relação (entre os dois países) não é simplesmente de compra e venda de produtos, mas a produção do Brasil depende de peças produzidas na Argentina”, afirmou o dirigente.

Por Leone Farias - Diário do Grande ABC
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