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DATA DA PUBLICAÇÃO 25/01/2010 | Internacional
''Estamos recomeçando abaixo de zero'', diz novo chefe da missão da ONU no Haiti
O representante da ONU (Organização das Nações Unidas) no Haiti, Edmond Mulet, alerta em entrevista a Fábio Zanini, enviado especial da Folha ao país, que, 13 dias após o terremoto de magnitude 7, a ajuda humanitária entra em uma nova fase, que exige planejamento muito maior do que se viu até aqui. Ele afirma ainda que, após a devastação do tremor, a ONU deve ficar no país por "muitos, muitos e muitos anos" ainda.

"Estamos mudando de uma fase de resposta urgente para uma de assistência humanitária, que tem de ser mais estruturada", afirma o guatemalteco Mulet, em entrevista à Folha publicada na edição desta segunda-feira.

"Em 2012, provavelmente, sairíamos. Mas com esse cataclismo, temos de revisar tudo. A presença da ONU aqui será de muitos, muitos e muitos anos ainda. Nós não estamos recomeçando do zero. Estamos abaixo de zero", completou. Ele diz ainda temer que um novo desastre em outro lugar relegue o Haiti de novo ao esquecimento.

Mulet, subsecretário da ONU para operações de paz, foi chamado às pressas para chefiar a Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti) após a morte do tunisiano Hédi Annabi e de seu vice, o brasileiro Luiz Carlos da Costa, no tremor.

Reunião

A comunidade internacional começa a traçar nesta segunda-feira, em Montreal, no Canadá, um plano de emergência para aliviar a situação do Haiti e a estabelecer os parâmetros para um compromisso a longo prazo que permita a reconstrução do país.

Mais de duas dúzias de países e organismos internacionais devem analisar na cidade canadense a situação humanitária que se vive no Haiti 12 dias depois do terremoto que assolou o país e aumentar sua coordenação para solucionar os problemas surgidos.

Os responsáveis de Relações Exteriores do Grupo de Países Amigos do Haiti junto com os da República Dominicana, Japão, Espanha e União Europeia (UE), estabelecerão um acordo básico sobre a visão estratégica a longo prazo necessária para a reconstrução do país.

A definição dessa visão estratégica, que poderia ser similar ao Plano Marshall que reconstruiu a Europa após a Segunda Guerra (1939-1945), será determinada em uma futura cúpula de líderes e cuja data e lugar serão anunciados no final da conferência de Montreal.

Plano Lula

O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, que participará da reunião desta segunda-feira, disse neste sábado (23) que o Haiti vai precisar de um Plano Lula para a reconstrução do país. Segundo ele, a ajuda de médio e longo prazo ao país caribenho deve ser feita mediante projetos.

Em Porto Príncipe para uma rodada de entendimentos com líderes haitianos, das Nações Unidas e brasileiros, o ministro elogiou a mobilização internacional para ajudar as vítimas do terremoto.

Perguntado se o Haiti precisaria de uma espécie de Plano Marshall, Amorim respondeu: "Por que não um Plano Lula?"

Segundo o ministro, o Brasil pretende montar projetos para a reconstrução do país. Um deles é a possibilidade de ajudar, junto com os Estados Unidos, na construção de uma hidrelétrica no país. Amorim também afirmou que a recuperação do país passa por assegurar a coordenação política e operacional da ONU na reconstrução e a inclusão do governo haitiano nesse processo.

Tragédia

O terremoto aconteceu às 16h53 do último dia 12 (19h53 no horário de Brasília) e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país, que ficou virtualmente devastada. O Palácio Nacional e a maioria dos prédios oficiais desabaram. O mesmo aconteceu na sede da Minustah, missão de paz da ONU, liderada militarmente pelo Brasil.

Ainda não há um dado preciso do total de mortos. O último balanço das Nações Unidas indicava um total de 111.481 mil cadáveres, enquanto no sábado (23) as autoridades haitianas já estimavam um cifra na casa dos 120 mil, podendo chegar a 200 mil.

Entre os brasileiros, 21 morreram, sendo 18 militares e três civis, a brasileira Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, o chefe-adjunto civil da missão da ONU no Haiti, Luiz Carlos da Costa, e uma brasileira com dupla-cidadania europeia que não teve a identidade divulgada a pedido da família.

No total, o Haiti já teve pelo menos 50 tremores de magnitude 4,5 ou maior desde o grande tremor. Nenhum deles causou novos danos ou vítimas, mas houve alarme entre a população. Nesta quinta-feira, dois fortes tremores, um com magnitude 4,8, conforme medição do Serviço Geológico dos EUA (USGS, na sigla em inglês), voltaram a assustar Porto Príncipe. Na quarta-feira (20), houve mais um forte reflexo do primeiro tremor, de magnitude 6,1.

Por Folha Online
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