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DATA DA PUBLICAÇÃO 13/10/2015 | Setecidades
Estado empurra 600 famílias ao Minha Casa, Minha Vida
Estado empurra 600 famílias ao Minha Casa, Minha Vida Após anos de ocupação, galpões já ganharam estrutura de um pequeno bairro, com bar, cabeleireiro, padaria e lojas. Foto: Rodrigo Pinto
Após anos de ocupação, galpões já ganharam estrutura de um pequeno bairro, com bar, cabeleireiro, padaria e lojas. Foto: Rodrigo Pinto
Após ameaças de reintegração, famílias formam associação para melhorar condições em galpões

Expulsos da própria casa. Esse é o medo compartilhado por mais de 600 famílias que dão vida a uma antiga fábrica. Não se trata de crise financeira. A indústria já fechou as portas há mais de 30 anos. Trata-se de descaso do poder público. O grupo de famílias ocupa as instalações abandonadas de uma fábrica de borracha, no Bairro Cooperativa, em São Bernardo.

O terreno pertence ao Estado, que, após anos de ameaças de expulsar os moradores, decidiu entregar a situação para o governo federal. Dentro dos galpões, o descaso levou à união e cooperação das famílias, que hoje possuem uma associação oficial para agilizar a regularização.

Os galpões na estrada particular Eiji Kikuti ocupam terreno com área de 10 mil metros quadrados. Dentro de três galpões industriais e um prédio administrativo, as famílias improvisaram barracos e até casas de alvenaria. A ação de reintegração de posse foi concedida pela Justiça à Secretaria de Habitação do Estado em 2013. A execução é uma possibilidade desde então. O período de eleições para governador do Estado ajudou a evitar a expulsão em 2014.

Após anos de ocupação, galpões já ganharam estrutura de um pequeno bairro, com bar, cabeleireiro, padaria e lojas. Foto: Rodrigo Pinto

Agora, pressionada pelo Ministério Público, a gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) resolveu lavar as mãos e deixar que a União assuma a responsabilidade por meio do programa Minha Casa, Minha Vida. “Para dar prosseguimento ao projeto, a Secretaria de Estado da Habitação e a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional Urbano) aguardam o lançamento da terceira etapa do programa federal”, informou, em nota, a Secretaria.

ORDEM NA CASA

Cansados de esperar por uma possível reintegração de posse, as famílias se uniram e elegeram uma comissão representativa: a Associação São Bernardo Social Cidadania, que pôs ordem na casa. Levantamento de quantas pessoas residem no local está sendo feito pela entidade. Novas moradias são barradas para evitar o adensamento populacional. Mesmo assim, energia elétrica e instalações de água e esgoto receberam melhorias.

“Aqui a gente tem de ficar de olho para que não surjam novos barracos. Estamos fazendo isso para o projeto dos apartamentos surgir logo”, explicou a vice-presidente da São Bernardo Social Cidadania, Eliana Lima Silva, também chamada de Ruiva.

Desde 2010, a Prefeitura de São Bernardo acompanha a situação dos moradores. Como o terreno pertence ao Estado, o município pode apenas oferecer os serviços básicos de saúde, atendimento social, etc. “Fizemos um cadastro inicial das pessoas e orientamos para que a ocupação não crescesse e o problema aumentasse. Também estamos em tratativas com o Estado para ajudar em qualquer solução”, comentou a secretária de Habitação, Tássia Regino.
Ocupação conta com pequeno comércio

Nos galpões do Cooperativa, como a ocupação é conhecida, as dimensões do local permitiram que um pequeno comércio se instalasse. Bar, cabeleireiro, padaria, lojas de produtos de limpeza e cosméticos funcionam durante o expediente usual. Para entrar nas instalações, é preciso se identificar na guarita da antiga fábrica. O cubículo foi reformado e também abriga a associação dos moradores. “Nossa organização vai facilitar a entrada dessas famílias em programas sociais”, garantiu a vice-presidente da associação, Eliana Lima Silva, a Ruiva.

Enquanto ela passa o dia visitando as moradias e atendendo quem procura um meio de fazer parte da ocupação, as famílias se apressam em melhorar as casas. Sem o peso do aluguel no orçamento, muitos conseguem comprar eletrodomésticos, roupas novas para as crianças e até mesmo dormir. “Era uma coisa que eu e meu marido não conseguíamos fazer antes de vir para cá”, relembrou as noites de insônia a dona de casa Graciele Pereira Reis, 40 anos, que está há três nos galpões.

“A gente pagava um aluguel de R$ 1 mil. O dinheiro não dava para comprar comida. Tinha meses que passávamos a noite em claro, porque, depois do aluguel, não tinha como comprar o alimento das crianças”, descreveu Graciele. “Hoje a gente tem um lar. Temos como colocar comida na mesa para os meninos.”

Por Renan Fonseca - ABCD Maior
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