DATA DA PUBLICAÇÃO 09/05/2012 | Política
Estado contrata empresa envolvida com bicheiro para limpar piscinões
Delta Construção receberá do governador Geraldo Alckmin R$ 29 milhões pela limpeza dos piscinões. Foto: Andris Bovo
Limpeza começou atrasada, em janeiro; Delta Construção garantiu serviço em 12 dos 20 reservatórios da Região
O governo do Estado de São Paulo entregou a limpeza dos 20 piscinões do ABCD, responsáveis pelo combate às enchentes na Região, à empresa Delta Construção, envolvida na suposta rede de corrupção do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Para realizar o serviço, ainda incompleto, a Delta receberá do governador Geraldo Alckmin (PSDB) R$ 29 milhões. A limpeza dos piscinões da Região começou atrasada, em janeiro, juntamente com a época de chuvas, o que trazia o risco de inundações.
Dos 20 piscinões do ABCD, a empresa ligada ao bicheiro garantiu a limpeza de apenas 12, em quase cinco meses de contrato. São dez reservatórios em São Bernardo, quatro em Mauá, três em Diadema, dois em Santo André e um em São Caetano. Juntos, têm capacidade de armazenar cerca de 3,7 milhões de metros cúbicos de água, caso estejam limpos e em plena capacidade de atuação.
Cachoeira foi preso em fevereiro deste ano, durante a operação Monte Carlo, promovida pela Polícia Federal a fim de investigar a exploração do jogo ilegal em Goiás, além do envolvimento do bicheiro com políticos e empresários. Entre os políticos supostamente envolvidos está o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), flagrado em escutas telefônicas com Cachoeira. Além de empresas e políticos, escutas apontam aproximação do bicheiro com a revista Veja.
As investigações buscam confirmar se a construtora Delta, que também possui contratos com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), era responsável pelo esquema operacional e financeiro do bicheiro.
Pego de surpresa pelas investigações, Alckmin afirmou, na semana passada, que pretende rever os contratos com a Delta e culpou a gestão do ex-governador e atual pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, José Serra (PSDB), como responsável pela contratação da empresa.
“Tínhamos contratos (com a Delta) que se encerraram e nem são do meu mandato. Agora, temos três ou quatro de pequeno valor. É sempre bom rever e analisar, é sempre positivo”, disse o governador.
Em seu site, a Delta afirma que já afastou os diretores envolvidos e que está auditando os contratos com o poder público.
Diante dos constantes problemas na limpeza dos piscinões, duas cidades do ABCD resolveram assumir a manutenção dos reservatórios por conta própria. São Bernardo investiu R$ 1 milhão para manutenção dos dez equipamentos e São Caetano disponibilizou R$ 300 mil para limpeza do único reservatório da cidade.
Assembleia - A oposição na Assembleia Legislativa de São Paulo quer investigar os contratos da Delta Construções com o governo estadual. Em requerimento protocolado no Ministério Público, na última semana, os deputados João Paulo Rillo, Adriano Diogo e Enio Tatto, cobram investigação em contratos da empresa, como o aumento de 75% sobre o valor inicial das obras de ampliação da marginal Tiete.
Os parlamentares ainda querem a extensão das investigações sobre outros contratos firmados entre a Delta e a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.), o DER (Departamento de Águas e Energia Elétrica) e também com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), firmados entre 2002 e 2012.
O governo do Estado de São Paulo entregou a limpeza dos 20 piscinões do ABCD, responsáveis pelo combate às enchentes na Região, à empresa Delta Construção, envolvida na suposta rede de corrupção do bicheiro Carlinhos Cachoeira. Para realizar o serviço, ainda incompleto, a Delta receberá do governador Geraldo Alckmin (PSDB) R$ 29 milhões. A limpeza dos piscinões da Região começou atrasada, em janeiro, juntamente com a época de chuvas, o que trazia o risco de inundações.
Dos 20 piscinões do ABCD, a empresa ligada ao bicheiro garantiu a limpeza de apenas 12, em quase cinco meses de contrato. São dez reservatórios em São Bernardo, quatro em Mauá, três em Diadema, dois em Santo André e um em São Caetano. Juntos, têm capacidade de armazenar cerca de 3,7 milhões de metros cúbicos de água, caso estejam limpos e em plena capacidade de atuação.
Cachoeira foi preso em fevereiro deste ano, durante a operação Monte Carlo, promovida pela Polícia Federal a fim de investigar a exploração do jogo ilegal em Goiás, além do envolvimento do bicheiro com políticos e empresários. Entre os políticos supostamente envolvidos está o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), flagrado em escutas telefônicas com Cachoeira. Além de empresas e políticos, escutas apontam aproximação do bicheiro com a revista Veja.
As investigações buscam confirmar se a construtora Delta, que também possui contratos com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), era responsável pelo esquema operacional e financeiro do bicheiro.
Pego de surpresa pelas investigações, Alckmin afirmou, na semana passada, que pretende rever os contratos com a Delta e culpou a gestão do ex-governador e atual pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, José Serra (PSDB), como responsável pela contratação da empresa.
“Tínhamos contratos (com a Delta) que se encerraram e nem são do meu mandato. Agora, temos três ou quatro de pequeno valor. É sempre bom rever e analisar, é sempre positivo”, disse o governador.
Em seu site, a Delta afirma que já afastou os diretores envolvidos e que está auditando os contratos com o poder público.
Diante dos constantes problemas na limpeza dos piscinões, duas cidades do ABCD resolveram assumir a manutenção dos reservatórios por conta própria. São Bernardo investiu R$ 1 milhão para manutenção dos dez equipamentos e São Caetano disponibilizou R$ 300 mil para limpeza do único reservatório da cidade.
Assembleia - A oposição na Assembleia Legislativa de São Paulo quer investigar os contratos da Delta Construções com o governo estadual. Em requerimento protocolado no Ministério Público, na última semana, os deputados João Paulo Rillo, Adriano Diogo e Enio Tatto, cobram investigação em contratos da empresa, como o aumento de 75% sobre o valor inicial das obras de ampliação da marginal Tiete.
Os parlamentares ainda querem a extensão das investigações sobre outros contratos firmados entre a Delta e a Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S.A.), o DER (Departamento de Águas e Energia Elétrica) e também com a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), firmados entre 2002 e 2012.
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