DATA DA PUBLICAÇÃO 17/08/2011 | Setecidades
Esgoto tratado na Região só no fim da década
Apenas no fim da década toda a Região terá 100% do esgoto tratado. Dados das autarquias que realizam o serviço no ABCD apontam que apenas em 2018 os municípios estarão equipados de infraestrutura e tecnologias suficientes para atender toda a demanda.
De acordo com o professor de engenharia ambiental da UFABC (Universidade Federal do ABC) e especialista na área, Gilson Lameira, a falta de investimentos nos últimos anos na construção de coletores-troncos resultou na atual realidade.
“O que falta hoje são redes intercessoras que levem o esgoto até as estações. Há coleta, mas essa coleta vai parar no córrego, na rua, porque ela não se interliga com nada. Não houve preocupação nos últimos anos em criar sistemas eficientes de coletores-troncos, e para atingir as metas estabelecidas pelas empresas o primeiro investimento é esse”, afirmou Lameira.
Fundamentais ao desenvolvimento social dos municípios, a coleta e o tratamento de esgoto apresentam índices extremamente discrepantes no ABCD. Cidades com realidades socioeconômicas próximas como Mauá e Diadema tratam, respectivamente, 5% e 13% do esgoto coletado, enquanto São Caetano já consegue tratar 100% do esgoto coletado na cidade.
Os dados são das próprias autarquias que cuidam do saneamento das cidades, e se referem aos índices de 2011. Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, embora integralmente localizadas em área de manancial, tratam, respectivamente, 70% e 85%, média comparada a cidades mais desenvolvidas do País, como municípios de Santa Catarina.
Já em São Bernardo, município com a maior população do ABCD e que também possui a maior receita tributária, o tratamento de esgoto, executado pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), atinge 26% do total coletado.
De acordo com a Sabesp, que também opera os serviços de saneamento de Rio Grande e Ribeirão Pires, a meta é tratar 100% do esgoto coletado até 2018 nas três cidades.
Prazos - Para poder cumprir o objetivo, a Sabesp afirma que estão em funcionamento nas cidades o Projeto Tietê (desvio do esgoto despejado em rios e córregos para os coletores-troncos), Pró-Billings (Programa Integrado de Melhoria Ambiental na Área de Mananciais da Represa Billings), Convênio Coletor Couros (que integra o Pró-Billings), que possui financiamento do PAC Saneamento, e obras e prolongamentos de redes de esgoto para atender o crescimento vegetativo.
Até lá, a dona de casa Maria Silveira Santos Oliveira, 28 anos, moradora da região do Alvarenga, em São Bernardo, conviverá na porta de casa com esgoto a céu aberto. Moradora do bairro desde que nasceu, Maria viu vizinhos adoecerem após o contato com a água contaminada e tem de tomar cuidado o tempo todo para que os filhos não brinquem no córrego.
“Sempre foi assim. E o pior é que não temos alternativa, o único caminho do esgoto aqui é o córrego e a rua. Já aprendemos a viver rodeados pelo mau cheiro e pelos ratos”, disse a dona de casa.
Outras cidades
Em Mauá, a previsão da empresa Foz do Brasil, terceirizada da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) para o serviço, é tratar 100% do esgoto até 2014. Para isso, a expectativa da Foz é que até lá seja construída uma ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) no próprio município.
Com sistema de coleta e tratamento municipalizados, Diadema espera que com a conclusão dos coletores-troncos Curral Grande, Canhema e Monteiros, prevista para 2012, o esgoto tratado atinja os 63% do coletado. Existe mais um coletor-tronco a ser construído para que Diadema alcance o índice de 100% de esgoto tratado, o coletor-tronco Couros, que aguarda aprovação do projeto pela Caixa Econômica Federal. A meta é atingir os 100% de esgoto tratado também em 2018.
Já os indicativos sobre a coleta do esgoto gerado no ABCD são mais otimistas. Nas sete cidades da Região, a média era de 94,2% em 2010; em 2000 eram 92%.
De acordo com o professor de engenharia ambiental da UFABC (Universidade Federal do ABC) e especialista na área, Gilson Lameira, a falta de investimentos nos últimos anos na construção de coletores-troncos resultou na atual realidade.
“O que falta hoje são redes intercessoras que levem o esgoto até as estações. Há coleta, mas essa coleta vai parar no córrego, na rua, porque ela não se interliga com nada. Não houve preocupação nos últimos anos em criar sistemas eficientes de coletores-troncos, e para atingir as metas estabelecidas pelas empresas o primeiro investimento é esse”, afirmou Lameira.
Fundamentais ao desenvolvimento social dos municípios, a coleta e o tratamento de esgoto apresentam índices extremamente discrepantes no ABCD. Cidades com realidades socioeconômicas próximas como Mauá e Diadema tratam, respectivamente, 5% e 13% do esgoto coletado, enquanto São Caetano já consegue tratar 100% do esgoto coletado na cidade.
Os dados são das próprias autarquias que cuidam do saneamento das cidades, e se referem aos índices de 2011. Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, embora integralmente localizadas em área de manancial, tratam, respectivamente, 70% e 85%, média comparada a cidades mais desenvolvidas do País, como municípios de Santa Catarina.
Já em São Bernardo, município com a maior população do ABCD e que também possui a maior receita tributária, o tratamento de esgoto, executado pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo), atinge 26% do total coletado.
De acordo com a Sabesp, que também opera os serviços de saneamento de Rio Grande e Ribeirão Pires, a meta é tratar 100% do esgoto coletado até 2018 nas três cidades.
Prazos - Para poder cumprir o objetivo, a Sabesp afirma que estão em funcionamento nas cidades o Projeto Tietê (desvio do esgoto despejado em rios e córregos para os coletores-troncos), Pró-Billings (Programa Integrado de Melhoria Ambiental na Área de Mananciais da Represa Billings), Convênio Coletor Couros (que integra o Pró-Billings), que possui financiamento do PAC Saneamento, e obras e prolongamentos de redes de esgoto para atender o crescimento vegetativo.
Até lá, a dona de casa Maria Silveira Santos Oliveira, 28 anos, moradora da região do Alvarenga, em São Bernardo, conviverá na porta de casa com esgoto a céu aberto. Moradora do bairro desde que nasceu, Maria viu vizinhos adoecerem após o contato com a água contaminada e tem de tomar cuidado o tempo todo para que os filhos não brinquem no córrego.
“Sempre foi assim. E o pior é que não temos alternativa, o único caminho do esgoto aqui é o córrego e a rua. Já aprendemos a viver rodeados pelo mau cheiro e pelos ratos”, disse a dona de casa.
Outras cidades
Em Mauá, a previsão da empresa Foz do Brasil, terceirizada da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá) para o serviço, é tratar 100% do esgoto até 2014. Para isso, a expectativa da Foz é que até lá seja construída uma ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) no próprio município.
Com sistema de coleta e tratamento municipalizados, Diadema espera que com a conclusão dos coletores-troncos Curral Grande, Canhema e Monteiros, prevista para 2012, o esgoto tratado atinja os 63% do coletado. Existe mais um coletor-tronco a ser construído para que Diadema alcance o índice de 100% de esgoto tratado, o coletor-tronco Couros, que aguarda aprovação do projeto pela Caixa Econômica Federal. A meta é atingir os 100% de esgoto tratado também em 2018.
Já os indicativos sobre a coleta do esgoto gerado no ABCD são mais otimistas. Nas sete cidades da Região, a média era de 94,2% em 2010; em 2000 eram 92%.
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