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DATA DA PUBLICAÇÃO 02/03/2010 | Cidade
Escolas privadas de nível médio deixam de atrair alunos
Na contramão do que ocorre no ensino superior, as escolas particulares de nível médio não estão conseguindo atrair mais alunos para suas salas.

Dados do censo escolar do MEC e da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE, mostram que o setor não está crescendo, em alguns Estados, chega a perder alunos, e cede cada vez mais espaço para escolas públicas.

O censo do MEC indica que, de 1991 a 2008, a proporção de matrículas em escolas particulares no antigo segundo grau caiu de 27% para 12%. A razão principal para isso foi a expansão do setor público, mas os dados revelam também que o total de alunos vem oscilando entre 1,2 milhão e 900 mil, tendo atingido seu auge em 1997 (1,267 milhão de estudantes).

Como o censo escolar passou por algumas modificações nesse período, não é possível ter certeza sobre a magnitude da queda nas matrículas. A Pnad, feita pelo IBGE com outra metodologia, confirma, no entanto, que o setor não consegue mais se expandir e perde espaço para as públicas.

Pela Pnad, o pico das matrículas de 2001 a 2008 (período que a pesquisa abrange) ocorreu em 2004 (1,306 milhão). Em 2008, o número de estudantes em escolas privadas de nível médio foi de 1,214 milhão.

O censo do MEC revela que os Estados que mais sentiram a queda foram Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Para os sindicatos de escolas particulares desses Estados, há dois fatores principais a explicar essa variação: a redução da taxa de fecundidade nas famílias mais ricas e o fato de a renda dos brasileiros com maior poder aquisitivo não ter crescido no mesmo ritmo verificado entre as famílias mais pobres.

Em São Paulo e Minas, os donos de escola dizem também sentir esses efeitos, mas afirmam que eles não foram tão intensos, e a perspectiva é de crescimento ou estabilização.

"As escolas particulares, que tinham facilidade para captar seus alunos, hoje enfrentam problemas aqui no Rio Grande do Sul. Além disso, alguns alunos de classe média baixa ficam na rede pública para se candidatar a uma vaga no ProUni [programa de acesso ao ensino superior restrito à rede pública] no futuro", diz Oszino Toillier, presidente do sindicato de escolas privadas gaúchas.

Violência

No Rio, Victor Notrica, presidente do sindicato fluminense, acrescenta a violência como fator que afugenta a classe média para outros Estados. Para ele, os brasileiros que aumentaram sua renda e conseguiram ingressar na classe média ainda não têm como padrão de consumo o investimento em educação privada.

"Há outros apelos, como a compra de eletrodomésticos e automóveis. A educação deixou de ser um dos primeiros itens no orçamento das famílias, e isso se reflete nas matrículas em escolas privadas", diz.

Ele cita como efeito disso o fechamento de algumas escolas no Rio (casos de Santa Úrsula, Cunha Lima e Regina Coeli) e diz que alguns estabelecimentos estão optando por unificar seus cursos pré-vestibulares ao ensino médio regular.

José Augusto Mattos Lourenço, ex-presidente do sindicato paulista e atual presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares, diz acreditar que, em São Paulo, os efeitos da queda da fecundidade entre os mais ricos devem ser compensados pela recuperação da economia, e as perspectivas são de crescimento.

Por Antônio Gois - Folha de São Paulo, no Rio
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