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DATA DA PUBLICAÇÃO 18/03/2013 | Educação
Escolas integrais do Estado são alvos de críticas em Santo André
Escolas integrais do Estado são alvos de críticas em Santo André Na Eepsg Dr. Celso Gama, localizada na Vila Assunção, os representantes da escola rejeitaram o programa de ensino em período integral no último dia 7. Foto: Andris Bovo
Na Eepsg Dr. Celso Gama, localizada na Vila Assunção, os representantes da escola rejeitaram o programa de ensino em período integral no último dia 7. Foto: Andris Bovo
Para a Apeoesp, programa do governo do Estado não traz benefícios para alunos e professores, e não oferece ensino de qualidade

A adesão de escolas de Santo André ao Programa de Ensino em Tempo Integral do governo do Estado tem desagradado a pais, professores e alunos da rede. A afirmação é de Alexandre Ferraz, coordenador da subsede da Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) em Santo André, que aponta problemas no projeto, como falta de debate aprofundado sobre o tema, fechamento de salas de aula e programa de ensino deficitário.

Na avaliação de Ferraz, o modelo traz perdas para alunos e professores e não oferece ensino de qualidade ao estudante que fica na escola em tempo integral. “O argumento é que será escola diferenciada, mas na prática isso não acontece. Nas escolas onde esse modelo já existe, o diferencial é mínimo para o aluno. Sem falar que as oficinas oferecidas ao estudante do ensino médio são genéricas e não dão uma preparação técnica ou curso de qualificação”, ressaltou.

Outro ponto levantado pela Apeoesp diz respeito às escolas mistas, que possuem salas tanto do ensino fundamental quanto do médio. Ferraz aponta que essas unidades poderão desaparecer com o novo modelo, já que a tendência é que cada unidade atenda apenas uma das modalidades.

Exclusão - “Os alunos do ensino médio acabam excluídos dessas escolas porque a maioria que está ingressando no novo modelo ficará apenas com o fundamental. Com isso, algumas escolas que ainda têm salas de ensino médio estão ‘induzindo’ o aluno a sair da escola, transferindo salas do ensino médio para o período da tarde, o que prejudica os estudantes que trabalham ou fazem curso nesse período”, criticou Ferraz.

Foi o que aconteceu com o filho de Regina Aparecida, que era aluno da Eepsg Dr. Celso Gama, em Santo André, unidade pré-selecionada pelo Estado para adotar o programa. De acordo com a mãe, até o ano passado todas as salas do 2º e 3º anos do ensino médio funcionavam no período da manhã. No entanto, as classes foram transferidas para a tarde a partir deste ano.

“Fiz a rematrícula achando que ele estudaria de manhã. O problema é que meu filho passou para o curso de Mecatrônica da ETE Júlio de Mesquita à tarde. Como não queríamos perder essa vaga no técnico, precisei transferi-lo da escola. Meu filho ficou muito chateado porque não queria perder contato com os colegas”, explicou. A mãe só conseguiu a vaga na nova escola uma semana após o início do ano letivo.

Votação - A adesão ao novo modelo precisa passar por votação do conselho de cada escola. Os representantes da Celso Gama rejeitaram o programa no último dia 7 em votação que contabilizou 13 votos contra e 12 a favor do projeto. A escola Jardim Riviera foi a primeira a funcionar no novo regime e a partir de 2014 outras duas unidades terão ensino em tempo integral: Professor Nagib Miguel Elchmer e Professora Cristina Fittipaldi.

O dirigente da Apeoesp de Santo André enfatiza que o programa precisa ser revisto para oferecer formação de qualidade ao aluno da rede estadual. “Não somos contra o ensino integral, somos contrários a esse modelo, pois a escola não pode ser vista como um depósito de alunos.”

Instituição decide, diz coordenadora

A coordenadora do novo modelo do programa Escola de Tempo Integral, da Secretaria Estadual de Educação, Valéria de Souza, ressalta que a decisão de oferecer apenas uma modalidade de ensino cabe à escola. “Essa é uma decisão escolar, a secretaria não impõe como será o atendimento, é a escola que analisa sua demanda.”

Valéria explicou que não são todas as escolas estaduais que podem aderir ao programa e que as unidades são selecionadas com base em critérios, como espaço físico para atender a comunidade.

A coordenadora disse que os professores que atuam nas escolas com novo modelo ficam com regime integral na mesma unidade com gratificação de 75% sobre o salário e que as oficinas oferecidas aos alunos não têm caráter profissionalizante. “O ensino integral amplo tem outro conceito, dá conceitos para enfrentar o mundo do trabalho e prepara o aluno para o vestibular. A rede possui outros programas voltados para o ensino profissionalizante”.

Por Rosângela Dias - ABCD Maior
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