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DATA DA PUBLICAÇÃO 25/09/2013 | Veículos
Errar na CG é como trair 800 mil pessoas, diz 'pai' da nova geração
Koji Miwa cita nº de vendas da moto para falar do peso da missão que teve.

G1 entrevista designer; compare o modelo 'no papel' e como está nas lojas.


O fim do farol redondo foi, senão a principal mudança, a mais significativa e uma das mais drásticas da Honda CG, a linha de motos mais vendida do Brasil. Lançada no mês passado, a oitava geração é resultado também de pesquisas com clientes. Desde os primeiros desenhos (veja acima) até o produto final, foram cerca de 2 anos sob a coordenação do japonês Koji Miwa, diretor e gerente-geral de design de motocicletas da marca.

“A linha CG vende cerca de 800 mil unidades por ano no Brasil, ou seja, se nós não fizermos um bom trabalho, vamos deixar todos na mão. É como trair 800 mil pessoas. Tanto o time de desenvolvimento do Japão como o do Brasil trabalharam intensamente e com muita seriedade”, diz Miwa, em entrevista exclusiva ao G1.

A nova CG, juntamente com a inédita Yamaha Fazer 150, apresentada logo após a linha da Honda, é o principal lançamento do ano para o setor de motocicletas. Miwa, de 51 anos, recebeu a missão de mudar a moto tendo no currículo os modelos off-road da série CRF, a aventureira Varadero e a novíssima linha CB 500, que trouxe de volta a moto de sucesso da década de 1990.

Tensão pelo farol
A decisão de deixar para trás o farol no estilo bolinha, marca registrada da moto, gerou tensão. “Com a globalização e a internet, a tendência é essa farol com o formato diferente. Mas a mudança nos deixou preocupados”, revela Miwa. Porém, as pesquisas com clientes apontaram preferência por um novo design.

Segundo o “pai da CG”, a escolha pelo formato atual não é meramente estética. “Com este formato novo, nós conseguimos uma luminosidade maior e melhor”, disse.

Apesar de, desde a geração anterior a CG já contar, apenas na CG 150 Titan, com um tipo de farol estilizado, a linha 2014 chegou com todas as versões, desde a 125 Fan, com um novo visual padrão.

“Tudo isso, na verdade, é porque estamos pensando em fazer uma imagem da marca. Até mesmo em quatro rodas isso acontece, olhando o CR-V, de frente, tem um formato elíptico. Estamos tentando criar uma identidade em motos. Só de olhar qualquer um dos modelos a pessoa vai notar que é um Honda”, afirmou o designer.

Rejeição à CG 'cabeçuda'
Com a nova linha, a CG deixou para trás não só o farol redondo, mas também a versão que ficou conhecida nas ruas por “cabeçuda”. Lançada em 2009, como a 1ª moto flex do mundo, a antiga CG 150 Titan não foi bem aceita pelo público e, com apenas dois anos no mercado, recebeu um facelift em 2011.

A geração rejeitada foi inspirada em modelos maiores e mais esportivos. Miwa também olhou para eles na nova geração, mas conseguiu um conjunto mais harmonioso. “Pegamos um pouco da essência dos modelos de cima, como a Hornet e a CB 1000R, que o público da CG acha bonito”, diz. "A CG é CG, não pode deixar de ser CG. Então, sem perder esta identidade, nós atualizamos conforme a época em que se enquadra.”

Sobre a recém-lançada CB 500, também criação de Miwa, o designer diz que ela possui semelhanças com nova linha CG, mas não foi fruto de sua inspiração. “Uma similaridade entre elas é a carenagem que envolve o tanque, algo que ainda não existia na CG. Notou-se muito em pesquisas que o brasileiro gosta de moto com o formato ‘musculoso’”, disse o japonês.

Como 'nasce' a moto
Para chegar ao modelo final que será produzido, o processo de desenvolvimento de uma nova moto é dividido em três fases, detalhou o designer da Honda. O trabalho é iniciado pelo planejamento, momento no qual o mercado e público alvo são analisados. “No caso da CG, analisamos com o atual proprietário o que ele estava gostando, para manter ou melhorar, e o que não estão gostando, para ser mudado”, explica o designer.

Logo após surgem os conceitos, nos quais é possível ver nos esquetes feitos da CG, com a definição sendo feita pelos departamentos de desenvolvimento de Brasil e Japão. Após esta etapa, chega-se ao “clay”, protótipo feito de argila de tamanho 1 para 1 no qual o moto toma a forma para ser testada para, se necessário, realizar algumas alterações antes de ser produzida.

Comparando os esquetes com o modelo final, é possível notar que praticamente todas as ideias se tornaram realidade. Uma exceção foram os espelhos retrovisores, que no desenho eram quadrados, enquanto na versão final da nova CG se tornaram arredondados.

Como a CG foi pensada exclusivamente para o mercado brasileiro, para finalizar o projeto, ainda foi necessário checar se o modelo final é compatível com a produção de Manaus, o que, dependendo do caso, pode gerar ainda pequenos ajustes ao modelo final. Para modelos globais, como o caso da CB 500, produzida na Tailândia, o centro de tendências ainda é a Europa.

"O consumidor de todo lugar quer uma coisa bonita em qualquer lugar do mundo. Nesse sentido, não podemos pensar especificamente em um mercado, mas sim precisamos captar primeiro as novas tendências", diz o japonês.

Varadero é a favorita do 'pai da CB 500'
Mesmo trazendo em seu currículo motos de extrema importância, como as novas gerações de CB 500 e CG, Miwa guarda com grande carinho de sua carreira a aventureira Varadero. Apesar de já ter saído de linha, na época de seu lançamento, a criação da moto veio como um grande desafio para o designer.

"Nessa categoria Adventure, o modelo que mais vendia no mundo todo era a GS, da BMW, e a Honda precisava fazer uma moto para combatê-la e desenvolvi a Varadero com esta finalidade. Ninguém conseguia ultrapassar as vendas da GS, algo que permanece até hoje, mas na época do lançamento da Varadero nós conseguimos fazer isso”, finaliza Miwa.

Por Rafael Miotto - G1, em São Paulo
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