DATA DA PUBLICAÇÃO 05/12/2011 | Turismo
Equador e Espanha se unem para restaurar convento do século 17
Depois de sofrer com dois tremores de terra e outras batalhas, os ornamentos do teto do convento Santo Agostinho de Quito passarão por uma restauração de 18 meses em um projeto que envolve Equador e Espanha. O convento foi construído há 300 anos em uma obra que se estendeu por mais de uma década.
Situado no centro histórico de Quito, capital do Equador, o convento foi construído há 300 anos em uma obra que se estendeu por mais de uma década.
No decorrer do tempo, o espaço e a maior parte dos ornamentos do teto ficaram danificados após os terremotos de 1859 e 1868. Anos depois, em 1932, o espaço e os ornamentos também sofreram deteriorações com o confronto entre liberais e conservadores quando o convento se transformou em quartel.
Ximena Escudero, especialista em arte, afirma que quando as tropas ocuparam o prédio por causa da chamada Guerra dos Quatro Dias "os soldados disparavam como distração no teto decorativo".
Entre os quadrados e os octógonos, pintados com flores e decorados com apliques de madeira em forma de folhas, sobressaem pinhas de 15 centímetros cobertas com ouro.
Esse ornamento, elaborado entre 1673 e 1680, está completo somente no corredor oriental do convento, enquanto nas demais alas só restaram a base do teto e as vigas de sustentação.
A limpeza já começou a ser feita para a aplicação de um teto falso nesses corredores, onde serão reproduzidos os ornamentos. Já no corredor oriental, os ornamentos serão apenas restaurados para reparar os danos causados pelos insetos e a umidade.
"A traça não afeta muito, mas o cupim danifica muito as estruturas de madeira", disse o arquiteto José Vaca, diretor da escola Taller Quito e encarregada da obra. O obra toda deverá ser concluída no começo de 2013.
Os ornamentos do teto do convento apresentam quadrados, símbolo da terra, da ordem e da segurança, e octógonos, uma figura intermédia entre o quadrado e o círculo, que simboliza uma mediação entre dois mundos.
Estas duas figuras se repetem em uma composição que sempre forma uma cruz, símbolo por excelência do Cristianismo.
"Tudo possui uma mensagem teológica. A religiosidade é muito presente nos elementos decorativos, não é algo somente para ser lindo. Há uma mensagem nele", disse o prior do convento, Patrício Villalba.
O azul, que é a cor do céu e simboliza a calma, é a cor mais vista nos ornamentos. O branco, que representa a pureza e a perfeição, também é muito usado. Na Igreja Católica, a combinação destas cores está associada com Nossa Senhora.
Em uma parceria entre o Instituto Metropolitano de Patrimônio de Quito, a Comunidade Autônoma de Madri e a Aecid (Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento), a obra de restauração completa dos ornamentos deverá contar com um investimento de US$ 1 milhão (R$ 1,79 milhão).
Para Villalba é "fenomenal" o fato das três instituições se unirem neste projeto, que visa recuperar um convento construído há 400 anos, considerado um Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco em 1978.
A restauração busca uma unidade estética para o convento, onde também está em andamento uma restauração dos quadros do artista Miguel de Santiago, considerado o melhor pintor do século 17, no Equador.
O convento de Santo Agostinho também possui uma relevância histórica, já que neste local foi assinada a ata de independência do Equador. No entanto, Villalba a "não se trata de um museu morto que só narra o passado". "Aqui continua vivendo uma comunidade religiosa, que segue interagindo com a sociedade. Não devemos olhar somente para os fatos do passado, que ocorreram há 200 ou 300 anos, mas pela vitalidade do espaço", disse Villalba.
Situado no centro histórico de Quito, capital do Equador, o convento foi construído há 300 anos em uma obra que se estendeu por mais de uma década.
No decorrer do tempo, o espaço e a maior parte dos ornamentos do teto ficaram danificados após os terremotos de 1859 e 1868. Anos depois, em 1932, o espaço e os ornamentos também sofreram deteriorações com o confronto entre liberais e conservadores quando o convento se transformou em quartel.
Ximena Escudero, especialista em arte, afirma que quando as tropas ocuparam o prédio por causa da chamada Guerra dos Quatro Dias "os soldados disparavam como distração no teto decorativo".
Entre os quadrados e os octógonos, pintados com flores e decorados com apliques de madeira em forma de folhas, sobressaem pinhas de 15 centímetros cobertas com ouro.
Esse ornamento, elaborado entre 1673 e 1680, está completo somente no corredor oriental do convento, enquanto nas demais alas só restaram a base do teto e as vigas de sustentação.
A limpeza já começou a ser feita para a aplicação de um teto falso nesses corredores, onde serão reproduzidos os ornamentos. Já no corredor oriental, os ornamentos serão apenas restaurados para reparar os danos causados pelos insetos e a umidade.
"A traça não afeta muito, mas o cupim danifica muito as estruturas de madeira", disse o arquiteto José Vaca, diretor da escola Taller Quito e encarregada da obra. O obra toda deverá ser concluída no começo de 2013.
Os ornamentos do teto do convento apresentam quadrados, símbolo da terra, da ordem e da segurança, e octógonos, uma figura intermédia entre o quadrado e o círculo, que simboliza uma mediação entre dois mundos.
Estas duas figuras se repetem em uma composição que sempre forma uma cruz, símbolo por excelência do Cristianismo.
"Tudo possui uma mensagem teológica. A religiosidade é muito presente nos elementos decorativos, não é algo somente para ser lindo. Há uma mensagem nele", disse o prior do convento, Patrício Villalba.
O azul, que é a cor do céu e simboliza a calma, é a cor mais vista nos ornamentos. O branco, que representa a pureza e a perfeição, também é muito usado. Na Igreja Católica, a combinação destas cores está associada com Nossa Senhora.
Em uma parceria entre o Instituto Metropolitano de Patrimônio de Quito, a Comunidade Autônoma de Madri e a Aecid (Agência Espanhola de Cooperação Internacional para o Desenvolvimento), a obra de restauração completa dos ornamentos deverá contar com um investimento de US$ 1 milhão (R$ 1,79 milhão).
Para Villalba é "fenomenal" o fato das três instituições se unirem neste projeto, que visa recuperar um convento construído há 400 anos, considerado um Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco em 1978.
A restauração busca uma unidade estética para o convento, onde também está em andamento uma restauração dos quadros do artista Miguel de Santiago, considerado o melhor pintor do século 17, no Equador.
O convento de Santo Agostinho também possui uma relevância histórica, já que neste local foi assinada a ata de independência do Equador. No entanto, Villalba a "não se trata de um museu morto que só narra o passado". "Aqui continua vivendo uma comunidade religiosa, que segue interagindo com a sociedade. Não devemos olhar somente para os fatos do passado, que ocorreram há 200 ou 300 anos, mas pela vitalidade do espaço", disse Villalba.
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