DATA DA PUBLICAÇÃO 07/10/2013 | Economia
Entrega de imóvel fica pior que pesadelo
Foto: Orlando Filho/DGABC
A assistente de departamento pessoal Aline da Silva Gobbo, 33 anos, achou que estava realizando o sonho da casa própria, em 2010, quando adquiriu, na planta, o condomínio Top Life View, em Santo André, da construtora CR2. Mas o que era para ser um sonho tem se tornado um pesadelo pela demora na entrega das chaves do apartamento.
O prazo inicial para os compradores entrarem em suas casas era janeiro de 2012, que foi prorrogado inúmeras vezes: para julho daquele ano, depois para abril de 2013, recentemente para agosto, depois para este mês e agora a perspectiva ainda é de espera. “Moro de aluguel, e já tive de renovar o contrato de locação mais duas vezes”, diz Aline. Ela certamente não é a única que sofre com a demora. Outra compradora, Michele Rúbio Brasil, adquiriu o imóvel quando ainda estava namorando, e, naquela época, tinha marcado para se casar em novembro de 2012, já contando com um possível atraso. Consequência: vive hoje de favor na casa dos pais do marido. “Nem sequer conseguimos abrir ainda os nossos presentes de casamento”, relata, com tristeza.
Está previsto na documentação que o período de tolerância era de 180 dias. E depois disso? Em setembro do ano passado, a CR2 alegou “falta de mão de obra, de materiais de construção e as fortes chuvas que assolam o Estado de São Paulo”. “Chuvas? Estamos há muitos dias sem cair um pingo de água do céu”, reclamava, na época, outro adquirente.
Em contato da equipe do Diário, há poucos dias, a construtora informou que “as obras do empreendimento Top Life View foram concluídas, tendo sido inclusive iniciado o procedimento de vistoria das unidades pelos respectivos adquirentes.”
A companhia diz ainda que está em vias de entregar à prefeitura de Santo André os documentos necessários para a expedição do Habite-se da edificação e, após a sua emissão, será instalado o condomínio e iniciada a entrega de chaves aos futuros moradores.
“Chamaram algumas pessoas para vistoria, e tinha apartamento que nem pia e janela tinha ainda”, afirma Aline. Site da CR2 que mostra o andamento das obras do Top Life View, datado de 30 de setembro, confirma que faltam obras de acabamento e revestimento do local.
RECLAMAÇÕES
Dados dos Procons da região mostram que o volume de reclamações relacionadas ao setor da construção não é muito grande. Gira em 1,2% do total: são 428 queixas de um total de quase 35 mil de janeiro a setembro.
No entanto, problemas desse tipo geram grandes transtornos, não só pelos valores envolvidos, mas por referirem ao sonho do brasileiro de ter sua residência, assinala o diretor do Procon de Santo André, Marco Aurélio dos Anjos. E casos de atrasos na entrega lideram as queixas, perdendo só para dúvidas em relação a cobranças. Detalhe: a CR2 ainda ameaçava cobrar valores corrigidos pelo INCC (Índice Nacional da Construção Civil).
Dos Anjos afirma que as pessoas têm de procurar os órgãos de defesa do consumidor e as empresas estão sujeitas a multas. Além disso, quem está nessa situação pode entrar na Justiça, para a busca de indenização por danos materiais – pelo prejuízo causado com o pagamento de aluguéis – e morais, por exemplo, pelo transtorno causado a quem estava em vias de se casar e constituir família.
O prazo inicial para os compradores entrarem em suas casas era janeiro de 2012, que foi prorrogado inúmeras vezes: para julho daquele ano, depois para abril de 2013, recentemente para agosto, depois para este mês e agora a perspectiva ainda é de espera. “Moro de aluguel, e já tive de renovar o contrato de locação mais duas vezes”, diz Aline. Ela certamente não é a única que sofre com a demora. Outra compradora, Michele Rúbio Brasil, adquiriu o imóvel quando ainda estava namorando, e, naquela época, tinha marcado para se casar em novembro de 2012, já contando com um possível atraso. Consequência: vive hoje de favor na casa dos pais do marido. “Nem sequer conseguimos abrir ainda os nossos presentes de casamento”, relata, com tristeza.
Está previsto na documentação que o período de tolerância era de 180 dias. E depois disso? Em setembro do ano passado, a CR2 alegou “falta de mão de obra, de materiais de construção e as fortes chuvas que assolam o Estado de São Paulo”. “Chuvas? Estamos há muitos dias sem cair um pingo de água do céu”, reclamava, na época, outro adquirente.
Em contato da equipe do Diário, há poucos dias, a construtora informou que “as obras do empreendimento Top Life View foram concluídas, tendo sido inclusive iniciado o procedimento de vistoria das unidades pelos respectivos adquirentes.”
A companhia diz ainda que está em vias de entregar à prefeitura de Santo André os documentos necessários para a expedição do Habite-se da edificação e, após a sua emissão, será instalado o condomínio e iniciada a entrega de chaves aos futuros moradores.
“Chamaram algumas pessoas para vistoria, e tinha apartamento que nem pia e janela tinha ainda”, afirma Aline. Site da CR2 que mostra o andamento das obras do Top Life View, datado de 30 de setembro, confirma que faltam obras de acabamento e revestimento do local.
RECLAMAÇÕES
Dados dos Procons da região mostram que o volume de reclamações relacionadas ao setor da construção não é muito grande. Gira em 1,2% do total: são 428 queixas de um total de quase 35 mil de janeiro a setembro.
No entanto, problemas desse tipo geram grandes transtornos, não só pelos valores envolvidos, mas por referirem ao sonho do brasileiro de ter sua residência, assinala o diretor do Procon de Santo André, Marco Aurélio dos Anjos. E casos de atrasos na entrega lideram as queixas, perdendo só para dúvidas em relação a cobranças. Detalhe: a CR2 ainda ameaçava cobrar valores corrigidos pelo INCC (Índice Nacional da Construção Civil).
Dos Anjos afirma que as pessoas têm de procurar os órgãos de defesa do consumidor e as empresas estão sujeitas a multas. Além disso, quem está nessa situação pode entrar na Justiça, para a busca de indenização por danos materiais – pelo prejuízo causado com o pagamento de aluguéis – e morais, por exemplo, pelo transtorno causado a quem estava em vias de se casar e constituir família.
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