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DATA DA PUBLICAÇÃO 31/03/2016 | Setecidades
Entidade da Região move ação contra o programa Cidade Alerta
Entidade da Região move ação contra o programa Cidade Alerta Solimar com a foto da filha Mayara: vítima foi chamada de ‘assanhada’ pelo apresentador de programa policial Marcelo Rezende. Foto: Rodrigo Pinto
Solimar com a foto da filha Mayara: vítima foi chamada de ‘assanhada’ pelo apresentador de programa policial Marcelo Rezende. Foto: Rodrigo Pinto
ONG acusa programa de ferir direitos constitucionais em cobertura de assassinato em São Bernardo; vítima fatal foi ofendida na TV

O Ministério Público foi acionado, nesta terça-feira (29/03), para apurar o tratamento que foi dado pelo programa Cidade Alerta a um crime que aconteceu em São Bernardo. De acordo com a denúncia, o apresentador Marcelo Rezende ofendeu a honra da auxiliar de enfermagem e universitária Mayara Vilela de Moraes, 22 anos, que foi assassinada na porta de um motel.

A ação foi movida em formato de reclamação conjuntamente pela ONG Negra Sim (movimento de mulheres negras de Santo André) e pelo Conselho Municipal de Direitos das Mulheres da cidade. Para fundamentar a denúncia, foi entregue um abaixo-assinado com mais de 2,5 mil assinaturas, coletadas de julho até dezembro de 2015.

Solimar com a foto da filha Mayara: vítima foi chamada de ‘assanhada’ pelo apresentador de programa policial Marcelo Rezende. Foto: Rodrigo Pinto

A advogada da ONG, Maria Francisca Moreira Zaidan Silva, afirmou que a intenção foi unir forças para dar credibilidade à reclamação e conseguir mudar o modo como as mulheres e casos delicados são tratados no programa de televisão da Rede Record. “A gente pede providências para que mude o conteúdo do programa deles ou pare de ser exibido”, afirmou.

A indignação da família e de entidades foi motivada por comentários que o apresentador Marcelo Rezende fez durante a narração do crime que vitimou Mayara Vilela. Na época, junho de 2015, Rezende afirmou que a jovem era “assanhada”, pelo fato de o crime ter sido na entrada de um motel, e disse também que a vítima teria “seduzido” o namorado para convencê-lo a fazer sexo. O jornalista não tinha nenhum fundamento e narrava os termos como uma hipótese.

A advogada Maria afirmou que o Ministério Público é responsável por fiscalizar a lei e garantir o cumprimento da Constituição, o que justifica a reclamação. O documento tem como base o artigo 220 da Constituição Federal, que trata da regulamentação da comunicação, incluindo a imprensa. O parágrafo terceiro mostra que a lei federal garante que a pessoa e a família podem se defender legalmente de programas de rádio e televisão, caso o conteúdo não seja adequado.

No artigo 221 é citado que os programas de rádio e televisão devem ter “respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família”, Maria afirmou também que o comportamento feriu o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, em diversos aspectos. A ação no Ministério Público teve, desde o início, apoio de Silmara Conchão, como presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres de Santo André e secretária de Políticas para as Mulheres. “A mídia reforça estereótipos, coloca a mulher na posição de culpada em casos de violência”, disse.

SEM RESPOSTAS

A família da universitária Mayara Vilela entrou na Justiça contra Marcelo Rezende, por danos morais e injúria.

O processo foi iniciado em julho do ano passado, um mês após a morte da universitária. Conforme informações da mãe da jovem, Solimar Pereira Vilela, ainda não há nenhuma resposta sobre a ação.

Por Jessica Marques - ABCD Maior
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