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DATA DA PUBLICAÇÃO 30/11/2010 | Economia
Endividados têm que pensar em presente criativo para não queimar 13º
Chegou o dia! Hoje, terça-feira (30), é o prazo limite para que o brasileiro receba o mais que bem-vindo 13º salário. Os empregadores têm que depositar ao menos a primeira parte do abono.

Se você chegou a dezembro com dívidas, no entanto, infelizmente aquela TV de 47 polegadas que você namorou na vitrine o ano todo vai ter de esperar. E se você mal via a hora de receber o salário extra para investir, ela vai ter de esperar também.

Mas, no mundo real, é difícil resistir aos cantos da sereia: o consumo vai acabar levando o brasileiro à loja e alguma lembrancinha ele vai acabar comprando. Ou aquele sentimento de culpa vai doer e vai obrigá-lo a deixar um pouco para a poupança ou o investimento.

Quanto do 13º é possível poupar, ou gastar, sem deixar os credores esperando?

Segundo o professor de finanças da FEA-USP (Faculdade de Economia e Administração), Luiz Jurandir, nada. Para quem perdeu o controle total das finanças no ano, o pagamento das dívidas é prioridade e tudo mais tem que esperar. Mas como é difícil controlar o impulso de consumo, é preciso buscar soluções conciliatórias e criativas.

- Há presentes delicados, elegantes, que se pode encontrar em feiras de artesanato. Também é possível encontrar boas opções de livros, em sebos. Um presente bom, na verdade, é o que mexe com quem vai receber. Isso pode acontecer tanto com um presente caro, que certamente provoca um efeito na pessoa, como com um que use mais a criatividade.

Ele lembra também que vale a pena esperar 2011 chegar, com as costumeiras liquidações e ofertas pós-festas. Passado o Natal e o fim de ano, é possível comprar alguns presentes com descontos da ordem de 40% ou 50% - a depender do presente, pode ser ainda maior (embora aquela TV de 47 polegadas ainda tenha que esperar um pouco mais).

- A quantia a ser poupada ou economizada é circunstancial; cada um tem suas necessidades. Alguém com muitas dívidas no cheque especial, ou no cartão, no entanto, não deve gastar com nada. Quem ganha R$ 3.000 e deve R$ 30 mil no cheque especial deveria inclusive vender o carro.

Em casos de dívidas não tão exageradas, mas ainda acima da própria renda, o trabalhador tem que parar e pensar, fazer uma análise de sua estrutura de custos – com a entrada do novo ano chegam IPTU, IPVA, matrícula e material escolar dos filhos –, além de incluir uma margem de gastos eventuais – afinal, como diz o professor, “um pneu acaba sempre furando, a geladeira precisa de uma manutenção, ou outro gasto acaba aparecendo”.

Escolhas emocionais

O professor de análise de investimentos Bolívar Godinho, do laboratório de finanças da FIA (Fundação Instituto de Administração), ligada à USP (Universidade de São Paulo), destaca o aspecto emocional do consumo: a pessoa pode estar determinada a poupar o 13º, mas pode se deixar atrair por aquele celular novo na vitrine. Ou pode querer comprar o celular, mas sentir que não deve deixar todo o dinheiro na loja.

- Interessante lembrar esse aspecto emocional do consumo, de quando a pessoa tem uma ideia do que fazer com o dinheiro e de repente muda de ideia. A pessoa precisa traçar um objetivo de longo prazo – se ela quer comprar um apartamento, ou fazer um seguro de vida, por exemplo –, se não ela se perde nesses desvios.

Se não houver objetivo de longo prazo, a pessoa pode se perder na própria indecisão. Isso tanto pode levar a um consumo compulsivo - e ela acabaria sem dinheiro - como ao exagero no sentido oposto - levar à privação de tudo que deseja, não comprando nada além do estritamente essencial.

- Na prática, não dá para achar que alguém vá conseguir poupar tudo. A pessoa precisa gastar um pouco consigo também, senão o esforço [do trabalho] fica sem sentido, a vida fica muito sem graça.

Segundo ele, para quem não tem dívidas, uma margem ideal para poupar o dinheiro seria de 10% a 20%. Mas para quem tem os credores à espera, “a prioridade total é pagar a dívida”. Isso porque os juros são muito altos e a pessoa acaba perdendo muito dinheiro se deixar a dívida rolar.

Inflação

Guardar dinheiro é uma decisão que também precisa considerar não só os gastos de início de ano como a volta da inflação.

- A inflação está voltando. Por enquanto não está em níveis alarmantes, mas já estamos vendo o IGP-M [Índice geral de Preços de Mercado, usado em reajuste de contratos de aluguel], por exemplo, em 10% ao ano.

Na segunda-feira (29), a FGV (Fundação Getúlio Vargas) informou que o IGP-M de novembro apontou alta de 1,45%, acima do 1,01% em outubro; no ano, o indicador acumula inflação de 10,56% e a expectativa do mercado é que fique em 11,01% em 2010, segundo o boletim Focus (elaborado pelo Banco Central a partir de consultas a especialistas de mercado).

Por Vinicius Albuquerque - R7
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