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DATA DA PUBLICAÇÃO 12/11/2011 | Economia
Empresas de ferramentaria planejam constituir um polo do setor
Empresas de ferramentaria planejam constituir um polo do setor  Reunião sobre o polo de ferramentaria: o setor precisa estar articulado, diz Sérgio Nobre. Foto: Rossana Lana
Reunião sobre o polo de ferramentaria: o setor precisa estar articulado, diz Sérgio Nobre. Foto: Rossana Lana
Os representantes do setor de ferramentaria das pequenas e médias empresas de São Bernardo e Diadema participaram de uma reunião para discutir os problemas e soluções para o desaquecimento do setor. O encontro ocorreu na Prefeitura de São Bernardo na manhã desta sexta-feira (11/11) das 9h às12h.

Cerca de 12 empresários participaram do primeiro encontro, promovido pelas secretarias de Desenvolvimento Econômico de São Bernardo e Diadema.

O secretário de Desenvolvimento Econômico de São Bernardo, Jefferson José da Conceição, disse que o objetivo central é construir uma política voltada ao segmento. “O setor precisa se unir para sobreviver. Os problemas são diversos e algumas soluções já foram discutidas. A participação do empresário é fundamental para debater o assunto. Iremos realizar outras reuniões para fortalecer o segmento na Região”.

De acordo com o panorama apresentado pelo vice-presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos), Carlos Manoel de Carvalho, é necessário que haja união para que as empresas não fechem as portas. “Dizem que os nossos preços são elevados, mas comparam os salários de mão de obra da China e da Índia que são muito baixos. E isto porque eles têm péssimas condições de trabalho e outros fatores. Para fornecer para as grandes montadoras precisamos ter preço, qualidade e prazo, a competição com esses países torna-se quase impossível para nós. As dificuldades de negociarmos é muito maior neste cenário. Precisamos unir forças para lutar pelo setor”.

Para o presidente Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, o polo é a alternativa a curto prazo e a mais viável para as empresas sobreviverem diante dos problemas apresentados e das importações de empresas grandes que têm mais facilidade de negociação. “Semana passada veio um representante de uma grande empresa de ferramentaria portuguesa que tem sedes na Alemanha e na Espanha, querendo se instalar no país, mas não para produzir. Eles querem instalar escritórios e ter apenas mão de obra para dar assistência. E se o setor não se unir logo, será cada vez mais difícil lutar com essas empresas grandes, que têm um poder de articulação maior.”

Após a exposição do panorama atual e dos problemas do setor, foram discutidas soluções viáveis e imediatas. Os presentes optaram em buscar mais dados sobre o setor para ter a noção exata da magnitude da área (empregos, faturamento, empresas e etc) e na próxima reunião irão oficializar um polo de ferramentaria para unir o setor na discussão.

Os secretários que promoveram a reunião afirmaram que o polo abrangerá também as empresas do segmento dos outros municípios da Região.

Polo de ferramentaria será oficializado

Os representantes das empresas irão oficializar a formação para um polo de ferramentaria na próxima reunião dia 08 de dezembro. O intuito da união dos empresários é fortalecer o setor, lutar para ter competitividade e para combater as importações.

De acordo com Carvalho, da Abimaq, com a formação do polo de ferramentaria, o Brasil conseguiria em cinco anos estar entre os quatro maiores centros de ferramentaria do mundo. Perdendo apenas para China, Alemanha e México. “A estrutura do polo é baseada em uma relação entre empresário, montadora, governo federal e cadeia produtiva. Assim, conseguimos articular medidas para frear as importações, teremos mais facilidade de obter financiamento de projetos pelo BNDES, mão de obra qualificada e voz para lutar pelo setor”.

Conforme Nobre e Carvalho, há 50 anos quando as marcas de automóveis se instalaram no País, trouxeram ferramentaria. Mas, com o tempo as empresas preferiram desenvolver este setor nas matrizes ou importar de países que são estratégicos para distribuição dos produtos e têm mão de obra mais barata. Os representantes da KarmanGhia disseram que a empresa é um exemplo da diminuição de espaço do setor. Explicaram que a produção já foi bem maior e que vão participar do polo.

O empresário Álvaro Damazio trabalhou 24 anos na ferramentaria da Volkswagen, e há alguns anos tem uma empresa na área. O experiente empresário afirmou que é necessário a união do setor. “Temos diversos problemas. O setor está sucateado. Precisamos de financiamento e é complicado conseguir a liberação. Os clientes demoram a pagar por diversos motivos e então demoramos mais ainda para receber. Esta é a solução mais viável e rápida que eu vejo. Nos unindo, poderemos lutar e conseguir mudar o cenário atual”.

A segunda reunião será também no salão nobre da Prefeitura de São Bernardo das 9h às 11h.

Regime automotivo

De acordo com Nobre, no dia 15 de dezembro a presidente Dilma Roussef irá divulgar as diretrizes do novo regime automotivo e, por isso, é necessário o setor estar articulado para que os representantes discutam com o governo federal os pontos para favorecer também a ferramentaria.

“Precisamos passar os pontos que queremos que sejam incluídos. Com o setor articulado é mais fácil conseguir resultados”, afirmou Nobre.

“O setor precisa se organizar. Por exemplo, no caso das importações, podemos tentar impedir a entrada de peças que já tenham ferramentas brasileiras que produzem ou poderiam estar produzindo. Assim como o Inmetro fez com o setor de brinquedos. Não se tem brinquedos chineses nas lojas, só nos camelôs. O selo Abrinq é exigente quanto à produção nacional e, por isso, não permite a venda de produtos 100% chineses. Então, podemos fazer algo semelhante” afirmou o coordenador da subseção Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Fausto Augusto Júnior.

Por Michelly Cyrillo - ABCD Maior
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