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DATA DA PUBLICAÇÃO 31/01/2010 | Turismo
Embaixada aumenta para 270 número de brasileiros ilhados no Peru
A Embaixada do Brasil no Peru informou nesta quinta-feira que há ao menos 270 brasileiros ilhados no povoado peruano de Águas Calientes, a 20 km de Machu Picchu, região que sofreu alagamentos diante das fortes chuvas que atingem o país desde domingo (24). A embaixada ressalta, contudo, que o número pode ser maior já que não se sabe se há turistas brasileiros nas trilhas que cercam o ponto turístico.

A assessoria de imprensa da embaixada afirmou à Folha Online que os brasileiros são, em sua maioria, jovens e não fazem parte do grupo prioritário de resgate --o que atrasa seu traslado de helicóptero a Cuzco. Nesta quarta-feira, o ministro de Comércio Exterior e Turismo do Peru, Martin Perez, explicou que idosos, crianças e mulheres grávidas têm prioridade na operação de resgate e negou que os estrangeiros estejam sendo retirados antes dos peruanos.

Mais cedo, o Ministério de Relações Exteriores brasileiro informou que apenas 30 dos brasileiros foram retirados do povoado peruano.

As condições do tempo melhoraram, contudo, o que facilita as operações. Segundo a embaixada, a expectativa do governo peruano é que outros mil turistas sejam retirados de Águas Calientes somente nesta quinta-feira e que a operação de resgate possa ser encerrada até, no máximo, o próximo sábado (30).

O vice-cônsul do Brasil, João Gilberto, chegou em Águas Calientes na tarde desta quarta-feira e alocou cerca de 70 brasileiros que estavam sem local apropriado para dormir. Eles foram registrados em pousadas, albergues e hotéis com recursos enviados pelo governo brasileiro.

A assessoria da embaixada afirmou, contudo, que alguns dos brasileiros ilhados na cidade ainda estão alojados nos vagões de trens da companhia local Perurail, que ofereceu ainda suprimentos para os turistas ilhados.

Os brasileiros fizeram reclamações ao vice-cônsul sobre a situação desconfortável, mas a situação já está mais calma diante da atuação do governo peruano e da diplomacia brasileira. "Eles recebem alimentos de forma restrita, mas não há mais nenhum brasileiro sem abrigo", disse a assessoria da embaixada.

O embaixador do Brasil no Peru, Jorge Taunay Filho, está na cidade de Cusco e vai tentar acelerar a retirada dos brasileiros do povoado.

Resgate

O resgate dos cerca de 1.500 turistas ainda ilhados na região está sendo realizado com 11 helicópteros. Segundo o ministro peruano, o governo e a PeruRail avaliam ainda a possibilidade de retirar os turistas das regiões alagadas pelas chuvas dos últimos dias até a hidrelétrica na área de Machu Picchu e em Santa Teresa.

Segundo o Itamaraty, o governo brasileiro ofereceu na terça-feira (26) quatro helicópteros e um avião para socorrer os turistas que estão presos em Águas Calientes. A embaixada relata que, segundo a imprensa local, o governo peruano recusou a oferta por não haver condições de mais aeronaves atuarem na região.

Por terra, o acesso a Machu Picchu só é possível por meio de uma ferrovia que está fechada devido às enchentes e aos deslizamentos de terra e pedras dos últimos dias, e por meio de um caminho a ser percorrido a pé que dura quatro dias.

Ilhados

Os turistas ficaram ilhados nas vilas próximas a Machu Picchu, nas montanhas dos Andes, no domingo (24), quando deslizamentos de terra bloquearam a única ferrovia que liga a região a Cuzco. Muitas pessoas dormiram na estação de trem de Machu Picchu e na praça central depois que as hospedarias lotaram. Os restaurantes aumentaram os preços e a comida ficou escassa.

Cinco dias de chuvas torrenciais na região de Cuzco destruíram ainda pontes, 250 casas e centenas de acres de plantações. Perurail suspendeu o serviço de trem no domingo.

Alberto Bisbal, diretor de prevenção de desastres da Defesa Civil do Peru, disse que a Perurail e o governo trabalham para retirar as pedras e lama dos trilhos e o serviço pode ser retomado já nesta quarta-feira.

Os meteorologistas indicam que toda a semana terá chuva leve.

Por Folha Online
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