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DATA DA PUBLICAÇÃO 27/03/2014 | Cidade
Em Mauá, Donisete busca independência da Sabesp
Em Mauá, Donisete busca independência da Sabesp Foto: Rodrigo Pinto
Foto: Rodrigo Pinto
Atualmente, os dejetos são coletados em cerca de 90% dos domicílios, mas são despejados no Rio Tamanduateí

Com investimentos de aproximadamente R$ 170 milhões, a gestão do prefeito de Mauá, Donisete Braga (PT), pretende iniciar no final deste ano um projeto ousado para tratar 100% do esgoto. Atualmente, os dejetos são coletados em cerca de 90% dos domicílios, mas são despejados no Rio Tamanduateí. A efetivação desse processo dependerá da construção da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto), que será concluída no início de dezembro pela Foz do Brasil, atual concessionária dos serviços de saneamento. Na entrevista, o petista também promete divulgar nos próximos dias o edital de licitação do transporte público.

A ABCD MAIOR - Quais são os principais eixos do projeto atual de saneamento de Mauá que prevê tratar 100% do esgoto?

Donisete Braga - Mauá chegou num patamar aceitável para apresentar um dos melhores modelos de tratamento de esgoto, dentro de um prazo de dois anos. A empresa Foz do Brasil garantiu que até dezembro deste ano deve concluir as obras da ETE (Estação de Tratamento de Esgoto). A partir disso, o esgoto não será mais depositado no rio Tamanduateí e em córregos. Santo André, São Caetano e a Prefeitura de São Paulo seguramente vão apresentar um modelo, para também fazer a lição de casa e ajudar no processo de limpeza do Tamanduateí. A população já paga o esgoto, mas ele não é tratado. Além disso, poderemos ter água de reuso para as indústrias, para lavarmos as ruas, por exemplo. E, talvez, retomaremos as conversas com o Polo Petroquímico, que hoje usa água de reuso fornecida pela Aquapolo.

Quais são as diferenças em relação ao projeto Sanear, lançado pelo município em 2001, mas sem sucesso?

O Sanear está sendo concretizado agora, mas começou na segunda metade do governo Oswaldo Dias (2001). Foi concebido pelo então superintende da Sama (Saneamento Básico de Mauá) Marcio Chaves. Tudo demandou muito tempo. Projetos complexos como esse precisam de muito planejamento. É por isso que estamos debatendo com a Sabesp os projetos que eles pretendem ter conosco sobre a gestão da água. Temos divergência sobre cobrança de valores e queremos saber qual o volume de investimentos que a Sabesp pode apresentar para recuperar nossa rede, que é bastante obsoleta. Tivemos um problema crônico que culminou com uma semana sem água por falta de uma peça. Temos de pensar numa política para evitarmos a perda de água, que hoje é de 40%.

Quais são os entraves na relação com a Sabesp?

Nós vivemos uma polêmica administrativa ainda não resolvida com a Sabesp. Os gestores do município deveriam ter cobrado ações mais contundentes de investimentos e modernidade. A Sabesp nos cobra uma dívida de aproximadamente R$ 2 bilhões. Estamos questionando esse passivo, e recentemente conseguimos impedir uma ação de sequestro. Eu acredito que estamos vivendo um momento oportuno para o debate da água. Poderemos dar um novo destino para a Sama. Eu não estou dizendo que iremos privatizar ou extinguir a autarquia.

O modelo de gestão compartilhada celebrado em Diadema com a Sabesp pode servir de parâmetro para Mauá?

Em Diadema o modelo de gestão é diferente do nosso. Eu não sei o prefeito Lauro Michels (PV) está satisfeito com a Sabesp. No meu ponto de vista não posso descartar a relação com a Sabesp, mas se não conseguirmos construir um processo juntos é natural buscarmos alternativas. Temos referências de municípios que são operados pela iniciativa privada e os custos não são tão diferentes dos praticados pela Sabesp. Na condição de gestor eu tenho de buscar o melhor para a cidade. Precisamos ter cuidado para não cometermos irresponsabilidades para outros gestores do município.

Recentemente a cidade aprovou um Plano Municipal de Saneamento. Qual a importância dessa legislação municipal?

Foi importante termos aprovado o plano, porque nos assegura investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) da ordem de R$ 26 milhões. É uma orientação do governo federal para os municípios aprovarem projetos de financiamentos de saneamento. Queremos estabelecer uma relação de conscientização da população em relação ao uso dos recursos naturais. Estamos correndo contra o tempo para que não falte água nas torneiras dos municípios da Região Metropolitana de São Paulo.

Quais são as expectativas sobre a ideia de Mauá e Santo André construírem juntos uma usina de incineração de lixo com geração de energia limpa?

Ainda é um projeto embrionário. Estamos buscando configurar um modelo adequado. A idade do aterro de Mauá é de 15 a 20 anos, mas não podemos esperar chegar nesse limite de vida útil para tomarmos alguma providência. Estamos estudando as melhores tecnologias, e as melhores práticas para construirmos um modelo na Região. É isso que estamos discutindo junto com o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT).

Quando o senhor pretende lançar o edital para a concessão do transporte público?

Vamos lançar o edital nos próximos dias. Nossa ideia é iniciar um processo de modernização, transparência e equilíbrio no sistema. A cidade terá ônibus zero quilômetro, com tecnologia. Teremos um certame que seja seguro, com outorga onerosa, e que seja reconhecido pela população. Estamos com um orçamento previsto de R$ 79 milhões para fazermos (construção e reformas)de cinco terminais. Tudo isso faz parte de uma ação que eu classifico que será a marca da nossa administração.

Qual a previsão para o início da integração dos ônibus com a Linha 10-Turquesa da CPTM?

Já colocamos as catracas do terminal central. Agora falta visitação técnica da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Falei com o presidente da CPTM, Mario Bandeira, e ele ficou de dar retorno nos próximos dias. Nossa parte está pronta, já iniciamos a substituição dos antigos cartões pelo cartão integrado SIM. Inclusive as crianças de cinco anos terão um modelo desse cartão para não precisar passar mais por baixo das catracas.

Por Rodrigo Bruder - ABCD Maior
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