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DATA DA PUBLICAÇÃO 23/09/2012 | Tecnologia
Em Londres, ''mulas digitais'' recebem R$ 260 para aguardar na fila pelo iPhone 5
A fila para comprar o iPhone 5 na loja da Apple em Londres nesta sexta (21), dia de seu lançamento, não foi composta somente por fãs da marca.

Na verdade, a oito horas do início das vendas, pode-se dizer que era difícil encontrar alguém que não estava ali somente para receber as 80 libras (R$ 260) oferecidas por intermediários para que aguardassem e comprassem o novo smartphone, que seria revendido depois.

A venda de um lugar na fila começa pela internet. Durante a semana, pipocam anúncios que pagavam até cem libras (R$ 329) para que que essas "mulas digitais" segurassem um lugar entre os primeiros compradores. O preço mudou rapidamente.

O anunciante, identificado apenas como Max, oferecia agora 80 libras. E o serviço, na verdade, ia além: o contratado deveria passar a madrugada na fila e comprar dois aparelhos, limite per capita estipulado pelo fabricante, em uma tentativa de conter o comércio paralelo.

O valor dos aparelhos é pago na fila e o pagamento pelo serviço na saída, com a entrega das mercadorias. Na manhã da quinta (20), um dia antes do lançamento, uma nova mensagem é enviada para confirmação do negócio.

O esquema chega a ser desfeito no início da noite, havia rumores de que o estoque na loja não seria suficiente, mas é reconfirmado horas mais tarde, desta vez com uma ligação. Um vendedor da loja havia confirmado um grande lote de iPhones.

Investimento alto

No local, a fila assusta. Pouco depois da meia-noite, ao menos mil pessoas se amontoam, de acordo com o segurança. A fila é quase integralmente composta por quem está ali a negócio. Max, por exemplo, contratou 30 pessoas. O investimento é alto: 44,4 mil libras (R$ 146 mil). O lucro, também. Poucas horas depois, o celular já valeria quase mil libras em sites de vendas na internet.

Segundo o "roleiro", que aparece para um rápido bate-papo, as compras são feitas com Apple cards, nada de dinheiro vivo. Novas informações, apenas por mensagens de texto. Na fila, alguns passam o tempo com carteado. Poucos conseguem dormir.

Indianos, russos, poloneses e brasileiros tentam esquecer do frio. Não se fala inglês, muito menos assuntos sobre tecnologia. Quem se distrai com joguinhos no celular exibe modelos bem diferentes do que os dos fãs da Apple.

Às 3h, a reportagem da Folha deixa o local. Duas novas mensagens também chegam. O intermediador quer saber onde estão seus "funcionários". Logo, desiste. Não é bobo, sabe que seu negócio envolve riscos. Ainda assim, sai da loja com um belo montante de aparelhos. As "mulas", com 80 libras no bolso. E os afortunados? Bem, estão sentados em casa, a um clique de satisfazer seu desejo atual.

Por Bernardo Medeiros e Moreno Bastos - Colaboração para a Folha, em Londres
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