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DATA DA PUBLICAÇÃO 21/09/2008 | Geral
Em 3 meses, lei seca faz SP deixar de gastar o equivalente a 8 mil partos
Hospitais registram 10 mil vítimas a menos, o que permitiu redução de R$ 30 milhões nos custos de tratamento

Dez mil vítimas a menos nos hospitais, R$ 30 milhões de economia e horas mais tranqüilas de sono. Nas contas dos hospitais paulistas, todos os dias cinco pessoas deixaram de ser atendidas, depois da promulgação da chamada lei seca do trânsito, em 20 de junho. E o mesmo ocorre pelo País. A tranqüilidade começa pela casa do ministro da saúde, José Gomes Temporão, em Brasília. "Sabe como é, sou pai de quatro jovens, com idade entre 18 e 25 anos", diz, ressaltando que se sente mais seguro.

Entre 19 de junho e 15 de setembro, 13.902 pessoas acidentadas no trânsito chegaram aos 30 hospitais estaduais da Grande São Paulo. O balanço mostra baixa de 10.785 pacientes, uma vez que no mesmo período do ano passado ocupavam esses leitos hospitalares 24.687 vítimas desse gênero. O valor que deixou de ser gasto permite ao Estado arcar com 8 mil partos naturais.

Mas o diretor da Secretaria da Saúde Ricardo Tardelli concorda com o ministro Temporão ao citar as principais vantagens da legislação. "O custo do sofrimento poupado não se traduz em valor econômico. Diminuiu a angústia dos parentes e cenas de tragédia antes ainda mais freqüentes nos corredores dos hospitais."

Entre os representantes das entidades médicas, também há consenso sobre a repercussão. "Se alguns setores da sociedade reclamam do receio de desemprego, eu reafirmo que a legislação pode mesmo afetar na oferta de trabalho", diz o diretor da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), Alberto Sabbag. "É possível que, no futuro, provoque desemprego no Instituto Médico-Legal (IML), entre os fabricantes de cadeira de rodas e profissionais de reabilitação", diz, ironicamente, ao comentar as queixas de donos de bares e restaurantes.

Até os serviços de funilaria em oficinas mecânicas diminuíram. Segundo o empresário automotivo Edilson De Belleis, de 42 anos, foi possível notar uma queda de 50% no movimento dos estabelecimentos com os quais trabalha. "Antigamente, era preciso agendar com bastante antecedência para realizar os reparos. Ultimamente todas as oficinas estão livres", afirma. "E a gravidade das batidas diminuiu bastante", confirma o dono de oficina Arnaldo Vettorazzo, de 71 anos. Agora são os pequenos acidentes que mantêm os mecânicos trabalhando.

Mas Samir Rasslan, professor titular de Cirurgia no Hospital das Clínicas, pede que se mantenha a vigilância. "Existe uma redução nítida de mortalidade. Se houver qualquer relaxamento por parte da fiscalização, as vítimas voltarão para uma escala de crescimento."

Por Fernanda Aranda - Estadão
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