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DATA DA PUBLICAÇÃO 31/10/2013 | Veículos
Em 1 ano, HB20 e Onix mudam ranking de automóveis mais vendidos
Hatches ganham 'lugar ao sol', mas topo da lista muda pouco em 5 anos.

Toyota Etios, lançado também há 1 ano, ainda não decolou.


Mexer no ranking dos automóveis mais vendidos é tarefa dura: nos últimos 5 anos, os nomes no top 10 pouco mudaram. Com os primeiros lugares ocupados por modelos que passam de 100 mil unidades ao ano e incluem nessa conta as vendas de diferentes gerações, a briga tem esquentado do quinto posto para baixo (veja na arte abaixo). Foi ali que, em 1 ano, os hatches Hyundai HB20 e Chevrolet Onix conseguiram se "infiltrar". Já o Toyota Etios, lançado na mesma época, ainda está longe desse grupo.
VALE ESTE arte carros mais vendidos (Foto: Arte G1)

O último balanço fechado de 2013 pela federação das concessionárias, a Fenabrave, em setembro, aponta o HB20 e o Onix como o sétimo e o oitavo automóvel mais vendido, respectivamente. O acumulado até outubro será divulgado nesta sexta-feira (1º).

O HB20 chegou às lojas oficialmente em 10 de outubro do ano passado, mesmo mês em que o Onix e o Etios: um momento singular na história da indústria no Brasil, com 3 lançamentos simultâneos no segmento mais volumoso de todos, o dos hatches.

O modelo sul-coreano soma 112.525 unidades emplacadas desde o ano passado até setembro último, segundo a Fenabrave. O Onix vendeu 106.531 unidades até então.
Hoje sabemos que o consumidor não quer mais o carro pé de boi. Ele está disposto a pagar um pouco mais pelo status de um produto novo, por exemplo, pelo design e pelo conforto"
Milad Kalume Neto, da Jato Dynamics

Disposto a pagar mais
Para o consultor da Jato Dynamics do Brasil Milad Kalume Neto, ambos os modelos se aproveitam de um filão que amadureceu no mercado brasileiro: o de carros de entrada pelos quais o cliente concorda em pagar um pouco mais pelo que considera um diferencial.

"No mundo ideal, o cliente quer um carro bonito, barato e eficiente. Hoje sabemos que ele não quer mais o carro pé de boi [sem acessórios]. Ele está disposto a pagar um pouco mais pelo status de um produto novo, por exemplo, pelo design e pelo conforto", avalia.

Tanto HB20 quanto Onix se apoiaram em design e itens de série como chamarizes. Ambos se posicionaram na faixa dos R$ 30 mil –enquanto o Gol partia de R$ 28 mil na época-, com versões mais caras que superam os R$ 40 mil.

Agile não se consolidou
O consultor lembra que a criação de modelos de entrada “superiores” ou “premium”, termo que as equipes de marketing gostam de usar, não é novidade. O Volkswagen Fox, lançado no fim de 2003, já fazia parte desse time.

“Ele não é o carro mais barato da Volkswagen, está acima do Gol”, explica Kalume Neto. O mesmo ocorreu com o Fiat Palio em relação ao então Uno Mille, que permanece como modelo mais barato da montadora italiana no Brasil.

Na Chevrolet, isso também não começou com o Onix, mas com o Agile, lançado em 2009, acima do Celta e do Corsa Hatch, mirando justamente o Fox. Na época do lançamento, a General Motors explicou que, enquanto o consumidor de classe média "tradicional" se diz satisfeito em ter um carro como o Corsa, as pessoas com perfil mais "jovem e moderno", antenadas com as novas tecnologias e as tendências da moda, por exemplo, buscavam um veículo com mais "estilo".

O Agile, porém, nunca se consolidou no top 10. “Acredito que o preço sempre esteve muito acima”, diz Kalume Neto. O modelo foi lançado com dois acabamentos, partindo de R$ 37,7 mil, enquanto o Fox começava em R$ 33,4 mil. Agora, perto do fim da carreira e recém-reestilizado, o hatch da GM é vendido em configuração única, a R$ 42,9 mil.

Etios tenta se adequar
A Toyota percebeu que o valor também poderia ser um entrave na história do Etios. Semanas antes de HB20 e Onix serem apresentados, ela anunciou que o modelo custaria a partir de R$ 35 mil, mas depois voltou atrás e definiu o preço inicial de R$ 30 mil no lançamento, quando o hatch da Hyundai já havia sido tabelado em R$ 32 mil na versão mais barata.

No entanto, não bastou. Considerando apenas a versão hatch, as vendas do Etios somam menos da metade de cada um dos novos rivais: 31.291 unidades emplacadas de setembro de 2012 até o mês passado, também segundo a Fenabrave. É o 20º automóvel mais vendido no ano.

“Mas o Etios, pelos seus números, não pode ser desconsiderado”, observa Kalume Neto. “Acredito, porém, que o atraso na produção, de 2 anos, tenha feito diferença. E o fato de que foi pensado mais para o mercado da Índia do que para o brasileiro”, acrescenta, lembrando que, há poucos meses, a montadora japonesa anunciou melhorias, como painel em preto e mudança na iluminação do painel.

Paulo Roberto Garbossa, da ADK Consultoria, acredita que a Toyota tenha sido cautelosa. "Cada empresa tem uma estratégia. Uma delas pode ser entrar aos poucos [em um segmento]. Você vai adequando o modelo ao gosto do consumidor, que é o que vem sendo feito [com o Etios] agora. E a venda também depende de uma série de fatores. Às vezes o cliente compra pela marca."

"Dinossauros"
Para Kalume Neto, Hyundai e GM souberam aproveitar melhor o novo cliente dos carros de entrada e seus modelos se destacaram ao concorrer com “dinossauros” que ocupam há tempos os postos do ranking de mais vendidos, daí a rápida ascensão.

Comparando a lista dos modelos mais emplacados de janeiro a setembro deste ano, com igual período dos últimos 5 anos, a entrada de HB20 e Onix foi uma das mínimas mudanças.

Há 26 anos, o topo do ranking dos automóveis mais vendidos do Brasil é dominado pelo Gol, mas na conta dele entra tanto o modelo atual como a geração antiga, chamada de G4, que ainda é vendida. De 2009 para cá, além do Gol, outros carros se repetem nas listas, a maioria apoiada na tática de gerações diferentes que convivem: Fiat Uno (que conta as vendas do modelo atual e as do Mille), Fiat Palio (junta números do antigo, Fire, com os do Palio atual), Fiat Siena (reunindo o EL, mais simples e com a plataforma do antigo Palio, e o Grand Siena) e o Volkswagen Fox (contanto com a versão "aventureira" CrossFox). Se considerar, além de automóveis, os comerciais leves, a Fiat Strada também é veterana na relação.

Se tornaram regulares no top 10 o Ford Fiesta, que agora soma ao antigo Rocam o hatch New Fiesta, recém-nacionalizado, o Classic (antes somado ao Corsa Sedan), o Volkswagen Voyage e o Renault Sandero, que era o “caçula” na lista antes de HB20 e Onix. O hatch da montadora francesa foi lançado no fim de 2007, mas só gravou seu nome na lista anual dos mais vendidos a partir de 2011, apesar de ter aparecido algumas vezes desde 2008 em rankings mensais.
Hoje a montadora sabe que precisa dar para o consumidor o que ele quer: novidade. Não é só em carro, é em equipamento de tecnologia, eletrônico, vestuário..."
Paulo Roberto Garbossa, da ADK Consultoria

Quem saiu
HB20 e Onix praticamente ocuparam as "vagas" de dois outros modelos da Chevrolet, o Celta e o Corsa Sedan/Classic.

“Antes só havia novidade em um segmento um pouco mais alto. Hoje a montadora sabe que precisa dar para o consumidor o que ele quer: novidade. Não é só em carro, é em equipamento de tecnologia, eletrônico, vestuário...”, diz Garbossa, da ADK. “Por isso é que as marcas já consolidadas também passaram a mudar seus produtos, como a GM fez, lançando o Onix, a Volkswagen fará, com o Up!, e a Fiat, com o substituto do Mille."

Para o consultor, quem ganha com a "pulverização de modelos" é o consumidor. "Ele está com a faca e o queijo na mão. Tem [carro] para todos os gostos e bolsos". Sobre a briga das marcas, Garbossa lembra que a participação de mercado é mais equilibrada, porém, o volume cresceu muito nos últimos anos. "Dá para todo mundo pegar a fatia do bolo; o problema é que todo mundo quer a cereja", conclui.

Por Luciana de Oliveira - G1, em São Paulo
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