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Fumaça do parque não era gelo seco, diz polícia
DATA DA PUBLICAÇÃO 30/09/2007 | Setecidades
Elas não estão para brincadeira
À primeira vista, elas podem parecer frágeis, sensíveis e até distraídas. Mas basta um sinal de perigo para as suas bolsas revelarem um inesperado conteúdo: entre batons, escova de cabelo e documentos, eis que surge um spray de pimenta, um repressor manual de choque, um soco-inglês e outra infinidade de acessórios femininos capazes de botar muito marmanjo para correr.

A auxiliar administrativa Alessandra Vieira, 24 anos, de Palhoça, em Santa Catarina, que o diga. Embora os chamados espargidores de pimenta sejam de uso restrito da polícia e das Forças Armadas no Brasil, a catarinense possui até página no Orkut batizada de Eu uso spray de pimenta.

“Com essa comunidade, posso adquirir novos conhecimentos e encorajar outras mulheres a terem um instrumento de defesa pessoal. Hoje em dia, nós somos um alvo fácil”, diz Alessandra, que depois de sofrer um assalto ganhou o aerosol do namorado.

“Ele é policial e me orientou quanto ao modo de usar: direcionar o jato no alvo visado a uma distância entre 0,80 e 1,50 metro por, no mínimo, um segundo”, explica a moça.

E não precisou muito tempo para Alessandra testar a eficácia do produto. “Estava com o spray no bolso da jaqueta quando um marginal puxou minha bolsa. Só que eu não a larguei. Enquanto com uma mão eu a segurava, com a outra eu peguei o spray e mirei no rosto dele. Ele se afastou. Aí eu fugi e chamei a polícia.”

Reação - O gás, encontrado em alguns pontos do Grande ABC a R$ 60, também salvou a cabeleireira A.G.S., 38 anos, de situação semelhante. Mas é preciso saber a maneira e circunstância certas para usar os recursos. É o que alerta a delegada Maria Angélica Serpe Ferreira da Cruz, da Delegacia da Mulher de Diadema.

“Pode acontecer de a mulher ser levada ao caixa eletrônico, não ter dinheiro e os bandidos resolverem se vingar torturando-a com o próprio instrumento que ela estiver levando na bolsa. Por isso, é importante fazer um curso de defesa pessoal e saber o momento certo de usar esses artigos”, diz Maria Angélica, lembrando que qualquer acessório feminino pode servir de arma se bem utilizado.

“Uma caneta, um sapato alto ou um anel mais pesado podem ser suficientes se a mulher souber manuseá-los. Uma boa joelhada também costuma ser infalível em caso de ataque sexual. Mas se for um assalto à mão armada, jamais reaja.”

Enquanto elas se protegem, eles só querem se distrair

Enquanto as mulheres tentam se proteger, os homens colecionam artigos de defesa por amor ao esporte.

O engenheiro mecânico D.B., 28 anos, de São Caetano, possui um arsenal de armamentos jamais utilizados. No seu armário há shuriken (lâmina de arremesso, em forma de estrela), mutchaco (dois paus unidos por uma corrente) e armas.

Não provoque: é cor-de-rosa mas dá choque

Facas, pistolas, repressores de choque, coletes femininos a prova de balas. Vale tudo para se proteger da violência. Mas algumas precauções são sempre recomendáveis. “O choque funciona bem na lataria do carro. Quem encostar do lado de fora, sentirá a carga elétrica. Mas não serve para um assalto à mão armada”, diz o dono do Clube ISA de Tiro, em São Caetano, Clóvis César de Aguiar Júnior.

A loja vende desde canivetes até armamento pesado, de uso exclusivo do Exército, e conta com 14 funcionárias, todas mulheres com idade entre 18 e 25 anos, treinadas para manusear dezenas de tipos de armas com propriedade.

“As mulheres se sentiriam constrangidas de entrar na loja se só houvesse homens no balcão”, argumenta Aguiar. O resultado, os números corroboram: “Dos nossos mil sócios, cerca de 300 são mulheres”.

Com ou sem mulheres no balcão, o número de clientes do sexo feminino tem crescido nas lojas da região. “Só neste mês, vendi cinco aparelhos de choque. O último foi para duas senhoras de meia-idade que foram assaltadas”, conta Araripe Basílio São José, da ArmaMec, em Santo André.

Já na Swat, as vendas cresceram cerca de 30% desde março. “Mas só vendemos para maiores de 18 anos”, garante a mãe do proprietário, Edna Parpinelli.

Por Heloísa Cestari - Diário do Grande ABC
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