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DATA DA PUBLICAÇÃO 20/10/2015 | Educação
Educadores questionam impacto de reestruturação proposta pelo Estado
Educadores questionam impacto de reestruturação proposta pelo Estado Proposta do governo do Estado tem gerado protestos de estudantes, professores e pais: sem informação e sem diálogo. Foto: Rodrigo Pinto
Proposta do governo do Estado tem gerado protestos de estudantes, professores e pais: sem informação e sem diálogo. Foto: Rodrigo Pinto
Divisão de escolas em ciclos deve entrar em vigor em 2016 e tem gerado protestos em todo o Estado

A adoção de estratégias pedagógicas específicas para cada ciclo educacional é apontada pela Secretaria de Educação do Estado como um dos principais ganhos da chamada reestruturação do ensino, anunciada em setembro pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). O impacto da separação dos estudantes por ciclos (primeiros anos do ensino fundamental, últimos anos do ensino fundamental e ensino médio) é questionado por educadores ouvidos pelo ABCD MAIOR.

A ampliação de escolas de ciclo único a partir de 2016 tem gerado protestos em todo o Estado, incluindo o ABCD. Uma das consequências da mudança será o fechamento de escolas por todo o Estado. As melhoras na gestão das unidades e na qualidade do ensino são apontadas pelo governo estadual como efeitos do novo modelo, justificativa contestada pelo professor Alexandre Ferraz, da Apeoesp (Sindicato dos Professores Estaduais) de Santo André.

“O argumento é que, ao dividir por ciclos, melhora o desempenho. Mas a Secretaria não foca na formação integral do aluno”, argumentou. “A formação global envolve a convivência com outras faixas etárias.”

A criação dos ciclos poderá levar também ao fechamento de salas noturnas, de acordo com o sindicato da categoria. O impacto nos laços formados entre alunos e professores é apontado como outra falha da medida estadual.

“Quando o aluno fica na mesma escola cria vínculo com o local, com professores. Faltam condições nas escolas, o aluno não tem perspectiva de continuidade e a tendência é maquiar com a criação dos ciclos”, avaliou Ferraz.

Para Marilena Nakano, professora da Fundação Santo André e doutora em Educação, a reestruturação vai contra a Lei de Diretrizes e Bases, que regulamenta o sistema educacional desde 1996. “É a lei maior da educação no Brasil e propõe a integração entre as diferentes séries e idades.”

Marilena frisa que há um movimento da sociedade a favor da redução no número de alunos por sala de aula, oposto do que poderá ocorrer com a reestruturação. “Se quisessem oferecer vagas para todos, não poderiam fechar escolas. Utilizam argumentos meramente econômicos e não conseguem justificar a questão educacional.”

Em nota, a Secretaria de Educação do Estado afirmou que “o plano de reorganização visa melhorar a qualidade de ensino e aprimorar as condições de trabalho dos educadores”.

Comunidade escolar não foi consultada

As informações sobre a chamada reestruturação na rede estadual de ensino ainda são escassas. O Estado diz que o estudo que definirá as escolas selecionadas para o novo modelo está sendo finalizado e será divulgado em novembro. As diretorias de ensino terão prazo para validar as escolas e após isso os alunos serão comunicados sobre a mudança. Os que forem realocados não poderão escolher a nova escola, uma vez que a matrícula será feita automaticamente. A ausência de debate com os pais, estudantes e professores é criticada pelos educadores. “É tipico de governos não democráticos”, afirmou Marilena Nakano.

Opinião semelhante tem o professor da Metodista e membro do Conselho Nacional de Educação, Luiz Roberto Alves. O docente ressalta que não há informações sobre como será a reestruturação paulista e, por isso, preferiu não opinar sobre a questão pedagógica da proposta. Mas desaprova como o assunto está sendo conduzido pelo governo do Estado.

“A informação deve suscitar a reflexão e o diálogo entre os educandos, educadores e gestores. Eu lastimo que isso de fato não esteja ocorrendo”, finalizou.

Por Rosângela Dias - ABCD Maior
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