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DATA DA PUBLICAÇÃO 10/06/2012 | Educação
Educação ambiental: estímulo à consciência crítica além da escola
Instituído no Brasil em 1999, tema ganha cada vez mais espaço e respeito

Efeito estufa, reciclagem, desertificação... Esses e outros termos estão sendo mais discutidos em sala de aula, à medida que as sociedades tomam consciência do impacto de suas ações na natureza. A educação ambiental não é uma novidade, mas ampliou seus conceitos nos últimos anos, segundo o professor Philippe Layrargues, que dá aulas de educação e sociologia ambiental no curso de graduação em gestão ambiental na Universidade de Brasília/Campus Planaltina.

“Temos um histórico longo no que diz respeito à educação ambiental, que começou a ser trabalhada nos anos 60 dentro de outras disciplinas, como biologia e ecologia. Os especialistas nessas áreas viram que o planeta estava entrando em uma fase crítica, e começaram a pensar em soluções, mas ainda era é um ensino de ecologia atualizado. Só em 1977, na Conferência Intergovernamental de Tbilisi, na Geórgia, Rússia, é que a educação ambiental se descolou do ensino de ecologia, passando a refletir sobre as múltiplas relações entre ser humano, sociedade, natureza e educação”, explica Layrargues.

De acordo com informações da assessoria de imprensa do Ministério da Educação (MEC), promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente é um dever atribuído ao Estado pela Constituição Federal em seu art. 225 § 1º inciso VI. E, além da Constituição, o MEC trabalha sob os preceitos da Lei nº 9.795/1999 que institui a Política Nacional de Educação Ambiental e o Decreto nº 4.281/2002 que a regulamenta. Em seu art. 2º, a lei afirmou que a educação ambiental é um componente essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal. A educação ambiental é estimulada pelo MEC a entrar como componente curricular, não na forma de disciplina, mas como tema transversal. O educador ambiental não precisa necessariamente ser um professor, basta apenas ter experiência no assunto. A falta de formação específica, porém, é criticada por especialistas.

“A criação da lei é importante para fomentar as discussões na escola, mas ainda falta investir na formação de quem está em serviço e também dos futuros docentes, nas faculdades de Pedagogia. O professor sabe o que é efeito estufa? Ele sabe para onde vai o lixo da escola? A educação ambiental deveria ser incluída em todas as universidades, porque senão depois ficamos correndo atrás do prejuízo. Não acho que a escola tenha que optar entre o educador ambiental ou o professor. Deve ser o educador ambiental e o professor, porque o educador ambiental contribui para esclarecer o docente”, diz Sheila Ceccon, coordenadora da Casa da Cidadania Planetária, um dos braços do Instituto Paulo Freire.

De acordo com Layrargues, a discussão sobre a necessidade de um currículo mínimo para o educador ambiental ainda precisa ser muito debatida. “Não estamos falando de ativismo, e sim de alguém que é requisitado dentro e fora da escola, por várias empresas e governos”, pondera.

Na visão do professor, a educação ambiental avançou e mudou, mas algumas questões permanecem – e o que está arraigado ainda é o grande desafio. “Temos algumas ideias cristalizadas, como a de que precisamos lutar contra problemas ambientais e que o ser humano está agredindo a natureza. O ser humano genérico não existe. O que existe são pessoas causadoras de problemas, e outras que são vítimas. A educação ambiental informal é um problema porque reproduz esse tipo de pensamento. Geralmente nos perguntamos qual o impacto que o ser humano tem na natureza, mas não questionamos o impacto do meio ambiente degradado no ser humano. A escola tem que fugir do ensino que privilegia a gestão técnica da natureza. Não basta colocar os alunos para reciclar o lixo – é preciso estimular neles a consciência crítica em relação ao consumismo. Ou temos que incentivar a reciclagem para sustentar os modelos dominantes?” questiona.

Sheila segue a mesma linha de pensamento. “Precisamos dar sentido para nossas atividades diárias. Isso vai além de jogar ou não lixo no chão. A roupa que escolhemos, o produto que compramos no mercado, o meio de transporte que usamos diariamente, a forma de relação com os outros, tudo isso gera impacto. Muitas vezes a educação ambiental é tratada de forma conservacionista, mas deve ser vista de maneira mais ampla. A Rio+20 é uma oportunidade para as escolas estarem presentes e se apropriarem das boas ideias que surgirem do encontro”, completa.

Por G1 - Educação
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